O mana preto é conhecido por estar associado à morte e, conseqüentemente, por causar medo, destruição, contaminação, corrupção e outras coisas desagradáveis. No entanto, durante muito tempo, em termos de mecânicas de jogo, existia uma questão filosófica a respeito do poder das cartas da cor preta para matar criaturas que estavam no campo de batalha e também eram da cor preta. Afinal, como você mata algo que já morreu (como um zumbi, por exemplo)? Como você corrompe o que já foi corrimpido? Como você espalha pragas em um local que já foi devastado?
Antigamente, a resposta para estas questões é que as cartas pretas não eram capazes de combater outras cartas também pretas. Dessa forma, uma das mais primeiras cartas pretas que destruía criaturas, chamada Terror, possuía a restrição "não pode ser usada contra criaturas pretas nem contra criaturas artefatos". Naquela época, era uma limitação considerada extremamente lógica. Matar zumbis e matar máquinas? Isso definitivamente não parecia fazer sentido nos primórdios do jogo.
Por muito tempo esta lógica prevaleceu e deu lugar a diversas variantes, tais como Banimento Sombrio e Crotalus Mortífero. Não obstante, a ilustração era uma das mais macabras das séries de Magic: um humanóide sem pele, em carne-viva, amedrontado e gritando enlouquecidamente. Tal figura manteve-se presente deste a Alpha até meados após a Sexta Edição. Por esses motivos, a carta Terror tornou-se um ícone entre os jogadores durante os anos 90, inclusive sendo lançada mais tarde como uma carta promocional com arte extendida e sem texto (do extinto sistema de Cartas Textless de Rewards). Na verdade, tratava-se de uma nova arte e não exatamente a mesma ilustração utilizada anteriormente. A Wizards solicitou ao artista Ron Spencer, responsável pela ilustração original, para que fizesse a nova versão, mantendo a idéia de um humanóide em carne-viva aterrorizado, mas em uma posição diferente.
Mais tarde, a carta recebe uma nova ilustração quando foi relançada no bloco de Mirrodin, que não agradou nem um pouco aos jogadores, bem como caiu no desgosto geral (levando em conta que ela estava em uma séria cujo foco eram artefatos e criatura-artefato, sua eficiência foi drásticamente questionada). Por isso, quando a carta retornou na Décima Edição, a equipe criativa da Wizards caprichou na arte conceitual da carta, solicitando para que o ilustrador Adam Rex fizesse seguisse uma imagem contendo três camadas de uma criatura humanóide, representadas por uma seqüência semelhante a um círculo eterno (como a serpente que come a própria cauda). Nesta representação, uma camada é o esqueleto, a outra é a musculatura e a terceira se trata do corpo recoberto pela pele. A forma deveria deixar claro que estes são todos os elementos da mesma pessoa e interligar camada uma das três partes como se estivesse devorando a camada anterior. O esboço saiu melhor que a encomenda, fazendo com que a ilustração final se tornasse tão admirada quanto as versões antigas da carta.
Terror - Décima Edição |
Atualmente, muitas cartas pretas novas substituíram Terror em seu efeitos de destruir criaturas instantâneamente. Temos um novo arsenal encabeçado por Lâmina da Destruição e Homicídio, considerados mais fortes que sua predecessora pela maioria dos jogadores. No entanto, ainda existe quem considere o efeito de não permitir regeneração um diferencial muito mais interessante para enfrentar as criaturas inimigas.
Assim, como diria Geth, no único flavor text que a carta Terror recebeu ao longo de todas suas reimpressões: "Basta uma mera armadilha num canto escuro de suas mentes para que os pesadelos os alcancem".
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