terça-feira, 20 de julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

Radiante


Radiante foi um arcanjo criado pela planinauta Serra que viveu no Reino de Serra e liderou os exércitos angelicais durante séculos. Embora não aprovasse as regras de Serra, tais como o tratamento da planinauta como uma divindade e a falta de preocupação com as defesas do plano, Radiante sempre respeitou os poderes superiores de sua progenitora.
 
Quando Urza veio para o Reino de Serra e foi acolhido pela planinauta durante cinco anos, Radiante começou a desprezar mais ainda o governo de Serra. De forma que, os primeiros ataques dos phyrexianos foram antecipados e totalmente devastados pelas tropas do arcanjo, que se mantinha constantemente vigilante. Porém, a conseqüência da luta foi que a essência do mana negro dos phyrexianos começou a macular a pureza do mundo.
 
Entristecida por descobrir que a paz e santidade do mundo que ela criara era tão frágil, Serra decidiu partir logo depois que Urza voltasse para seu mundo de origem e deixar o trono a cargo de Radiante. No entanto, o arcanjo não era uma planinauta e, portanto, não possuía poderes capazes de garantir as mesmas proteções que Serra. Dessa forma, após muita oposição de diversos anjos, instituiu-se uma cruzada para expulsar toda a influência maligna phyrexiana e restaurar a plena pureza do Reino de Serra.
 
Oito séculos mais tarde, Urza retornou para o Reino de Serra e ficou chocado ao descobrir que Radiante estava matando membros de sua própria raça, alegando serem Agentes Adormecidos. Contudo, ele estava matando tanto inocentes quando phyrexianos sem perceber a diferença e Urza tentou argüir com ela para que retomasse a razão, mas foi inútil. Ele parte e depois reaparece com a recém-construída Nau Voadora Bons Ventos e tenta recolher o máximo de anjos refugiados para levá-los a Dominária antes que o Reino de Serra seja totalmente extinto.
 
Antes de partir, Radiante tenta impedir Urza de salvar os anjos, alegando o próprio planinauta era o causador de toda aquela desgraça que recaíra sobre o mundo e iniciando um terrível batalha contra o planinauta. Em um ato de extrema loucura, ela arranca as pedras (Powerstone e Mightstone) das cavidades oculares de Urza e tenta uní-las, mas isso resulta em uma explosão muito forte que a destrói. Em seguida, Urza retira o máximo de energia possível do mana que ainda restava no Reino de Serra para que a Nau dos Bons Ventos possa ser transportada de volta para Dominária. Por fim, o plano é extinto após sua partida.
 

Reino de Serra

O Reino de Serra é um plano artificial criado pela planinauta Serra e que é digno de ser chamado de paraíso. O sol permanece perpetuamente nascendo de vários ângulos ao mesmo tempo, de forma que é impossível determinar sua posição correta. Massas de terra flutuam lentamente pelos céus, recobertas por prados e flores, sem nunca em colidir um com o outro e formando uma magnífica paisagem.

No centro do plano fica o notável Santuário de Serra, onde a própria criadora residiu durante muito tempo. Existem três ambientes deste local que merecem destaque: o salão do trono, que possui diversas janelas através das quais é possível para um planinauta observar todos os recantos do plano; um aviário interno, repleto de belas arvores e pássaros; e a àrea privativa onde fica guardado o Casulo, um item criado por Serra para diminuir a degradação do plano (pois todos os planos artificiais possuem um determinado tempo de existência antes de se extinguirem sozinhos).

Anjos são a grande maioria da população do plano. Eles foram criados por Serra como guardiões das virtudes e valores que ela mais prezava. Basicamente, estão divididos em cinco propósitos diferentes: Lei, Graça, Razão, Dever e Verdade. Cada um foi criado para regular com um tipo de mana. Por exemplo, os anjos que exaltam a Lei foram criados para controlar o mana vermelho. Também existem os Arcanjos, que foram criados com o intuito de serem a frente de combate contra as ameaças que surgissem no mundo, bem como as Irmãs de Serra que eram auxiliares próximas da planinauta.

Cada uma das criaturas que vivem no Reino de Serra idolatra a planinauta como uma mãe divina. As mulheres são muito destacadas entre os habitantes, ocupando quase todos os cargos de autoridade maior. As artes e o casamento são práticas bastante encorajadas, pois simbolizam o auge da paz, de acordo com os ensinamentos da planinauta. Todas as crianças que nascem são levadas para serem criadas por Serra. Ou seja, a estrutura social é muito parecida com a de uma colméia de abelhas.

Quando Urza apareceu gravemente ferido e perseguido por phyrexianos, o Reino de Serra começou perder sua pureza natural. Os phyrexianos que adentraram no plano foram confrontados por Reya, a líder dos anjos da graça. Muito mais numerosos e preparados, os guardiões angelicais expulsaram os invasores. Porém, a conseqüência da luta foi que a essência do mana negro dos phyrexianos começou a macular o mundo e Serra, ao perceber isso, decidiu partir.

Depois que Serra deixou o plano e Radiante assumiu o trono, o militarismo e a paranóia religiosa instalou-se com grande velocidade. No entanto, Radiante não era uma planinauta e, portanto, não possuía poderes capazes de garantir as mesmas proteções que Serra. Dessa forma, após muita oposição de diversos anjos, como a própria Reya, instituiu-se uma cruzada para expulsar toda a influência maligna phyrexiana e restaurar a plena pureza do Reino de Serra.

Porém, sem a presença de Serra, as investidas phyrexianas eram cada vez avançam mais, causando inúmeras perdas. Quando Selênia, braço direito de Radiante, é derrotada e aprisionada pelos phyrexianos, a situação tornou-se incontrolável para o arcanjo. Radiant começou a perder a razão, exterminando até mesmo outros anjos por pensar que eles fossem agentes phyrexianos infiltrados. Esta atitude faz com que a energia do mana branco maculado pelos phyrexianos entre em um colapso irrecuperável, que culminará com a extinção do mundo em breve.

Urza reaparece com a recém-construída Nau Voadora Bons Ventos e vislumbra a extensão da corrupção que está ocorrendo no Reino de Serra e propõe-se a ajudar os anjos, levando-os para o plano de Dominária. Radiante tenta impedir Urza de salvar os anjos, alegando o próprio Urza era o causador de toda aquela desgraça que recaíra sobre o mundo e iniciando um terrível batalha contra o planinauta. Em um ato de extrema loucura, ela arranca as pedras (Powerstone e Mightstone) das cavidades oculares de Urza e tenta uni-las, mas isso resulta em um explosão muito forte que a destrói. Em seguida, Urza retira o máximo de energia possível do mana que ainda restava no Reino de Serra para que a Bons Ventos possa ser transportada de volta para Dominária. Por fim, o plano é extinto após sua partida.

Serra


Embora sua origem seja desconhecida, seu nome marcou a história do Multiverso. Serra foi uma planinauta humana que atingiu o status de divindade benevolente em Dominária e também seu próprio mundo paradisíaco chamado Reino de Serra habitado pelas almas de bravos guerreiros que renasciam sob a forma de anjos graças à presença da energia do mana branco em seu estado mais puro.

Serra trabalhou muito para tentar criar um plano perfeito, inclusive tentando eliminar a presença de outros tipos de manas que não fossem o branco. Porém, isso não é possível e tudo que ela conseguiu fazer foi minimizar significativamente a influência deles. Ela criou também um palácio de pedra e cristais, com um belíssimo santuário interno constituído de árvores e pássaros, além de inúmeras ilhas flutuantes e um sol em permanente amanhecer. No Reino de Serra não há tempo, comida ou mesmo água. Apenas o ar.

Mas, seu magnífico trabalho começou a ruir quando Urza apareceu. Perseguido por phyrexianos e gravemente ferido, ele e sua companheira Xantcha adentraram no Reino de Serra. A planinauta permitu que Urza ficasse até se recuperar, mas reconheceu a origem sombria de Xantcha. Após muito refletir, Serra permitiu a esta da phyrexiana em seu plano, mas em total isolamento e constante vigilância.

Cinco anos se passaram. Urza e Xantcha haviam se recuperado de seus ferimentos, mas infelizmente alguns perseguidores phyrexiano encontram seus rastros e agora estavam adentrando no Reino de Serra, dano início a muitas lutas contra os anjos. Muito mais numerosos e preparados, os guardiões angelicais expulsaram os invasores. Porém, a conseqüência da luta foi que a essência do mana negro dos phyrexianos começou a macular a pureza do mundo.

Entristecida por descobrir que a paz e santidade do mundo que ela criara era tão frágil, Serra decidiu partir logo depois que Urza também voltou para seu mundo de origem, Dominária, e deixar seu trono para Radiante, uma dos mais poderosos arcanjos e líder de seus exércitos. Desaprovando a atitude da planinauta, Radiante acreditava ser a única a verdadeiramente dar importância para o plano e acabou cada vez mais paranóica enquanto esteve no comando.

Durante algum tempo, Serra visitou diversos planos até parar em Ulgrotha. Lá, ela encontrou um paraíso bruto, no qual a natureza e cultura dos povos desenvolviam-se harmoniosamente graças à assistência de um outro planinauta: Feroz. Admirada por seu nobre propósito em restabeler o fluxo do mana naquele mundo e o altruísmo com que dedicava-se a auxiliar todas as criaturas vivas, Serra apaixonou-se por Feroz e eles logo casaram.

Atuando ao lado de Feroz, a planinauta desempenhou o papel de guia espiritual e protetora da cidade de Aysen. Com o passar do tempo, ela fundou uma Abadia e seus seguidores mais ferrenhos formaram uma ordem chamada Paladinos de Serra, dedica a propagar os seus princípios e defender o povo de Aysen contra os vampiros do tirano Barão Sengir. O casal fez tudo o que puderam para manter a paz em Ulgrotha, desde discutir política com o Barão até mesmo erigir uma barreira mística para manter outros planinautas longe do plano.

Quando seu sonho de um mundo perfeito parecia concretizar-se, Serra foi mais uma vez golpeada pelo azar e assistiu seu amado Feroz morrer em um acidente de laboratório. Seu coração partido não lhe deu forças para continuar em Ulgrotha e ela abandonou tudo, inclusive o povo de Aysen.

Depois de vagar pelos planos por mais algum tempo, ela voltou sua atenção para Dominária. Mais especificamente para as planícies de Sursi, onde ela encontrou uma magnífica raça de pégasos e foi atacada por um ladrão que na verdade era um planinauta disfarçado. Ela percebeu que a perda de Feroz era uma dor que ela nunca superaria, pois era maior que pensar que veria um mundo paradisíaco definhar novamente. Sendo assim, ela não ofereceu nenhuma resistência ao ladrão que queria sua aliança de casamento, pois pensava ser algum artefato poderoso, e foi apunhalada mortalmente.

Um clérigo que passava pelo local testemunhou a cena covarde do ladrão desferindo o golpe em Serra, embora não soubesse quem ela era. Reunindo toda a coragem que possuía, Angus conseguiu distrair o assaltante e fugir com o corpo de Serra em seus braços. Serra poderia ter curado a si mesma, mas seu desejo era morrer. Dessa maneira, em seus últimos dias antes de morrer, ela transmitiu valiosos ensinamentos ao clérigo Angus. Inspirado por tudo que Serra lhe transmitira, Angus iniciou a construção da Catedral de Serra a redor de seu túmulo.

Serra pode estar morta, mas seu legado permanece. Ela ainda é reverenciada pelo povo de Aysen. Diversos anjos foram resgatados do Reino de Serra por Urza antes do colapso que se desenrolou durante a administração de Radiante e desempenharam um papel importante na defesa de Dominária perante a invasão phyrexiana. Dizem também que seu desejo de morrer havia criado um portal planar para Ulgrotha que ocasionalmente aparecia nas planícies de Sursi, quando nevava muito e a lua estava cheia. Mas, seja como for, assim como Feroz ela certamente viverá aternamente através de seus ensinamentos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Feroz

Feroz foi um planinauta que desprezava o uso de magias de invocação de criaturas, pois as considerava imorais. Ele estudou muitas culturas através do Multiverso e, durante suas viagens, conheceu o plano de Ulgrotha. Logo antes da chegada dele, o mundo tinha sido um plano bonito e sustentável, semelhante a Dominária. Porém, aquele mundo remoto havia sofrido uma série de cataclismos conhecida como as Guerras dos Feiticeiros e o mana tornou-se extremamente reduzido desde que a planinauta Ravi ativou o poder do seu Carrilhão do Apocalipse.

Afeiçoando-se ao plano, Feroz começou a trabalhar para que a vida se renovasse e a energia do mana voltasse a fluir com força maior. Também foi atraído por um jovem minotauro chamado Sandruu, no qual sentiu a centelha latente característica dos planinautas. Ambos tornaram-se grande amigos e Feroz ajudou Sandruu a ascender. Além disso, o caminho de Feroz em Ulgrotha cruzou-se com o de outra planinauta. Serra veio de Dominária para conhecer o plano. Ela apaixonou-se à primeira vista por Feroz e sua causa nobre de resgatar os estragos que haviam ocorrido naquele mundo. Ambos casaram pouco tempo depois.

Enquanto explorava o Multiverso, Sandruu também se apaixonou por uma planinauta, chamada Kristina of the Woods. Porém, um antigo amante dela ficou furioso ao descobrir o romance dos dois e atacou o minotauro. Rapidamente, Sandruu percebeu que aquele não era um oponente normal, mas sim um planinauta poderoso conhecido como Taysir. Mesmo fugir de volta para Ulgrotha não adiantou, pois a raiva de Taysir era imensa e ele perseguiu Sandruu de qualquer maneira. Após ser derrotado, Sandruu foi exilado para um ponto tão distante do Multiverso que demoraria quase um milênio para conseguir regressar. Agora era a vez de Feroz enfurecer-se perante a atitude de Taysir e vingar o amigo minotauro.

Depois de matar Taysir (ou assim pensava), Feroz conjurou um monumental feitiço para proteger todo o plano de Ulgrotha deste tipo de problema no futuro. Tratava-se de uma barreira mística que impedia a entrada de qualquer planinauta naquele mundo. Ele estava cansado dos propósitos destrutivos dos outros planinautas e acreditava que esta seria a única maneira de salvar Ulgrotha.

Além fundar a Escola de Magia e ensinar humanos a se transformarem em animais, Feroz foi essencial para a reestruturação da vida selvagem por todo o plano. Entretanto, ele acabou morrendo em um acidente de laboratório diante dos olhos de sua amada Serra. A planinauta não conseguiu evitar a profunda tristeza que se abateu sobre ela depois do triste incidente e decidiu abandonar o plano de Ulgrotha, não sendo capaz de dar continuidade à causa do seu falecido marido.

Muitos anos depois da morte de Feroz, a proteção mágica que ele criou em Ulgrotha começou a enfraquecer e as civilizações agora entraram em guerra entre si.
 

Ravi


Ravi é uma antiga planinauta, que vivia em Ulgrotha muito antes da vinda de Feroz e Serra para este plano. Seu mestre fazia parte de uma seita chamada Tolgath, que travava uma disputa mortal contra um grupo rival conhecido como Os Anciões pelo domínio do plano e da Fenda Temporal criada acidentalmente por um dos membros destes Anciões. Tal confronto ficou conhecido como Guerra dos Feiticeiros.

Não se sabe ao certo como Ravi adquiriu o Carrilhão do Apocalipse, mas especula-se que ela tenha recebido e sido instruída sobre como usá-lo por seu próprio mestre, depois que a iniciou na seita. É provável que tenha sido guardado como um às na manga pelos Tolgath e, quando a derrota fosse iminente, eles fariam uso daquele item. Ou talvez Ravi apenas tenha elaborado um plano ambicioso para ser a única sobrevivente daquela Guerra, pois a única informação confirmada é que a planinauta trancou-se na torre Espiral de Basalto para depois ativar o Carrilhão do Apocalipse.

O poder do artefato soou através de todo o plano, resultando na Grande Destruição. A Guerra dos Feiticeiros terminou, foi o efeito do Carrilhão rompeu todo o fluxo de manas existente no plano e, assim, destruiu quase tudo que existia nele. Além disso, embora talvez a própria Ravi não soubesse, o estrago provocado por tamanho poder destrutivo se propagou através de vários outros planos e gerou efeitos que os desestabilizaram, bem como também criou as Zonas Mortas em Ulgrotha (locais onde a energia do mana se extinguiu por completo) e desencadeou o surgimento de pequenas brechas que conectavam alguns mundos entre si.

Embora ciente do resultado de sua ação, Ravi permaneceu confinada na torre durante muitos séculos, até que foi libertada pelo Barão Sengir. O tirano de Ulgrotha selou uma aliança, convidando-a para viver nos seus domínios em troca dos conhecimentos que a sombria planinauta possuía. Dessa maneira, Ravi passou a ser chamada pela alcunha Avó Sengir. Mesmo sem possuir nenhuma ligação biológica com o Barão, mas ela passou a ser tratada por ele como uma tutora e parte de sua grande “família”.

Atualmente, o nome da Avó Sengir é associado a inúmeras atrocidades, desde cozinhar cabeças de unicórnios até beber sangue de jovens para continuar viva. No entanto, ela ainda é conhecida como uma poderosa feiticeira que manipula o mana negro com extrema facilidade e ninguém imagina quais são seus planos para o futuro, pois o Carrilhão do Apocalipse ainda continua em seu poder.

Barão Sengir

O infame Barão Sengir é um lorde vampiro que governa a região amaldiçoada de Dark Barony, onde a noite é permanente, no plano de Ulgrotha. Sua ascensão como governante é uma incógnita até hoje. Alguns dizem que ele veio de outro plano, junto com um planinauta que era seu amigo. Outros dizem que ele nasceu em Ulgrotha e ascendeu ao poder controlando magicamente criaturas inferiores e usando-as como armas.

No entanto, deixando os boatos sobre sua origem de lado, sabe-se que ele criou Dark Barony e começou a conquistar o mundo inteiro depois de tomar o Castelo da Luz da Manhã e a cidadela subterrânea New Freedom dos anões. O que ninguém sabe é que este Castelo havia sido construído justamente para proteger um o Portal Planar, que conecta Ulgrotha com um mundo desconhecido, e que foi através dele que o Barão conseguiu obter os poderes necessários para iniciar suas conquistas. Mais tarde, o castelo foi rebatizado como Castelo Sengir e, como insulto adicional aos anões, o Barão vampirizou a princesa anã e a tornou sua serva Irini (Irini Sengir). Logo, os anões foram devastados e os poucos sobreviventes fugiram.

Além disso, foi o Barão Sengir quem encontrou a Espiral de Basalto, uma torre lendária perdida na Zona Morta de Ulgrotha (onde não existe a energia do mana). No interior da torre, a planinauta Ravi dormia desde muitíssimos séculos atrás, quando ela usara o Carrilhão do Apocalipse (Apocalypse Chime). O Barão a despertou e passou a chamá-la de Avó (Grandmother Sengir) acolhendo-a no Castelo e iniciando uma poderosa aliança.

Os domínios do Barão em Dark Barony são muito semelhantes à idéia da Transilvânia fantástica e ele próprio lembra a figura do Drácula. Trata-se de um cavalheiro, elegante e bem-educado vivendo em um pântano enevoado que usa das mais variadas artimanhas políticas para lidar com seus adversários. Seu refúgio é repleto de segredos que nunca foram completamente explicados ou compreendidos por ninguém, exceto o próprio Barão.

Através de um pacto com Eron (Eron the Relentless), o Barão determinou deveria ser ofertada comida pra os vilarejos sengirianos Em troca, nenhum tipo de ataque ou intervenção seria feita à Fortaleza (Koskun Keep) onde Eron governa os goblins das Montanhas de Koskun.

Certa vez, o Barão convidou o casal de planinautas Feroz e Serra para conhecerem o Castelo Sengir. Como todo vilão de classe, o Barão deixou bastante claro para os dois planinautas que não deveriam interferir em seus planos para o futuro de Ulgrotha. Contudo, o casal não apenas já desaprovava as idéias do Barão como se declaram abertamente opositores do tirano. Serra auxiliava a cidade de Aysen, principalmente com relação à fé de seus moradores em seus clérigos da Abadia (Aysen Abbey) e Feroz fundou a Escola de Magia (Wizards School).

Os obscuros planos de Sengir envolvem uma paciente espera. Ele utiliza com maestria a sua imortalidade, pois sabe que a maioria de seus inimigos são mortais e cedo ou tarde perecerão naturalmente. Além disso, sua genialidade é assombrosa. Por exemplo, sem conseguir rechaçar as defesas das cidades-estado como Aysen e Onella, ele simplesmente parou de atacá-las. Sem um inimigo comum contra quem os habitantes se uniam, richas entre eles começaram a surgir e todos se enfraqueciam. Os poucos casos em quem algum “herói” tentava prosseguir lutando pessoalmente contra o Barão foram não apenas derrotados como usados como aviso aos demais, principalmente como ocorreu com o famoso Paladino de Ishan que foi transformado em um serviçal do tirano (Ishan Shade). Aproveitando-se das fragilidades políticas entre as cidades, o Barão Sengir aproveitou para atuar diplomaticamente enquanto enviava seus espiões se infiltrarem em cada local controlado pelos opositores. Um destes espiões é um notório caçador chamado Veldrane (Veldrane Sengir).

Em meio a um intricado cenário político, Feroz viria a lançar um feitiço que englobaria todo o plano de Ulgrotha e o protegeria contra as tentativas de invasões por outros planinautas (Feroz´s Ban). Enquanto isso, uma ferrenha adversária do Barão chamada Sálix (Autumn Willow) garante a proteção das florestas, impedindo que tropas de vampiros profanem os territórios onde a mana verde flui com maior força.

Entretanto, Feroz morreu em um acidente de laboratório diante dos olhos de sua amada Serra. A planinauta não conseguiu evitar a profunda tristeza que se abateu sobre ela depois do triste incidente e decidiu abandonar o plano de Ulgrotha. Sem estes dois opositores, Sálix se torna a única verdadeira ameaça para o Barão Sengir, que agora cada vez amplia mais seus domínios à medida que as cidades enfraquecidas começam a perecer diante de seus exércitos. Porém, ele também retém grande atenção aos ensinamentos relacionados à magia transmitidos pela Avó Sengir e, eventualmente, negocia com dois ladrões (Joven e Chandler) para obter alguns artefatos que lhe interessam.

No momento atual em Ulgrotha, Sálix ouve rumores a respeito de que algumas fileiras do exército do Barão marcharam através do Portal Planar dentro do Castelo Sengir para o outro plano desconhecido. Mas, ao mesmo tempo, as investidas do tirano para conquistar todas as regiões de Ulgrotha avançam impiedosamente através de suas hordas vampirescas e sua vitória parece cada vez mais próxima.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Emenda

A Emenda (ou Grande Emenda) foi um processo que começou quando Jeska selou a última grande Fenda Temporal em Otária e causou a restauração de todas as fraturas temporais existentes no Multiverso. Depois da Emenda, o Multiverso entrou em um novo equilíbrio, permitindo que a energia (mana) fluísse livremente dentro de cada Plano e até mesmo mudando a natureza dos poderes dos Planinautas. Antes da Emenda, os planinautas eram metamorfos que nunca envelheciam, cujo poder era limitado apenas por sua experiência e conhecimento. Nicol Bolas foi um dos planinautas que viu esse poder quase divino ser arrancado de suas mãos.

As Fendas Temporais eram fraturas que surgiram em Dominária e alguns poucos outros planos, cujas suas origens são bastante complexas e quase causaram a destruição de todo o Multiverso. Resumidamente, quando a planinauta Ravi usou o Carrilhão do Apocalipse, o estrago provocado em Ulgrotha se propagou através de vários planos e gerou efeitos que os desestabilizaram. Por exemplo, em Kamigawa o “mundo espiritual” começou a se fundir com o “mundo físico”. Além disso, o soar do Carrilhão criou as Zonas Mortas em Ulgrotha (locais onde a energia do mana se extinguiu por completo) e desencadeou o surgimento de pequenas brechas que conectavam alguns mundos entre si.

No entanto, algumas destas brechas acabaram sendo ampliadas até o ponto de se tornarem Fendas Temporais devido à diversos eventos através da história de Dominária, tais como a ativação do Sylex Golgothiano no final da Guerra dos Irmãos, a batalha contra Karona em Otaria e a obliteração de Tolaria. A existência de tantas Fendas resultou em um desequilíbrio entre as forças primordiais do Multiverso e o poder quase divino da centelha dos planinautas. Além disso, o dano que estas Fendas provocavam no fluxo de energia (mana) do mundo tornou-se gradativamente mais drástico, até que não seria mais possível Dominaria se recuperar sozinha e era apenas questão de tempo para o plano inteiro definhar até ser extinto.

Enquanto cada Fenda Temporal tinha uma “personalidade” própria, relacionado com as circunstâncias de sua criação, elas também tinham algumas propriedades comuns: drenavam o mana do plano e causavam anomalias no espaço e no tempo. Além disso, todas influenciavam umas às outras. Ou seja, conforme a quantidade de Fendas aumentava, maior o poder delas.

Muitas coisas cruzavam cada uma das Fendas. Desde criaturas e objetos, até magias do passado e situações do futuro. Como se não bastasse, algumas vezes alguma coisa do próprio momento presente de Dominária era arrancado do plano e arremessado para algum lugar do tempo. Obviamente, alguns magos perceberam que este era um bom meio de tentar aprender magias. Mas, dentre todos, o maior nome desta época foi o do planinauta Teferi.

Teferi não apenas estudava as Fendas Temporais, como também descobriu que se não fossem contidas elas consumiriam Dominária e talvez até mesmo outros planos. Dessa forma, ele e seus aliados Venser, Radha e Jhoira envolveram-se em uma cruzada para fechar todas as Fendas antes que fosse tarde demais.

Com tamanha ajuda, Teferi eventualmente fez uma descoberta: talvez ele pudesse conter uma fenda, alinhando sua própria essência com a da fratura, criando uma espécie de ressonância de mana entre a sua ilimitada centelha de planinauta e o infinito apetite por mana da fenda. O que iniciou apenas como teoria, não demorou para ser colocado em prática. É claro que apenas um planinauta poderia conseguir isso e o planinauta em questão provavelmente seria morto no processo. Teferi explicou sua decisão para os demais e todos concordaram que fariam o mesmo com as outras fendas, caso a idéia de Teferi estivesse correta. Dirigiram-se para a fenda que se formou onde a terra de Shiv voltaria da alternância à realidade de Dominária.

Teferi admitiu que o conserto da fenda iria matá-lo, mas por milagre ele saiu vivo e sua teoria de que a fenda seria fechada graças ao uso da centelha de planinauta como uma espécie de catalisador ou de combustível estava correta. Havia uma coisa que estava faltando, no entanto. Sua centelha tinha ido embora, ele já não era um planinauta. Ele era apenas um mortal, novamente.

Finalmente, tudo fez sentido. Dominária poderia ser salva, mas o preço seria alto: para cada fenda, um planinauta teria que desistir de sua imortalidade, de seus poderes e talvez até mesmo de sua própria vida. Teferi e seus amigos começaram uma jornada por outros planinautas dispostos a tamanho sacrifício e, esta busca, é a base do enredo do bloco de Espiral Temporal.

As grandes e principais Fendas Temporais eram localizadas nas regiões de Mandara, Yavimaya, Tolaria, Shiv, Zhalfir, Urborg, Skyshroud e Otaria.

Em Mandara, ela originou-se da primeira batalha entre planinautas que ocorreu em todo o Multiverso e que consagrou Nicol Bolas como vencedor. A destruição causada pela luta retirou um terço do continente do mapa e causou o primeiro estrago consistente ao plano. A Fenda era localizada nos Portões de Talon e foi fechada por Nicol Bolas que, após uma batalha épica, matou o planinauta Leshrac para usar os poderes dele no processo.

A explosão do Sylex Golgothiano mudou o mundo de Dominaria e trouxe a Era Glacial. Mas, além dos efeitos visíveis de mudança climática, também causou a abertura de uma grande Fenda Temporal na grande floresta de Yavimaya. Leshrac manipulou Jeska e a planinauta acabou enviando Radha para selar a Fenda, mesmo não sabendo que isso enfraqueceria muito a companheira. Multani usou sua maro-feitiçaria para estabilizar parcialmente a fenda. Mas Jeska, ainda sob a influência de Leshrac, forçosamente fechou a fenda, mais uma vez usando Radha como um canal de mana ressonante e destruindo a centelha de planinauta que ela possuía. Quando o enfraquecido Multani tentou impedi-la, Jeska o destruiu.

Ao contrário das demais Fendas, a de Tolaria foi imediatamente percebida quando surgiu. A falha no experimento de viagem do tempo elaborado por Urza causou aparecimento de várias bolhas de tempo através da ilha. Durante a invasão phyrexiana à Dominária, Barrin obliterou a ilha inteira. Felizmente, Karn voltou no tempo e fechou a Fenda, impedindo Barrin de conjurar sua mágica. Curiosamente, o golem de prata não perdeu a centelha que Urza havia lhe transmitido, mas no momento após a fenda ter sido selada, Karn pareceu perceber algo terrível e se atirou nas Eternidades Cegas.

No começo da invasão phyrexiana, Teferi alternou (phased out) parte de Shiv e Zhalfir de lugar, deixando um buraco em Dominária. Quando resolveu trazer Shiv de volta, Teferi percebeu o estrago que ele próprio fizera e compreendeu o funcionamento das Fendas Temporais. Mas Zhalfir, ao contrário de Shiv, não retornou ao seu local de origem. Como Teferi perdeu seus poderes de planinauta para fechar a fenda de Shiv, não havia mais como trazer Zhalfir de volta. No entanto, a mais uma vez Jeska, manipulada por Leshrac, selou outra fenda consumindo parte dos poderes naturais de Radha sobre manipular o fluxo de mana e a deixando quase morta.

A Fenda Temporal em Urborg não surgiu de nenhum evento envolvendo planinautas, mas sim de como um efeito desencadeado pelo segundo estágio da invasão phyrexiana, a qual mesclou temporariamente os planos de Rath e Dominaria conforme planejado por Yawgmoth para que as tropas phyrexianas pudessem desembarcar de um plano em outro. Porém, quando a invasão começou, um planinauta chamado Lord Windgrace honrosamente abriu mão de sua vida para fechar aquela Fenda após fundir sua própria essência ao terreno de Urborg.

Na floresta de Skyshroud, outra planinauta, chamada Freyalise, recusou-se a ouvir os avisos de Teferi sobre as Fendas Temporais. No entanto, phyrexianos começaram a usar a Fenda existente na floresta como portal para a invasão e, após resistir bravamente durante muito tempo, Freyalise finalmente compreendeu as palavras e atitudes de Teferi perante as Fendas. Assim como Lord Windgrace, ela também se sacrificou para selar a fenda que existia na floresta que ela tanto amava.

A última grande Fenda Temporal surgiu quando Karona foi destruída. Por causa da natureza dela, a Fenda que se formou em Otaria era diferente e muito mais difícil de ser fechada. Jeska, finalmente livre do controle de Leshrac, mas torturada pela culpa e dor de suas perdas e suas ações, decidiu que ela deveria ser a única a realizar tal sacrifício. Apenas com um esforço extremo e o auxílio de Venser e Radha, Jeska conseguiu adentrar na Fenda e foi consumida pelo vórtice. Quando esta última Fenda foi selada, iniciou-se o advento da Emenda e o equilíbrio do Multiverso foi restaurado.

Nevinyrral


Nevinyrral foi um lich de Urborg. Ele controlava a Cidade de Urborg, a qual guerreava com o reino vizinho de Bogardan. Pouco se sabe a respeito desta guerra, mas o artefato possuído pelo lich é envolto de muitas lendas. A maioria delas diz que ele usou o poder deste item, o famoso Disco de Nevinyrral, para garantir que ele e todo o reino de Urborg fossem destruídos e que seus conquistadores não obtivessem nenhum espólio (principalmente, evitar que grande parte de suas pesquisas fossem roubadas também). Além disso, ele foi o autor célebre de um dos maiores livros sobre necromancia de Dominaria: o Manual do Necromante.

O nome Nevinyrral deriva do escritor de ficção científica Larry Niven, quem escreveu uma história sobre um evento apocalíptico futurista. Tal história foi lembrada pelos designers da Edição Alfa quando criaram a carta e, dessa maneira, decidiram fazer esta pequena “homenagem” para este escritor.

Sarkhan, o Louco

Variação de Sarkhan Vol.

A servidão ao implacável planinauta Nicol Bolas teve um alto preço para Sarkhan Vol: sua sanidade mental. Sarkhan vasculhou todo o Multiverso em busca de um dragão que fosse feroz e poderoso o suficiente para merecer sua veneração, e foi isso o que encontrou quando conheceu Nicol Bolas no plano de Alara. Mas desde que prometeu sua lealdade a Nicol Bolas, as consequências de sua decisão tiveram um grande peso sobre sua alma. Enquanto vaga pelo Multiverso espionando os outros planinautas e cumprindo obscuras missões para seu novo mestre, vozes de dúvida ecoam em sua mente.

A última missão de Sarkhan foi a de fazer guarda no Olho de Ugin, uma antiga câmara subterrânea que tem uma ligação com o destino dos Eldrazi, onde Sarkhan ouviu sussurros assombrados do passado de Zendikar. Agora, devido às ações dos planinautas rivais, os Eldrazi foram liberados. Sarkhan precisa explicar seu evidente fracasso no Olho — e Nicol Bolas não é exatamente um mestre clemente.

Gideon Jura


Gideon Jura é um planinauta que controla a magia branca. Diferentemente da maioria dos planinautas, Gideon não hesita em entrar em combate. Ele também pratica a hieromancia, a magia da justiça divina.

A arma de Gideon chama-se sural, uma espécie de chicote metálico de três pontas que também serve como foco para conjurar suas mágicas. Seus fortes valores morais e seu sentimento de dever o levaram a servir como agente da Ordem de Heliud, uma organização que tentou implantar a lei e a ordem no plano de Regatha. O lar adotivo da piromante Chandra Nalaar, o monastério de fogo chamado Fortaleza de Keral, tornou-se um obstáculo aos objetivos da Ordem de Heliud e o líder Walbert precisava tirar a garota do caminho. Ele mandou Gideon para interceptá-la no plano de Kephalai, onde Chandra estava tentando roubar — pela segunda vez — o pergaminho de Ugin, que contém não apenas uma poderosa magia piromântica, como também o mapa para o Olho de Ugin, uma câmara escondida no longínquo plano de Zendikar.

Em Kephalai, Gideon prendeu Chandra e a entregou às autoridades locais, mas ela fugiu. Ele então a seguiu até o sombrio plano de Diraden, onde os dois planinautas se tornaram aliados para escapar dos ataques do governante do plano, o vampiro Velrav. Foi apenas quando voltaram à Regatha que Chandra soube que Gideon estava a serviço da Ordem de Heliud e que ela teria de se entregar a Walbert para impedir que a Fortaleza de Keral fosse destruída. Entretanto, com a ajuda de Gideon, Chandra sobreviveu à perseguição de Walbert e deu a Gideon razões para questionar a verdadeira motivação da Ordem. Depois disso, ela partiu em busca do Olho de Ugin.

Após muita reflexão, Gideon decidiu seguir Chandra até Zendikar, na esperança de poder ajudá-la a sobreviver no traiçoeiro e imprevisível plano. Mas quando chegou lá, ele descobriu que Chandra já havia partido e que Zendikar estava sob ataque. Os antigos Eldrazi haviam sido libertados de sua prisão e Gideon precisa fazer todo o possível para proteger os habitantes de Zendikar — e a si mesmo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Demônios

Demônios são entidades malignas e poderosas, extremamente difíceis de serem controladas e sempre cobram um preço alto de quem tenta negociar com elas. Normalmente, estão associados à mana preta, que representa seu imenso poder em troca de grandes sacrifícios. Mas, ocasionalmente, eles são influenciados pela mana vermelha, o que costuma torná-los um pouco mais agressivos e caóticos. A seguir serão descritos algumas das mais comuns e também as mais famosas criaturas deste tipo.

Em Dominária reside a maioria dos tipos de demônios conhecidos. Entre eles, o famigerado Senhor das Profundezas, que se trata de uma criatura muito poderosa que exibe presas gigantescas, duas asas enormes e garras afiadas. Senhores das Profundezas são tão malignos que requerem constantes sacrifícios para serem mantidos sob controle, de maneira que até mesmo planinautas tem grandes receios de invocá-los. Sabe-se de diversos casos como de Thomil, um planinauta que invocou um destes demônios para lutar contra outra planinauta chamada Worzel e acabou perdendo o controle sobre a criatura. Em outro famoso episódio, Ravidel invocou um destes seres durante sua batalha contra Kristina of the Wood, Jared Carthalion e Altair of Coloni na famosa cratera chamada Abismo de Duelo de Golthonor, na época da Guerra dos Planinautas. Este Senhor das Profundezas matou Hoont, uma criatura que possuía um elo especial com Jared Carthalion. Outro Senhor das Profundezas foi invocado durante uma luta na cidade de Estark por Kuthuman, o primeiro mestre da Arena.

Além dos Senhores das Profundezas, outro tipo bastante conhecido é o Assecla de Leshrach. Criaturas de corpo largo, aspecto de morcego e presas à mostra. Jodah e Jaya Ballard lutaram contra um destes seres em uma caverna próxima de Tresserhorn. Alguns deles também foram vistos lutando ao lado do necromante Lim-Dûl contra os impérios de Kjeldor e Balduvia. Existem também os Demônios Bolorentos, que são monstros muito altos, com esporos e espinhos azulados recobrindo todo o corpo, garras afiadíssimas e olhos esbugalhados. O metamorfo Halfdane assumiu a forma de um Demônio Bolorento quando lutou contra Ayesha Tanaka e Tor Wauki, que queriam vingar a morte de Kei Takahashi que havia sido assassinado por Halfdane.
Um tipo perigoso é o Demônio Sorridente, capaz de modificar sua aparência para enganar suas presas. Quando a pobre vítima se aproxima, ele assume sua real forma assustadora e a devora. Dizem que estas criaturas têm a mente extremamente perturbada e mesmo que sejam alimentadas constantemente, tentarão devorar seus próprios mestres.

Embora sejam figuras de aparência típica, com grandes asas, chifres e garras, os Demônios Fulminantes possuem um grande diferencial, pois após falecerem seu corpo exala um odor pútrido que enfraquece todas as demais criaturas ao seu redor e, na maioria das vezes, causando a morte das mesmas. Criaturas com um sorriso ameaçador em suas faces e uma pele pálida, conhecidos por sua capacidade de fazer contratos em troca de poder são os Demônios de Xathrid. Contudo, a única oferta válida em suas negociações é o sangue.

Além disso, existem duas lendas ancestrais em Dominária sobre demônios: Sol´kanar e Espírito da Noite. O primeiro havia sido uma Força da Natureza que protegia a Floresta de Khone no passado, porém foi corrompido pela planinauta Geyadrone Gihada e se transformou numa entidade maligna que servia fielmente como o campeão dela. Já o Espírito da Noite é uma criatura lendária que promove diversas chacinas e seu nome é sempre sussurrado com medo pelos habitantes do continente de Jamuraa.

Em outros planos, como Shadowmoor, os demônios não passam de figuras monstruosas desprovidas de qualquer tipo de inteligência. Entretanto, certamente não podemos deixar de citar também Phyrexia, o plano comandado por Yawgmoth, pois é o próprio paraíso demoníaco. Durante os temops da arqueodruida Greensleeves, Phyrexia foi habitada por demônios sem inteligência, que possuíam apenas um propósito: reunir todos os artefatos que encontrassem e levá-los para Phyrexia.

No entanto, após Yawgmoth tornar-se soberano daquele plano, o contingente de demônios existentes aumentou significativamente e sua inteligência também. Atualmente, a Sexta Esfera é habitada os Demônios de Yawgmoth, que formam a maioria do Círculo Interno, além de serem os seus mais poderosos e leais seguidores. Dentre estas criaturas destacam-se Abcal-dro, um dos membros do Círculo Interno de Yawgmoth que criou Belbe a partir do corpo da elfa Ávila; e Croag, que era outro membro do Círculo Interno e trabalhou junto de Davvol, o primeiro Evincar de Rath. Croag foi ferido gravemente por Kreig em uma batalha que ocorreu em Keld para encontrar Gatha e sua pesquisa sobre a linhagem de Urza. Durante o tempo que demorou a se recuperar, Davvol decidiu testar seu Neutralizador, ordenando-o destruir Croag. Mas o demônio venceu o Neutralizador e emboscou Davvol nos Fossos da Morte.

Existem demônios também no plano artificial de Mirrodin. Porém, como todas as outras formas de vida não-artificiais do plano, os que existem aqui foram trazidos pelo Memnarca através de armadilhas, tal como ocorreu com o mais famoso dentre eles: o Demônio Saqueador, uma criatura malévola que é capaz de erradicar todos aqueles que não se curvam perante ele.

Os Onis são espíritos malignos e caóticos em Kamigawa, sendo que a maioria deles está aprisionada nas Montanhas Sokenzan. Com o desencadear da Guerra dos Kamis, muitos foram libertados pelos ogres para trazerem a destruição para o plano. Dessa forma, muitos estão vinculados aos seus súditos, como é o caso de Oni Rasga-Entranhas e Oni Lacina-Dor. Também foram apresentados vários espíritos demoníacos lendários, tais como: Kuro, comandava secretamente os Nezumi e outros asseclas através do medo que tinham de seus poderes; Kagemaro, que foi o primeiro humano a ser tão maligno que seu espírito se corrompeu a ponto de se tornar um espírito-demoníaco; Yukora, que outrora havia devastado muitos vilarejos e agora conseguira escapar da prisão mística imposta por seus capturadores; Kyoki, que era um mago que se deixou dominar pela energia da magia espiritual e passou a devorar a mente de seus inimigos; e Seizan, um típico demônio negociante que trocava poder pela sangue de seus clientes. Como você pode observar, todos eles possuem histórias em particular, pois são entidades únicas e que participaram de diversos eventos durante a Guerra dos Kamis. Diferentemente dos demônios dos outros planos, alguns onis são criados puramente a partir de mana vermelho ao invés de preto, como é o caso de Shimatsu, uma entidade de pura malevolência.

No fragmento de Alara chamado de Grixis, os demônios são parte do ciclo natural de vida. Dessa forma, criaturas como o Demônio Extrator desempenham papéis de líderes naturais. Eles costumam ostentar seus títulos coletando ossos de cadáveres de seus inimigos e utilizando-os como troféus e adornos pelo corpo. Outro tipo de demônio é o Príncipe dos Servos, mais poderoso e que comanda aqueles que levantaram das tumbas novamente para a vida. Especula-se que, inclusive, fora um grupo de Príncipes dos Servos que criou e manipula secretamente Sedris enquanto este supostamente governa o fragmento.

Malfegor é uma criatura gigantesca e de origem misteriosa, mas seu poder é assombroso. Ele é um demônio-dragão que trabalhou para Nicol Bolas preparando exércitos em Grixis para invadir os outros fragmentos de Alara após a união ocorrida pela Confluência (evento cataclísmico que fez com que os cinco mundos de Alara se unissem em um). Embora o próprio Malfegor não saiba (ou talvez saiba e apenas não se importe), sua titânica batalha contra o arcanjo Asha também pode ter sido o motivo da fragmentação do plano em cinco partes.

Em Ravnica eles também estão presentes e seus aspectos são parecidos com os dos demônios de Dominária: asas imponentes, garras afiadas, grandes chifres e presas à mostra. Costumam causar pânico por onde passam. O mais famoso entre todos é Rakdos, fundador e líder do Culto de Rakdos, a mais cruel e desprezível guilda de Ravnica.

Há muito tempo em Innistrad, demônios eram ameaças sussurrantes, temidos tanto pelos humanos como pelos vampiros. Pensava-se que eles haviam desaparecido há tempos, tornado-se míticos. Mas o desaparecimento de Avacyn, o arcanjo protetor deste mundo, criou uma oportunidade para as forças infernais deixarem seus refúgios obscuros. Os demônios e seus hospedeiros começam a chegar, um a um. O Skirsdag é um culto secreto demonista centrado na cidade alta de Thraben. Esta organização secreta tem humanos em todos os níveis da igreja, nobreza e comércio. Embora pequeno, o culto existe há gerações. Quando o demônio Griselbrand cresceu em poder, superando todos os outros demônios conhecidos de Innistrad, o Skirsdag também ganhou notoriedade. Grisebald desapareceu no mesmo momento que Avacyn, deixando seus seguidores humanos dando continuidade aos seus objetivos durante sua ausência.

Zendikar é um plano habitado por diversos tipos de demônios. Dentre os tipos mais numerosos, destacam-se o Demônio Escultor do Inferno, que são caóticos e causam uma massiva destruição quando são invocados. São raros os planinautas que tentam lidar com estas criaturas, pois elas consomem todos os recursos disponíveis e não costumam oferecer grandes poderes em troca; o Caçador de Auréolas, que são matadores fanáticos de anjos que colecionam auréolas de suas presas como troféus; o Perseguidor Abissal, que são serviçais poderosíssimos da imortalidade e aqueles que lidam com estes demônios acabam, invariavelmente, eliminando-os, pois o preço que cobram costuma ser alto demais; e o Demônio da Pestilência, que são criaturas que planejavam reclamar o plano de Zendikar para si mesmas, mas foram frustradas pela libertação dos Eldrazi e agora desejam apenas destruir o plano de Zendikar.

Uma das mais curiosas entidades existentes em Zendikar é Ob Nixilis, um planinauta que perdeu sua centelha e, conseqüentemente, seus poderes devido ao fluxo anormal de mana que existia no mundo. O desejo de vingança enlouqueceu Ob Nixilis e agora destina sua existência a encontrar um meio de destruir todo o plano e seus habitantes.

Oriundo de algum lugar do futuro incerto, o Profanador de Tumbas é um tipo desconhecido de demônio. Aparentemente ele se alimenta apenas de carcaças e é mais fácil de ser controlado do que seus semelhantes. Porém, os poucos planinautas que tiveram contato com estas criaturas não tiveram a chance de descobrir qual sua real origem.

Por fim, Magic é um jogo rico em fantasia. Por isso, não pense que só porque existem “demônios” isso significará que o jogo denota algo de cunho religioso. Exatamente ao contrário: os demônios são considerados apenas mais uma raça de criaturas que existem na fantasia do jogo, assim como tantas outras (desde Anjos até Dragões). Este é o esplendor de Magic e devemos saber reconhecer este tipo de diferença entre a fantasia e o mundo real.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Gix

Gix apareceu pela primeira vez muitos anos antes da queda do Império Thran como um rebelde liderando operações na Caverna dos Condenados (séculos mais tarde, esta seria chamada de Caverna de Koilos). Ele obteve notoriedade por apunhalar o gênio artífice Glacian com um pedaço da Powerstone. A rebelião organizada por Gix eventualmente foi encerrada por Yawgmoth quando o curandeiro ofereceu-se para ajudar os habitantes da Caverna dos Condenados que estavam infectados com a doença Tísica, causada por radiações da Powerstone.

Durante a guerra entre Thran e Phyrexia, Gix auxiliou Yawgmoth e acabou sendo exilado de Dominária junto com todos os asseclas phyrexianos. Sua reaparição ocorreu muitos séculos depois, durante a Guerra dos Irmãos, na qual ele manipulou ambos os lados do conflito na esperança de destruir os únicos possíveis obstáculos para a futura invasão phyrexiana: os irmãos Urza e Mishra. Embora as maquinações de Gix tenham resultado em um terrível desastre para os irmãos e, em Argoth, ele fizera com que todas as máquinas criadas por Urza e Mishra enlouquecessem, o assecla de Yawgmoth falhou ao tentar obter o Sylex Golgothiano. Este, um poderoso artefato que estava sob os cuidados de Twanos, um dos aprendizes de Mishra, era o alvo principal de Gix.

Yawgmoth considerou a falha de Gix em obter o Sylex extremamente ofensiva, mesmo para um membro do Círculo Interno, e o baniu para Sétima Esfera de Phyrexia. Por fim, o tormento de Gix terminou séculos mais tarde e ele foi novamente ordenado comandante de uma incursão phyrexiana em Dominaria. O objetivo, desta vez, era liberar os Agentes Adormecidos (phyrexianos com aparência humana, mas sob total controle de Yawgmoth) para se infiltrarem e roubarem informações importantes para que a invasão phyrexiana começasse.

Urza, agora um planinauta, descobrira o envolvimento de Gix graças à Xantcha (uma agente phyrexiana traidora) e o perseguiu até a Caverna de Koilos, onde iniciaram uma grande batalha. Pela primeira vez, alguém parecia equiparar os poderes de Urza. No entanto, havia duas criaturas observando a luta: Xantcha e seu amante Ratepe. Ambos trabalhavam com Urza para impedir a invasão phyrexiana. Com o desenrolar do confronto, Gix tentou usar uma distorção temporal para destruir Urza. Era um vórtice extremamente poderoso e pronto a engolir Urza. Xantcha e Ratepe não pensaram duas vezes em proteger Urza para garantir que Dominária, o mundo que amavam, tivesse chances de sobreviver aos phyrexianos. Dessa forma, ambos se sacrificaram para empurrar Gix de encontro ao portal temporal que ele próprio criara. No entanto, não se sabe se Gix também morreu durante este evento. O mais provável é que ele tenha sido transportado para outro período do tempo.

Ordem de Leitbur


A Ordem de Leitbur foi uma seita religiosa fundada por Bethan Leitbur em Sarpádia, remoto continente ao sul de Dominária. Seus membros foram Paladinos que veneravam a Mão da Justiça e o próprio Leitbur. A Mão da Justiça é uma deidade capaz de julgar e destruir os impuros, enquanto Bethan Leitbur foi idolatrado mesmo após sua morte. Um compêndio de ensinamentos chamado O Caminho fora escrito por Leitbur e era acatado como um livro sagrado por todos os membros, que o seguiam como um modo de vida.

Embora fossem exaltados por alguns devido ao comprometimento com a proteção do povo, não era todo o Império de Icatian que concordava com a existência da Ordem de Leitbur, fazendo com que muito pouco fosse conhecido sobre a origem da Ordem, pois seus documentos eram cuidadosamente protegidos para evitar que fossem descobertos. Haviam apenas muitos rumores, inclusive um que mencionava que a Ordem de Leitbur e a Ordem da Mão do Ébano teriam uma origem comum, embora divergissem em alguns aspectos de suas crenças.

As disputas internas do governo de Icatia acabaram enfraquecendo a Ordem, fazendo com que muitos membros abandonassem O Caminho e aderissem ao culto promovido por Oliver Farrel. Originalmente membro da Ordem, Farrel foi um dos primeiros a deixá-la, pois acreditava que havia muita complacência ao lidar com a Ordem da Mão do Ébano. Dessa forma, ele fundou seu próprio culto para fomentar uma reforma religiosa e política de Icatia. Seus discursos pelas ruas atraíram muitos seguidores e rapidamente o culto assumiu um tamanho impressionante.

Os Farrelistas tinham muito em comum com a Ordem de Leitbur, exceto a brutalidade excessiva que impunham com o nome de “justiça”. Dessa forma, a guerra contra a Ordem da Mão do Ébano se acentuou e combates em campo aberto começaram a ser freqüentes.

Tanto a Ordem de Leibur quanto os Farrelistas foram extintos quando o império de Icatia caiu perante os ataques dos exércitos goblinóides invocados por Tevesh Szat, um planinauta demoníaco que, coincidentemente, surgiu devido às atitudes extremistas de Oliver Farrel durante uma emboscada em que ele fora capturado junto com uma antiga amante pelos membros da Ordem da Mão do Ébano. Farrel nunca havia aceitado o fato de que a mulher o deixara e a executou quando ela lhe disse que não voltaria jamais para ele. Tal morte desencadeou a loucura do irmão dela, que se tornou Tevesh Szat e iniciou a onda de destruição que culminou na queda de Icatia.

Ordem da Mão do Ébano


A Ordem da Mão de Ébano foi uma seita religiosa fundada por Tourach em Sarpádia, remoto continente ao sul de Dominária. No início, este culto sombrio venerava o Pretor de Ébano. Porém, após a morte de Tourach, este tornou-se o principal alvo da veneração, sendo considerado uma espécie de juiz a quem deviam prestar contas. Curiosamente, a Ordem foi um dos poucos lugares de Sarpádia que permitiam a participação de humanos e não-humanos.

Muito sobre a origem da Ordem é desconhecido ou foi perdido com o tempo, mas há teorias sobre ela ter começado cultuando originalmente Gix. De forma que, vários paralelos que possam ser feitos entre o demônio e o Pretor de Ébano, do mesmo jeito que a Ordem se assemelha à Irmandade de Gix em muitos aspectos também, tais como o ritual de iniciação no qual os membros decepam uma de suas mãos como um sacrifício eterno (tal ritual seria uma homenagem à mão decepada de Gix, encontrada na Caverna de Koilos e protegida pela Irmandade de Gix como uma relíquia).

Em Icatia, o centro do império humano de Sarpádia, outra irmandade chamada Ordem de Leitbur entrou em conflito com a Ordem da Mão do Ébano, devido à divergência entre suas crenças. Conforme o passar dos anos, este conflito tornou-se mais intenso, até que uma guerra de fato teve início.

Um dos principais acontecimentos envolvendo a Ordem da Mão do Ébano foi protagonizado por Vaylesh, uma alta-sacerdotisa do grupo, que capturou Tymolin Loneglade com uma poção do sono e a utilizou como isca para atrair Oliver Farrel para uma emboscada. Tymolin certa vez teve seu coração dividido entre dois amores: Farrel, um renomado clérigo, e Kaylen, um anão. Ela escolheu Kaylen e havia fugido com ele para viver com outros anões nos Picos Escarlates. O plano de Vaylesh era usar Farrel para atrair mais sacerdotes de Icatian para emboscadas. No entanto, havia algo que ela não previu. Farrel pediu para conversar a sós com Tymolin e abriu seu coração implorando que ela voltasse para ele. Tymolin recusou sua oferta e o clérigo ficou enfurecido, matando-a com um punhal.

Quando Tymolin foi capturada por Vaylesh, a jovem estava justamente fugindo de seguidores de Farrel e seu irmão, Tev Loneglade, havia ficado para trás para confrontar estes seguidores. Assim, o plano de Vaylesh não apenas havia sido completamente frustado, como foi o responsável por Tev Loneglade retornar e encontrar sua irmã morta. Tal cena o enlouqueceu sua mente e despertou sua centelha de Planinauta. Deixando sua humanidade de lado, ele se transformou em Tevesh Szat, uma figura demoníaca que apenas deseja a destruição. Ele sobrevoou o acampamento de Vaylesh e incinerou todos ali presentes com uma poderosa bola de fogo. Havia nascido uma das criaturas que mais assombraria as civilizações de Dominaria durante muitos anos.

Endrek Sahr, um promissor mago da Ordem da Mão do Ébano, criou os thrulls para servir como escravos em rituais de sacrifício. A criação, que é uma mistura de necromancia e alquimia (Breeding Pit), provou-se um valioso recurso que ia além de sua utilização inicial, eventualmente se tornando uma fonte de armaduras (Armor Thrull), soldados dispensáveis (Thrull Champion), assistentes para rituais (Basal Thrull) e até mesmo criaturas inteligentes (Thurll Wizards) que foram ingressadas na Ordem. Endrek Sahr criou acidentalmente também o Derelor, sua ultima criação diga-se de passagem, que drenou todos os recursos da Ordem fazendo com que ele próprio fosse condenado à morte.

A combinação da inteligência e força de alguns Thrulls (principalmente os Thurll Wizards e os Thrull Champions) fizeram com que eles iniciassem uma rebelião. Sem Endrek Sahr para ajudar a controlar as criações, Jherana Rure, uma afiliada a ordem que odiava os Thrulls, liderou a contra-insurgência. No entanto, os Thrulls usaram assassinos (Necrite) para eliminá-la e assim desmantelar a resistência com um único golpe. Os Thrulls ultrapassaram as fronteiras do continente e nunca mais se ouviu falar da Ordem da Mão do Ébano.

domingo, 11 de julho de 2010

Gatherer


Ferramenta Oficial da Wizards of the Coast, contendo um banco de dados com todas as cartas existentes de Magic com as informações oficiais devidamente atualizadas e prontas para pesquisa.

Possui um sistema de busca eficiente, em que pode-se procurar pelo nome da carta, seu texto, seu tipo, sua cor, seu texto ilustrativo e/ou pelo nome de seu desenhista; além de um sistema de filtragem e de ordenação eficiente.

Usá-lo é bastante simples: você pode procurar pelo nome completo exato de uma carta (exemplo, digitar exatamente "Phage the Untouchable" para ver todos os detalhes da carta), ou por alguma informação que você gostaria de saber quais cartas a possuem (exemplo, digitar "goblin" e ver todas as cartas que possuem esta palavra), ou ainda filtrar apenas por uma ou mais cores (exemplo, procurar todas as cartas vermelhas e azuis), ou procurar por cartas de uma determinada série, ou um determinado tipo... ou até mesmo fazer uma busca por várias dessas informações cruzadas (exemplo, procurar por todas as cartas que tenham a palavra goblin, sejam exclusivamente da cor vermelha e sejam da série de Lorwyn).

Quando estiver visualizando as informações de uma carta em específico, serão mostrados todas as informações oficiais de tal carta e a imagem da última versão lançada da mesma. Entre as informações de cada carta, temos: Nome, Custo de Mana, Tipos, Texto da Carta, Poder/Resistência, Expansão, Raridade, Outros Sets, Número da Carta e Artista. No item Outros Sets, você pode clicar nos símbolos das séries e ver a imagem da carta correspondente àquela série.

Existe um item no final da página que é de suma importância: Rulings. Ele contém informações importantes que explicam as principais dúvidas existentes com relação aos efeitos da carta. A grande maioria das dúvidas de qualquer carta pode ser sanada apenas lendo este item.

Por exemplo, experimente procurar por Phage the Untouchable. Você encontrará, entre as demais informações, duas coisas que lhe chamarão a atenção: no item Tipos, consta que ela é um Zumbi, e no item Texto da Carta você lê "enters the battlefield" ao invés de "comes into play". Basicamente, acontece que de acordo com as regras mais atuais, essas informações existentes no Gatherer são as grafias corretas da Phage agora. Ela ganhou o tipo Zumbi e seu texto está adequado ao novo padrão da Wizards. Além disso, no Rulings que mencionei, você encontra uma explicação bastante útil a respeito do que é considerado "conjurar da mão" e que costuma ser a dúvida da maioria dos jogadores a respeito desta habilidade.

Enfim, explore esta ferramenta e descubra toda a facilidade que ela lhe proporciona para conhecer as cartas de Magic. Certamente você passará a contar com ela mais e mais depois que conferir a vasta quantidade de informações que ela possui.

sábado, 10 de julho de 2010

Flavor Text: Grizzly Bears


DON´T TRY TO OUTRUN ONE OF DOMINARIA´S GRIZZLIES; IT´LL CATCH YOU, KNOCK YOU DOWN, AND EAT YOU. OF COURSE, YOU COULD RUN UP A TREE. IN THAT CASE YOU´LL GET A NICE VIEW BEFORE IT KNOCKS THE TREE DOWN AND EATS YOU.

Tradução: Não tente correr mais que um urso cinzento de Dominaria; ele vai pegá-lo, derrubá-lo e comê-lo. É claro que você poderia subir numa árvore. Nesse caso, você poderá desfrutar de uma bela paisagem antes dele derrubar a árvore e comê-lo.


Mais clássico impossível! O grande mestre das criaturas vanilla obviamente não pode deixar de ser citado, né? Além disso, saiba que "urso" é um termo coloquial para uma criatura com Poder e Resistência igual a 2 (ou seja, 2/2) e um custo de mana convertido de 2 manas.

Ulgrotha


Milhares de anos atrás, um planinauta nomeado Feroz conheceu por acaso em um plano chamado Ulgrotha (também conhecido como Terras Natais). Logo antes da chegada dele, o mundo tinha sido um plano bonito e sustentável, semelhante a Dominaria. Porém, aquele mundo remoto havia sofrido uma série de cataclismos conhecida como as Guerras dos Feiticeiros e o mana tornou-se muito reduzido e fraco desde que a planinauta Ravi (que mais tarde seria conhecida como Avó Sengir) tocou seu Carrilhão do Apocalipse - uma relíquia ancestral que emitia uma energia maligna muito forte.

Somente um oásis de ilha pequeno, negligenciado nas conflagrações, sobrevivera. Feroz conheceu uma outra planinauta chamada Serra. Os dois se casaram e tiveram a intenção de consertar o plano estragado. Feroz ergueu um escudo místico que protegeria Ulgrotha de outros planinautas e, esperançosamente, preveniria uma repetição das Guerras dos Feiticeiros. Porém, após o grande esforço para criar o escudo, Feroz morreu. Serra havia ficado muito triste e deixou o plano. Muitos anos depois da morte de Feroz, essa proteção mágica que ele criou começou a enfraquecer e as civilizações de Ulgrotha entraram em guerra entre si.

Um vampiro poderoso nomeou-se o Barão e está usando o clima político tumultuoso à vantagem dele. Controlando grande parte de Ulgrotha com mão de ferro, este vampiro reside no Castelo Sengir, em companhia de suas crias e de uma certa Avó misteriosa. Dizem as lendas, que dentro do Castelo Sengir existe um portal que leva para um plano desconhecido, o qual Feroz especulava ser a origem da fonte de mana que ainda fluía em Ulgrotha após o soar do Carrilhão do Apocalipse.

Olhos-de-Tinta, Serva dos Onis


"Que coisinha bonita." - Muzan grasnou.

Seus grossos polegar e indicador seguravam o queixo de Olhos-de-Tinta. A mão, com quatro dedos, poderia esmagar aquele delicado crânio com facilidade, um pensamento que pareceu atravessar os olhos dele, brevemente, antes dele aproximar sua face dela. O fétido hálito eriçou os pêlos de Olhos-de-Tinta. Cheirava a carne, sangue e vinho. Tão bonita e tão cruel.

Olhos-de-Tinta olhou para trás, sem piscar.

"Ah, como você me provoca, pequeno docinho." - Muzan continuou. "Eu a encontrei sozinha no pântano, expulsa pelos seus próprios homens-rato. Você veio a mim, com fome e frio, agora você é um corpo putrefato bem alimentado, aquecida por deveres, não mais sozinha. Você teria morrido sem mim, ratinha." - O ogro riu maliciosamente.

"Contudo você me ama por isto?" - O aperto no queixo de Olhos-de-Tinta começou a doer. O osso rangeu sob a pressão. A face dura do ogre preencheu sua visão, sua pele um púrpura cinzento. "Eu te transformei no que você é e não ganho nenhuma expressão de gratidão. Você não é nada, só uma miserável, meu docinho nezumi, uma infeliz, sem amor, miseravelmente cruel."

Com uma pancada do seu braço, Olhos-de-Tinta navegou pela escuridão. Suas costas bateram nas pedras, logo depois foi a vez de sua cabeça e ela caiu no chão frio. No entanto, a nezumi ergueu-se rapidamente.

"Eu sou o que você me fez, mestre." - ela disse.

"Ora!" - Muzan gritou. Com velocidade surpreendente, ele arremessou uma pesada cadeira nela. A cadeira teria esmagado suas pequenas formas se ela não se movesse, mas Olhos-de-Tinta rolou lateralmente. A madeira rachou contra a pedra, partindo-se em várias partes. Antes dela se levantar, o ogro estava em cima de Olhos-de-Tinta com os punhos cerrados. Muzan era volumoso, massa feita de músculos e profusões ósseas, e seu rugido era ensurdecedor. "Olha! Você arruinou minha cadeira favorita!", ele disse.

Muzan apertou os dedos na garganta dela. Ele ergueu Olhos-de-Tinta, balançando-a sobre o chão. Novamente, seu hálito pútrido ondulou a face dela.

"Você irá consertar minha cadeira!" - ele exigiu.

"Claro." - Olhos-de-Tinta ofegou.

Ela já não podia respirar, então sua voz era como um sussurro: "Eu consertarei isto, como eu sempre faço, Mestre." A escuridão começou a fechar as extremidades da visão de Olhos-de-Tinta.

"Você é um bom docinho." - Muzan disse. Então ele a derrubou e prosseguiu: "Tão doce, tão tenra." Olhos-de-Tinta agarrou a própria garganta, tossindo e tomando fôlego. Muzan tinha se virado para ela e andado com dificuldade para as sombras. A escuridão o consumiu. Olhos-de-Tinta podia ouví-lo remexendo outra bexiga de vinho, enquanto enchia sua caneca quebrada. Sua voz ecoou assustadoramente para fora da caverna.

"O Grande Mestre requer mais sangue e ele falou de um grupo de nezumis acampado aqui perto." - o ogro falou.

Olhos-de-Tinta sentou-se. Seus olhos negros brilharam na luz escassa do quarto. "Grupo de nezumis?" - ela perguntou. "Você tem certeza que foi isso que ele disse?"

"Claro, claro. O Grande Mestre foi bem claro. Você quer saber se é seu precioso grupo Okiba, hein? Quem sabe? Todos os ratos são iguais: patéticos e reclamões. Pergunte-me de que família pertence as rãs lá de fora e minha resposta será a mesma. Quem sabe, quem sabe?" - Olhos-de-Tinta ouviu ele tomar um longo gole, então expirar. Sua voz veio do quarto nas sombras.

"Tudo o que você precisa saber é quem lidera os ratos, docinho. Encontre o rato mais gordo, rache sua flácida garganta e traga-me seu sangue nojento." - O ogro explicava.

Olhos-de-Tinta o saudou: "Como você deseja, mestre."

"Como meu Grande Mestre deseja." - Muzan a corrigiu e então arrotou. "Mas conserte a cadeira antes de você ir, minha coisinha bonita."

Um poeta, uma vez, havia chamado o pântano Takenuma pela alcunha de Ladrão do Amanhecer. A luz solar não havia tocado seu chão escuro há quase vinte anos atrás, desde que os kamis forjaram sua raiva no mundo. Agora, não importa que hora do dia, o pântano de bambu estende-se acinzentado como em crepúsculo perpétuo. Uma névoa circulou suas pernas quando ela entrou nas águas rasas. Ela conhecia essas partes de Takenuma bem e sabia evitar suas armadilhas mortais.

Durante a jornada, ela passou por buracos movediços, ninhos de besouros carnívoros e sepulturas assombradas tão facilmente como se estivesse flutuando sobre um campo de lírios. Ainda era cedo da noite, sua presa nao havia dormido. O Grande Mestre receberia seu sangue hoje à noite. Olhos-de-Tinta entalhou um pedaço de bambu com sua lâmina longa, aproximando-se da clareira. De pé em meio à imundície e à névoa, Olhos-de-Tinta desembainhou a espada O-Naginata de suas costas. Ela fixou a parte traseira da arma no solo e deixou a lâmina próximo de seu rosto. Olhos-de-Tinta respirou profundamente de olhos fechados.

Lentamente, ela começou a ouvir a melodia soturna do Takenuma. Rãs coaxavam. Chiados de insetos. De vez em quando um pássaro noturno se fazia ouvir. Esses foram os primeiros sons que vieram às orelhas de Olhos-de-Tinta: os sons da natureza. Porém, gradualmente, eles começaram a dar lugar para barulhos estranhos. Olhos-de-Tinta ouviu o gemido de espíritos dos mortos abafando os sons do pântano. Ela tinha certeza que aquelas vozes não eram o que ela estava procurando, mas aumentaram tanto que ela preferiu concentrar-se nelas. Poucas palavras eram inteligíveis, mas Olhos-de-Tinta sentiu as emoções que dirigiam aqueles gemidos fantasmagóricos. Vingança, sofrimento e as vezes nada mais do que a dor da perda e da confusão.

Quando seu foco se tornou mais profundo, ouvia até mesmo o choro lento e enfraquecido dos espectros. Uma terceira melodia ergueu-se então, completamente sobrenatural. Gritos agudos de animais torturados, incompreensíveis lamúrios de milhões de vozes e garguejos borbulhantes de alguém se afogando em areia movediça. Todos ao redor de Olhos-de-Tinta. Esses eram os murmúrios assustadores de kamis que fizeram do Takenuma sua casa. Eles eram a razão para sua meditação.

Os barulhos sombrios dos kami rodeavam Olhos-de-Tinta em correntes e redemoinhos. No início, eles não eram nada mais que um murmúrio. Porém, logo, o murmúrio se tornou tumulto em sua mente. O tumulto cresceu para cacofonia, gritando em suas orelhas, ameaçando rasgar a sanidade dela em pedaços. Olhos-de-Tinta concentrava-se contra a investida daqueles sons não-naturais, usando sua alma para procurar o que ela deveria encontrar em meio aquele mar de sons macabros.

Depois de movimentos convulsivos, ela havia encontrado algo. A cacofonia permaneceu, rodando e batendo na esfera emudecida na qual ela havia se escondido, enquanto Olhos-de-Tinta se focava somente no silêncio. Naquele silêncio estava o conhecimento que ela procurava. Quando tocou o casulo de silêncio com sua mente, ela entregou-se a forças desconhecidas e o seu corpo começou a se mover. Seu pé esquerdo deslizou lateralmente na lama macia, perturbando os répteis abaixo. Seu outro pé deslizou adiante. O peso do corpo havia mudado. Logo, seus braços se moveram também, seguidos da cabeça e do rabo. Sozinha à noite em Takenuma, Olhos-de-Tinta dançava como se fosse um boneco preso em correntes invisíveis dentro da bolha silenciosa de meditação.

Ela dançou por horas naquele silêncio, guiada pelo outro mundo. Olhos-de-Tinta acreditava que ela era a mais qualificada ninja dos nezumi, contudo ela nunca havia sido treinada por um sensei mortal. Aquela clareira era o lugar onde ela imaginava ser o melhor para treinar. Anos atrás, os sons de fantasmas e kami que somente Olhos-de-Tinta podiam ouvir tinham causado temor à mente de uma menina torturada. De alguma maneira, o fato dela poder ouvi-los passou a se tornar um pequeno conforto. Não demorou muito para que Olhos-de-Tinta procurasse algum padrão no meio do balbuciar sobrenatural.

Quando ela encontrou o bolso do silêncio, o lugar onde sua mente não era esfolada por vozes além do véu, foi que Olhos-de-Tinta começou a mudar. Ela ficou notoriamente mais rápida e mais forte depois destas meditações, além de também tornar-se mais proficiente com suas armas. Já havia ultrapassado o que ela havia aprendido, para sua idade, de centenas de professores. Essas habilidades não só tinham lhe assegurado sua sanidade, mas sua sobrevivência. Olhos-de-Tinta havia sido enviada em incontáveis sangrentas missões por Muzan e seu Grane Mestre das Sombras, e ela nunca havia fracassado nelas. Muzan nunca questionou como ela tinha tanto sucesso. Saber que Olhos-de-Tinta era bem sucedida era o bastante para ele.

Olhos-de-Tinta diminuiu seus movimentos e então parou. Os sons dos kamis enfraqueceram como se tivesse caído em um poço profundo. Por alguns momentos as vozes fantasmagóricas substituíram-nas, contudo essas sumiram muito depressa. Logo, ela só era rodeada pelas rãs, insetos, pássaros noturnos e o som pesado de sua própria respiração. Como sempre, depois de suas lições subconscientes, ela fitou a O-Naginata em uma mão. Nas extremidades da clareira em um círculo largo, bambu podre havia sido partido até o chão. Olhos-de-Tinta endireitou-se. Apesar da estranha luminescência do pântano, a lua era claramente visível, um disco branco pálido. Era quase meia-noite e ela finalmente compreendera algo importante. E não teve mais dúvidas quando partiu correndo para longe.

Erguendo-se diante dela na escuridão, estava o que tinha sido uma vez um templo ancestral. Seu telhado estava intacto, embora houvesse perdido diversos azulejos. As paredes eram as mesmas, indicando a grandeza do templo. Olhos-de-Tinta não parou para saber quem tinha sido adorado aqui a centenas de anos antes de ser dragado pelo Takenuma. Ao invés disso, ela espiou o terreno para planejar sua aproximação, escolhendo sua entrada na estrutura. Decidiu, então, colocar a máscara preta que era a marca dos ninjas em cima do nariz e da boca.

Ela caminhou silenciosamente pela névoa, circulando ao lado do templo dissecado. Sobre ela, uma janela aberta e negra como uma órbita ocular vazia. Dobrando as pernas, ela saltou pela janela desocupada acima. Nenhum guarda apareceu. Nenhum alarme soou. O corredor diante dela era quase totalmente ocupado pelo breu. Olhos-de-Tinta moveu-se lentamente, com armas em punho e com suas costas contra a parede de pedra do templo. Ela parou para ouvir algo. Um ronco macio ecoou de um quarto perto. Olhos-de-Tinta esgueirou-se nas trevas em direção ao barulho, ansiosa para cumprir sua missão.

Com uma palavra sussurrada, uma orbe de luz vermelha apareceu diante dos olhos de Olhos-de-Tinta. Pulsou como um coração agonizante, iluminando o corredor. Quando ela se movia, a orbe também se movia junto com ela, sempre com o intuito de iluminar seu caminho. Seu domínio do ninjitsu não tinha sido o único resultado das meditações dela no Takenuma.

Olhos-de-Tinta entrou em um dos quartos. No brilho carmesim da orbe, uma figura estava em um tapete de palha, embrulhado firmemente em uma manta esfarrapada. O quarto estava vazio, com exceção de símbolos obscuros que cobriam as paredes para formar um mosaico cru. Estas não eram escritas dos habitantes originais do templo. Realmente, as marcas contras as paredes do templo pareciam primitivas. Olhos-de-Tinta raspou a extremidade do tanto ligeiramente por vários símbolos, observando o sangue seco descamando-se no chão.

Qualquer poder de magia-sangrenta que as marcas celebravam havia se dissipado há muito tempo. Olhos-de-Tinta girou sua O-Naginata ligeiramente, agarrando-a enquanto a lâmina apontou para baixo. Ela deu um passo adiante e mergulhou a arma no estômago da figura dormente. Com um movimento brusco, Muzan curvou-se, abrindo sua boca para gritar. Olhos-de-Tinta passou sua faca lateralmente para degolar o ogro. Com cada pulsar, a luz expandia. Logo era tão grande quanto um crânio, então duas vezes maior, depois do tamanho de Muzan. A luz aumentou e subitamente parecia uma pira ao redor do cadáver de Muzan. Ela curvou-se com os braços estendidos e esperou.

"Bom." - uma voz semelhante ao ruído de dez mil cigarras disse.

Olhos-de-Tinta observou.

A luz permanecia agora sobre o cadáver de Muzan como uma cortina brilhante de sangue. Além da cortina, Olhos-de-Tinta pode ver uma figura enorme. A figura parecia estar um pouco longe, permitindo que ela visse aquilo em sua totalidade. Parecia um homem em cabeça e tronco, porém sustentava dois chifres largos e curvos em seus ombros. Seus braços e pernas eram iguais aos de um esqueleto alterado, todas as juntas corcundas e faltando qualquer músculo compreensível. Cada braço terminava em uma massa de tentáculos que se retorciam como cobras.

O que ela mais observou foram os olhos do oni. três globos vermelhor perfeitos espreitaram-na intensamente.

"Eu sou o que mais se agrada com sua deslealdade. Levante-se minha serva!" - o demônio entonou.

Olhos-de-Tinta levantou-se.

"Você trouxe mais sangue para mim, contudo eu ainda requero mais... e requererei mais depois disso. Muzan era fraco. Ele tentou esconder você do meu olhar. Porém, eu vi o verdadeiro criado que me alimentou todos estes anos. Você receberá generosidades pelas suas ações fiéis, minha serva, todo o poder além do que você já descobriu sozinha no Pântano Takenuma." - a sinistra figura falou.

"Você sabe? Como?" - Olhos-de-Tinta indagou.

"Fique calada. Eu sei das suas meditações. Sim... e eu sei o que elas lhe trouxeram. Cumpra meu mandado e o que você aprendeu será como se fosse nada. Deixe meus presentes serem uma lembrança a você da necessidade de me servir bem. Deixe o corpo de Muzan ser uma lembrança do preço do fracasso." - proferiu a criatura demoníaca.

O corpo de Olhos-de-Tinta foi atingido por um raio de luz vermelha. Por um momento, ela gritou com uma dor que ela nunca havia experimentado. Seu sangue parecia ferver embaixo de sua pele, seus olhos preparavam-se para explodir da sua cabeça. Cada músculo parecia estar sendo puxado dos ossos. Tão rapidamente quanto veio a dor, ela desapareceu, deixando somente uma memória de tormento. Ela ofegou, caindo no chão.

"Levante-se! Levante-se, Olhos-de-Tinta! Levante-se, serva de Kuro... o Senhor do Fosso!!!" - o demônio exclamou.

Olhos-de-Tinta ergueu-se. Um energia mística escoou dos olhos dela na forma de névoa vermelha. Seu corpo sentia-se mais forte, mais rápida do que jamais tinha sido. Sempre depois das meditações ela se sentia bem, mas nada que pudesse se comparar ao que experimentara agora. Suas habilidades anteriores pareciam quase cômicas em termos de comparação. Cada membro formigava com fome de matar. Ela parou, virou sua cabeça lateralmente. Uma consciência diferente a golpeou mentalmente. Ela olhou toda a extensão do quarto com seu novo poder.

O dedo de Muzan se contraiu. O cadáver do ogro se mexeu entre a palha, banhado em luz vermelha. Muzan levantou-se nu, exceto pelo corte ensanguentado no seu estômago e pela garganta aberta. Sua cabeça apoiou-se em um dos ombros.

"O quê?" - o ogro disse densamente.

O olhar fixo indagava a nezumi diante dele. Ele curvou-se diante de Olhos-de-Tinta.

"Qual é sua vontade, Grande Mestre?" - ela perguntou voltando-se para Kuro.

O demônio gargalhou por detrás da cortina. Uma máscara preta ainda cobria a boca da ninja, contudo pela primeira vez desde que ela podia se lembrar, Olhos-de-Tinta sorriu. Afinal, seus poderes agora excediam até aqueles que ela outrora havia chamado de mestres. Olhos-de-Tinta olhou seu novo servo diante do seu novo mestre.
 
O ogro olhou para atrás pacientemente, esperando. A risada de Kuro era macabra e perdurou por um bom tempo.

"Venha..." - ela falou para Muzan. "Pois nós temos muito a fazer... docinho."