sábado, 31 de janeiro de 2015

Manifestar


No passado distante de Tarkir, o dragão-espírito Ugin ainda está vivo. A magia dele, baseada em ocultação e dissimulação, é representada pela nova habilidade Manifestar.
 
Ao manifestar uma carta, você a coloca no campo de batalha voltada para baixo. Isso oculta a verdadeira identidade dela perante os seus oponentes. Enquanto estiver voltada para baixo, ela será uma criatura 2/2 incolor, sem nome, sem habilidades e sem tipo de criatura. As criaturas voltadas para baixo são criaturas em todos os sentidos. Elas podem atacar e bloquear, bem como as mágicas e habilidades que têm criaturas como alvo podem afetá-las. Elas podem ser encantadas por Auras e equipadas com Equipamentos.
 
Se você já conhece cartas com metamorfose oriundas da coleção Khans de Tarkir ou outras coleções anteriores, provavelmente está familiarizado com o funcionamento de criaturas voltadas para baixo. Na verdade, as cartas manifestadas têm sua própria carta de sobreposição especial para ser usada como lembrete.
 
Você pode colocar uma dessas cartas de sobreposição em cima de uma das suas criaturas manifestadas enquanto esta estiver no campo de batalha. A carta de sobreposição é apenas um lembrete. Você não precisa usá-la se não quiser e ele não muda a funcionalidade das criaturas voltadas para baixo.
 
Mas qual é a graça em disfarçar a identidade real da sua carta se você não puder revelá-la mais tarde e surpreender seu oponente? A qualquer momento em que tiver prioridade, você poderá voltar a criatura manifestada para cima se essa for uma carta de criatura. Isso é feito revelando seu custo de mana e pagando-o. Isso também mostra aos oponentes que é uma carta de criatura. Assim que a carta é voltado para cima, ele passa a ter suas características normais.
 
Se você manifestar uma carta que não seja de criatura, ela não poderá ser voltada para cima dessa forma. Se você manifestar uma carta com metamorfose, poderá voltá-lo para cima pagando seu custo de mana (se for uma carta de criatura) ou pagando seu custo de metamorfose.
 
A ação de voltar a face de uma criatura para cima não usa a pilha e não pode ser respondida. A sequência temporal da habilidade é igual à de metamorfose.
 
Se uma criatura voltada para baixo tem marcadores, eles permanecem quando a criatura é voltada para cima. Ela não é uma nova criatura e não entra no campo de batalha apenas por ter sido voltada para cima. Quaisquer Auras ou Equipamentos anexado à criatura manifestada permanecem anexados a ela após ser voltada para cima.
 
Há três encantamentos na coleção Destino Reescrito que manifestam uma carta e se tornam uma Aura anexada a ele. Por exemplo, se Raiviforme deixar o campo de batalha em resposta a sua habilidade desencadeada, você ainda manifestará a carta do topo do seu grimório. Depois que a habilidade é resolvida, Raiviforme passa a ser uma Aura, portanto será colocada no cemitério se a criatura encantada deixar o campo de batalha.
 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Investida


O clã Mardu (vermelho, branco e preto) valoriza a velocidade do dragão, atacando incansavelmente até seus inimigos caírem. Sua mecânica característica é a Investida.

Investida é um custo alternativo encontrado em mágicas de criatura. Ao conjurar uma mágica com investida, você pode pagar seu custo de investida em vez de pagar seu custo de mana. Se fizer isso, a criatura terá ímpeto, permitindo que ela ataque naquele turno. No início da próxima etapa final, você devolverá a criatura do campo de batalha para a mão do dono.

Se escolher pagar o custo de investida, você ainda estará conjurando a mágica, portanto, ela vai para a pilha e pode ser anulada. Investida não muda o momento em que você pode conjurar mágicas de criatura, normalmente apenas durante a sua fase principal. Se você conjurar uma mágica de criatura usando seu custo de investida, ela só será devolvida para a sua mão se ainda estiver no campo de batalha no início da próxima etapa final. Se ela deixar o campo de batalha antes disso, ela ficará onde estiver.

Alguns custos de investida são menores do que o custo de mana da carta de criatura em que se encontram. Portanto, se você tiver três manas disponíveis, poderá conjurar Goblin Corta-calcanhar um pouco mais cedo do que o esperado e atacar uma vez extra. No próximo turno, você poderá conjurá-lo pelo custo de mana normal e ele ficará no campo de batalha normalmente. Outras cartas têm custos de investida iguais ou maiores do que o custo de mana normal. Atacar com tais criaturas logo no início pode ser poderoso. Portanto, pode ser uma boa ideia conjurar a criatura usando seu custo de investida, mesmo que você possa pagar seu custo de mana.
 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Revigorar


O clã Abzan (branco, preto e verde) tenta emular a resistência do dragão. Para sobreviver, os Abzan certificam-se de que não há elos fracos em sua defesa. Nesta coleção, eles o fazem utilizando a nova mecânica Revigorar. Revigorar é uma ação de palavra-chave e é sempre seguida por um número.
 
Para revigorar, primeiro encontre a criatura sob seu controle com a menor resistência. Se houver um empate, escolha uma das criaturas empatadas. Depois, coloque um número de marcadores +1/+1 nela igual ao número de revigorar. Revigorar não tem criaturas como alvo e você só determina qual criatura recebe os marcadores quando realiza a ação de revigorar.
 
Portanto, suponha que você controle duas criaturas 3/3 e uma criatura 2/2 ao conjurar Recompensa da Honra. Em resposta, seu oponente destrói sua criatura 2/2. Para resolver Recompensa da Honra, você ganha 4 pontos de vida e depois, revigora 2. Como ambas as suas criaturas estão empatadas com a menor resistência, você escolhe uma delas. Ela recebe dois marcadores +1/+1 e você passa a ter uma bela nova criatura 5/5.
 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Chianul


Chianul é um xamã Temur de cerca de 50 anos de idades que vive em Tarkir. Ele tem visto uma outra versão do "agora não-escrito" em que os dragões ainda existem com a mesma glória do passado e lideram os seres humanos. Sarkhan Vol passou um bom tempo na companhia de Chianul quando era jovem, aprendendo sobre suas visões e conhecimentos dos dragões. Além disso, aparentemente, ele foi o único que previu o retorno do planinauta à Tarkir.
 
Embora xamãs Temur geralmente levem uma existência hermética, um deles é escolhido para ser o conselheiro do clã. Esta pessoa, chamado de Aquele Que Sussura Duas Vezes, deve viajar com o líder do clã para orientar o povo em vez de levar uma vida de meditação solitária. O título refere-se à capacidade de falar com os espíritos do passado e também por ter acesso direto ao khan do clã (bem como uma importante influência sobre o mesmo). A pessoa que recebe esta tarefa torna-se responsável pela inteligência militar oriunda da adivinhação mágica e da comunicação com as forças umbrais, sendo assim capaz de advertir sobre possíveis ataques, prever os melhores locais para caça e convocar tropas ancestrais em tempo de grande necessidade.
 
Por fim, como atribuição de sua posição, Chianul pode dar início ao Grande Sussuro a fim de consultar os demais xamãs, quando necessário. Trata-se de um rito de transe com todos os outros xamãs, independente da distância. Através disso, o xamã-chefe troca informação e, quando uma poderosa invocação é necessária, ele pode conduzir o grupo inteiro para realizar determinado feito. Tais rituais poderosos podem acordar uma ancestral muito antigo ou ressuscitar um poderoso espírito elemental. Chianul recentemente liderou um Grande Sussurro que revelou o que ele chamou de “um ponto fraco nos múltiplos agoras”. Ele guiou Sarkhan Vol até esse local para ajudar no ritual que irá “curar o agora” e reforjar a história de Tarkir.
 

domingo, 25 de janeiro de 2015

A Corrente Reforjada


Sarkhan Vol bateu suas asas contra o ar gelado, voando sobre a tundra em direção à tempestade agitada. Pensamentos passaram pela sua mente, espelhando os relâmpagos que iluminavam as nuvens à frente. Ele tinha viajado por todo esse caminho, quebrando as leis do tempo e da história... e para quê? Havia encontrado uma época em que os dragões ainda viviam, quando tempestades dracônicas ainda davam origem aos poderosos tiranos celestes em seu mundo, quando os guerreiros procuravam glória confrontando tais entidades... mas tudo isso de nada servia, pois a sombra de Nicol Bolas apareceu logo em seguida. Mesmo neste refúgio especial, um tempo escondido muito antes daquele onde erros ocorreram no curso da história da Tarkir, a influência do dragão ancestral já se espalhava sorrateiramente sem que qualquer um fosse capaz de perceber. Sarkhan cuspiu uma rajada de fogo no ar e voou através dela.

Você entende agora, dracomago? Perguntas explodiu sobre ele em como estivessem sendo rugidas, tal qual fossem expressadas pelo próprio relâmpago da tempestada à frente, mas elas estavam apenas em sua própria mente. Você entende por que veio aqui, para testemunhar isso? Você aprendeu a lição agora? A resposta estava clara na mente de Sarkhan: talvez a lição de toda essa busca seja que o destino é inevitável. Que ele deve abraçar o desespero e aceitar o domínio de Nicol Bolas sobre ele.
 
Em um flash, a sombria piada repercutiu sob uma nova forma dentre as idéias de Sarkhan. Nicol Bolas tinha matado Ugin por causa de alguma rixa antiga. A morte de Ugin causou o término das tempestades dracônicas de Tarkir, consequentemente fazendo com que novos dragões deixassem de ser criados e possibilitanto que os clãs reivindicassem o domínio sobre o mundo. A referência dos clãs perante o poder dos dragões tinha se tornado uma parte natural da cultura de Tarkir, o que levou o jovem Sarkhan a dedicar sua vida em busca de tais criaturas em suas formas mais majestosas e culminou com sua devoção ao próprio dragão responsável por toda essa cadeia de eventos: Nicol Bolas.
 
Eram acontecimentos inevitáveis, inquestionáveis e imutáveis. Saber de tudo aqui, nada mais representava do que um derradeiro sentimento de impotência perante o destino. Sarkhan sentiu como se suas asas caíssem e seu corpo despencasse em pleno vôo. Ele poderia simplesmente se entregar àquela sensação e permitir que a gravidade conduzisse seu fim afim de se unir a Ugin na queda e no colapso de Tarkir.
 
Mas, ao vez disso, ele inclinou a cabeça para cima indicando que tinha uma idéia e partiu voando rápido para o mais alto que podia. Ainda havia uma chance. Sarkhan possuía um fragmento de um dos edros do Olho de Ugin, a câmara secreta que manteve os Eldrazi confinados em Zendikar durante incontáveis séculos. Se o dragão-espírito ainda estivesse vivo nesta realidade deslocada do tempo, então havia uma chance de que ele poderia reforjar a cadeia de acontecimentos da história.
 
Sarkhan voou através das tempestades. Ele podia sentir as asas de outros dragões que passavam em torno dele e ouvir seus rugidos. Quando o emaranhado de nuvens escuras ficalmente foi rompido, o dracomago finalmente se depara com nada menos do que a forma cintilante e translúcida imponente do dragão Ugin cruzando a atmosfera tal qual um cometa. Sua cauda arrastava uma névoa azul-pálida que se fundia com o ar e formava as tempestades, como uma espécie de rastro mágico que impregnava os céus de Tarkir.
 
Atônito, Sarkhan esqueceu momentâneamente tudo o que lhe tinha trazido a este momento. Para sua surpresa, ficou claro naquele momento que foi Ugin (e não Nicol Bolas) que verdadeiramente originou a sua fascinação pelos dragões. Ou seja, Ugin foi o verdadeiro início da cadeia de eventos que fez Sarkhan ser quem ele era. Sarkhan sentia vontade de assumir sua forma dracônica para sempre, dançando nas nuvens em torno deste imenso e sábio progenitor.
 
Conforme observava o dragão-espírito, ele podia observar claramente a beleza formidável do vôo dele, Ele voou a uma distância, apenas observando as asas de Ugin segurá-lo facilmente no ar. Este que estava diante dele era a razão de tudo isso. Somente ele poderia impedir tudo o que viria a acontecer e corrigir o curso da história de Tarkir. Sarkhan decidiu que faria tudo para ajudá-lo. Inclusive ele mataria... Nicol Bolas.
 
Ou, pelo menos, ele iria ajudar Ugin na luta contra Bolas quando chegasse a hora. Sarkhan acelerou o vôo em direção a Ugin. Parecia um pequeno satélite que se aproximava uma grande estrela. Sarkhan rugiu para ele, mas seu brado não era forte o suficiente e se perdeu no coro de trovões e vozes draconianos dentre as nuvens escuras ao seu redor.
 
Foi uma inclinação da cabeça de Ugin que fez Sarkhan notar a magia acontecendo no chão. Ele seguiu os olhos de Ugin e, através de uma fratura nas nuvens, foi possível que visse as linhas de energia elemental esverdeada em padrão de curva através da neve e do gelo, demarcando uma forma de garra. Olhando mais de perto, ele notou que haviam também pequenas pedras em torno daquele local. Em sua mente, Sarkhan amaldiçoou um nome: Yasova.
 
Juntos, os sítios de pedras rúnicas formavam um caminho. A via marcou o trajeto exato da tempestade e, portanto, previu o movimento de Ugin. Yasova vinha monitorando as tempestades, a fim de rastrear o dragão-espírito. Mas o caminho elaborado por Yasova na tundra não era para o benefício de Ugin ou dos próprios membros do Clã Temur. Na verdade, aquela trilha mística foi feita para ser vista de cima, por quem estivesse no ar, tal qual um dragão. Tal qual Nicol Bolas.
 
A raiva tomou conta de Sarkhan após aquela descoberta. Mas, antes mesmo que pudesse concluir suas ofensas em pensamento, a figura titânica de Nicol Bolas rompeu as nuvens e surgiu no caminho de Ugin. Suas asas erguidas como uma capa esvoaçante, sombreando o sol. Seus grandes chifres curvos, em forma semelhante a uma coroa, com uma imensa jóia pairando entre eles. Nicol Bolas, majestoso e amedrontar, estava ali pronto para um duelo. Sarkhan, no entanto, estava longe demais para ser notado. Esta poderia ser a sua chance para atacar.
 
Nicol Bolas falou algo para Ugin, palavras farpadas em voz baixa que Sarkhan não podia ouvir à distância. O dragão-espírito respondeu, calmo e sério, com um tom de advertência, enquanto o sorriso de Bolas se espalhou como uma mancha em seu rosto. Ambos começaram a voar mais próximos, cruzando o espaço de cada um no céu, formando uma espécie de dança em espiral entre as nuvens de tempestade. Eles se encaravam e procuravam pelos pontos fracos um do outro, prontos para iniciar uma batalha.
 
Sarkhan voou tão rápido quanto pôde, mas suas asas estavam falhando. Os seus ombros doíam conforme ele forçava o movimento das asas, acarretando em perca de altitude, fazendo com que ele agora observasse os dois dragões de baixo para cima e ficasse ainda mais impressionado com o tamanho deles. E lá estava ele, Nicol Bolas, seu infame mestre. Mais parecia um colosso perante um inseto. No entanto, embora Sarkhan soubesse que não podia rivalizar o poder de Nicol Bolas, ele pensou que se conseguisse distraí-lo no momento certo, Ugin poderia aproveitar e desferir um golpe fatal. Com esse pensamento, o dracomago cerrou os dentes e seguiu adiante.
 
Enquanto isso, o embate entre os dois dragões havia iniciado. Ugin e Nicol Bolas deslizavam pelo céu, atacando com mergulhos em torno um do outro, combinando golpes físicos com fintas. Bolas soprou uma rajada de fumaça através de suas narinas, mas Ugin se esquivou e encenou uma mordida. Feitiços começaram a ser conjurados, criando runas cintilantes no ar que aparentemente preparavam o ambiente para ataques mais poderosos. Ambos estavam analisando o adversário e o esperando pelo primeiro movimento verdadeiro do duelo.
 
Então, Ugin rugiu. Um som alto e estrondoso, tal qual o rugido de uma força da natureza. Era o rugido de um plano inteiro, cujas esperanças repousavam sobre ele. Nesse momento, Sarkhan sentiu um impulso doloroso reverberar em sua alma. O sentimento se espalhou pelo seu corpo dracônico, como uma descarga elétrica, incitando-o a participar da luta ao lado de Ugin. Aquele rugido havia, de alguma forma, despertado algo em seu interior. Podia parecer estranho, mas sua natureza estava evidentemente sendo atingida por um tipo de chamado irresistível.
 
Assim, Sarkhan logo viu-se rugindo em resposta. Além disso, junto dele, era possível ouvir o apelo de todos os dragões imersos na grande tempestade. O progenitor de Tarkir estava clamando para sua espécie para que lutasse ao seu lado e eles estavam atendendo ao chamado. O sorriso de Nicol Bolas se desfez. Ele atacou implacavelmente com uma enxurrada de magias, atingindo Ugin e causando ferimentos hediondos. Sarkhan notou o recuo do dragão-espírito, enquanto alguns pedaços de escamas reluzentes eram implodidas. A cabeça de Ugin movia-se para frente a para trás, talvez proferindo algum tipo de ataque psíquico, enquanto suas asas reestabeleciam sua posição no ar após o golpe.
 
Ugin girou no ar e soprou sua própria baforada, fazendo com que uma torrente de fogo invisível atingisse violentamente o corpo de Nicol Bolas, seguido por uma estocada de névoa pálida que cortou o céu como um trovão. O dragão ancestral girou em pleno ar, deixando desaparecer os impactos mais visíveis. Enquanto batia as asas, ele se livrava da névoa ao seu redor com um certo esforço que o deixara irritado. Vendo o momento difícil em que Nicol Bolas se encontrava, Sarkhan sentiu a determinação preencher sua alma. Esta poderia ser a encruzilhada da história pela qual ele aguardava.
 
Centenas de dragões de Tarkir aproximavam-se por todas as direções. Um exército alado realizando um ataque circular de proporções indescritíveis. Agora Sarkhan entendera que os movimentos iniciais de Ugin não eram ataques psíquicos, mas sim ordens dadas telepaticamente para seus subordinados. Por fim, ainda era possível ver novos dragões surgindo das nuvens, cada um nascendo com a missão de lutar por Ugin e pelo seu mundo. Sarkhan convergia para a luta ao lado dos outros dragões. Mas quando ele mergulhou no ar e estava prestes a projetar seu mais poderoso sopro de fogo em direção a Nicol Bolas, algo aconteceu.
 
Uma crepitação de energia elemental atingiu o chão como ferocidade.
 
Um véu enevoado se forma entre as rochas, de onde emerge a xamã Yasova.
 
Movimentos rudes, porém bruxuleantes, tecem no ar um tipo de feitiço sob o rogo de Yasova.
 
O chão marcado com runas revela que seu intuito não era apenas orientar Nicol Bolas, mas também possuía algum propósito adicional.
 
Uma nova onda de energia projetou-se a partir das runas, rompendo a formação de ataque dos dragões e ferindo dezenas deles de uma vez só.
 
Um novo sentimento percorreu a alma de Sarkhan, ainda mais poderoso que o rugido de Ugin, impregnando com uma voraz sede de sangue... incitando-o a lutar... criando um desejo de matar... matar todos!
 
Matar Ugin.
 
"Sim", disse seu coração dracônico. Era preciso destruir o grande-pai.
 
Destruir o progenitor de seu amado mundo. Destruí-lo para se livrar de seu governo.
 
"Não", disse uma pequena parte da alma de Sarkhan. "Não!"
 
Ao redor dele, os outros dragões Tarkir foram subjugados pelo mesma magia. O feitiço de Yasova abafou o vigor do chamado de Ugin e os dragões atacaram Ugin em vez de Bolas.
 
Sarkhan estava bem perto agora. Podia sentir sua caixa toráxica sendo preenchida pelo calor ígneo. Ele sentira vontade de libertar fogo sobre Ugin, a própria fonte do espírito draconiano sobre Tarkir, o próprio dragão que lhe trouxe a este momento.
 
Quando sua respiração estava prestes a soprar fogo, em vez disso, Sarkhan gritou um "Não!" selvagem - uma palavra humana, proferida em voz humana, que forçou seu corpo a assumir novamente a forma humana. Um ato desesperado para tentar resistir ao impulso sanguinário que fervia em seu sangue. Suas asas retraíram-se até desaparecerem em suas costas. Seu rosto perdeu o focinho, enquanto as escamas se retorciam até formar pele humana. A ação impulsiva deu certo e a vontade de matar Ugin desapareceu assim que Sarkhan desfez sua forma dracônica.
 
Então, sem asas, ele caiu.
 
E foi uma longa queda.
 
Ele caiu após os dragões Tarkir lançarem seus sopros letais de fogo e relâmpago de todos os lados sobre Ugin.
 
Ele caiu vendo Nicol Bolas ignorar completamente sua presença, focando sua atenção exclusivamente ao violento ataque da prole dracônica de Ugin sobre seu próprio progenitor.
 
Por entre as nuvens trovejantes, Sarkhan caía através do vazio.
 
Ele ouviu um estalo de trovão no alto. Um som terrivelmente inconfundível. O golpe derradeiro de Nicol Bolas destruindo o corpo de Ugin.
 
Antes do seu corpo atingir o chão, ele vislumbrou os dragões de Tarkir debandando, como pássaros que fogem para longe quando presentem o perigo.
 
As rochas cobertas de neve amorteceram sua queda, fazendo com que ele rolasse pelo gelo de uma ladeira. Seu corpo estava muito ferido e sua mente perturbada, sendo arrastado por uma avalanche morro abaixo. Uma sensação de esmagamento tomou conta do dracomago. O mundo era apenas gelo e neve agora.
 
Subitamente, o turbilhão de gelo enfim parou. Sarkhan estava soterrado por um banco de neve, sufocando e quase inconsciente. Quando as garras surgiram cavando e afastando a neve ao seu redor, ele pensou por um momento que era Nicol Bolas, vindo para terminar o trabalho e eliminá-lo. Entretanto, era o gigantesco felino dentes-de-sabre de Yasova quem estava retirando a neve com suas patas. A criatura mordeu o colarinho de Sarkhan e o arrastou para fora da tumba gelada. Assim que terminou a tarefa, o felino virou de costas e se deitou na tundra.
 
Sarkhan era uma coisa mole, um saco de pele com ossos dentro. Através dos seus olhos vesgos, ele podia ver Yasova em pé ali perto, encarando-o. Ela tinha em mãos o seu cajado, no qual pendia o fragmento de edro que estava arramado no topo deste.
 
"Não tente se mover", disse ela. "Nem mesmo tente falar."
 
Ela disse algumas outras palavras em voz baixa e, em seguida, Sarkhan sentiu suas entranhas se reconstituindo.
 
"Ugin", balbuciou Sarkhan.

"Não fale", ela repetiu. Mas dessa vez ela olhou para o céu e depois de volta para ele. "Acabou. Agora o Não-Escrito vai finalmente ser livre da praga dos dragões."
 
O dracomago torceu seus olhos para um lado, tentado aumentar seu campo de visão. Nesse momento, ele observou o corpo de Ugin caindo dentre as nuvens.
 
Ugin foi derrotado. Os dragões rumavam para a extinção. O destino de Tarkir estava selado.
 
Sarkhan gemeu.

"Eu não sei o que você é...", disse Yasova. "Mas você parece que você pode ter algumas respostas. Então, faça-me um favor e não morra ainda. Eu vou arrastá-lo até os meus companheiros e desvendar tudo."
 
O feitiço de cura não estava concluído, mas Sarkhan deu uma guinada para o lado de qualquer maneira. Tudo em seu corpo estava dolorido, principalmente sua consciência. Mas sobrepujando a dor, ele se pôs de joelhos.
 
"O que você está fazendo, seu tolo?" disse Yasova.
 
Naquele instante, Sarkhan levantou a cabeça para ver Ugin colidir na tundra.
 
Os dois se entreolharam, pois ambos sentiram algo. Tarkir havia mudado naquele exato momento. O mundo nunca mais seria o mesmo. Sarkhan pensou ter visto uma sombra de preocupação no rosto de Yasova. Porém, sua mente provavelmente estava lhe pregando um truque, pois aquela mulher tinha um semblante imutável.
 
Em seguida, eles foram atingidos por um tremor e uma lufada fortíssima de vento, como se uma onda invisível tivesse atravessado aquele local. A neve cedeu e o chão ficou instável. Yasova, Sarkhan e o felino dentes-de-sabre caíram. O cajado também caiu e ficou longe das mãos da xamã. Aquela força explosiva recobriu o vale, arrastando-os alguns metros e arrancando pedaços de pedras do chão, criando uma chuva de escombros gelados.
 
Quando tudo parou, Sarkhan tossiu e estremeceu. Correndo em direção ao local do estrondo, ele encontrou o imenso abismo onde o corpo de Ugin havia caído. Era um local muito abaixo do nível do solo, no qual o próprio dracomago já havia estado antes. Quando cruzou o espaço-tempo para regressar a este período do passado, foi no interior daquela fissura dentre as rochas que Sarkhan aportou. Tratava-se do próprio nexo temporal.
 
Um pensamento assustador passou pela mente do planinauta. Sarkhan olhou para cima temeroso, esperando encarar seu destino perante Nicol Bolas. Mas ele não estava mais lá, apenas o ar ondulado de onde ele desaparecera ainda podia ser visto. O dragão ancestral se foi, junto com a chance de Sarkhan para destruí-lo.
 
O dracomago recuperou seu cajado que estava debaixo de alguns pedregulhos. Ao tomá-lo em mãos, ele sentiu um energia diferente percorrer seu interior. O edro parecia estar emanando algum tipo de poder.
 
"Onde você pensa que está indo?" perguntou Yasova.
 
"Salvá-lo", disse Sarkhan, virando-se em direção ao abismo.

Seu equilíbrio vacilou e seus músculos protestaram, mas magia de cura do Yasova entorpeceram a dor.
 
"Isso está fora do seu alcance", alertou Yasova. "E eu não posso deixar você fazer isso."
 
Sarkhan instintivamente atacou a antiga khan dos Temur, transformando sua mão direita em uma cabeça de dragão e disparando uma chama tão quente quanto a sua raiva. Yasova foi atingida diretamente no peito, caindo para trás com o impacto da magia.
 
O felino dentes-de-sabre saltou na direção dela, cheirando seu corpo e depois rosnando para o dracomago. Sarkhan rosnou dez vezes mais ferozmente, bem como arqueou os braços e pernas preparando-se para uma luta. O grande gato vacilou e, em seguida, baixou lentamente a cabeça em sinal de submissão perante um inimigo mais forte.
 
Depois de mais um grunhido de advertência, Sarkhan marchou em direção à Ugin.
 
A descida até o chão do abismo era extremamente acidentada e o planinauta não tinha tempo para escolher com cuidado onde pisar. Batendo-se contra as pedras do desfiladeiro, Sarkhan sentia seu corpo prestes a explodir de tanta dor. Mas ele prosseguiu, usando seu cajado como muleta, até aproximar-se do corpo do dragão-espírito.
 
Ugin remanescia queimado e destruído. Seus olhos estavam fechados e seu corpo recoberto de escombros. A tristeza não podia ser contida e as lágrimas percorriam o rosto de Sarkhan. No entanto, um espasmo de expiração escapou das narinas do dragão. O dracomago arregalou os olhos e seu coração disparou. Ainda havia tempo, ele pensou.
 
Sarkhan correu em diração ao dragão. Ele afastou os escombros próximos do pescoço e da cabeça de Ugin, com o objetivo de ajudá-lo a respirar. O dracomago encostou o rosto contra as escamas de Ugin e tentou sentir a essência do grande progenitor. Em sua mais profunda esperançã, ele esperava ouvir a mesma voz que o chamara de volta para Tarkir.
 
Porém, nada aconteceu. Não houve voz. Apenas o exalar longo e irregular de um titã moribundo. O coração encheu-se de tristeza novamente. Após um breve silêncio, uma voz surgiu na mente de Sarkhan. Era calma e, ao mesmo tempo, torturante.
 
Você entende agora, dracomago? A pergunta reverberou em seu crânio. Você aprendeu a lição agora? Sarkhan levou as mãos à cabeça. Você compreende por que você tinha que vir?
 
"Não!" ele sussurrou para o rosto de Ugin. "Eu não entendo! Diga-me! Guia-me!"
 
Você vê agora? Você entende a lição?
 
"Não! Não! Eu não posso!" Ele bateu nas escamas do dragão suavemente com a mão. "Ugin, ajude-me, por favor. Ajude-me..."
 
Você entende o motivo de estar destinado a falhar?
 
Sarkhan rangeu os dentes e agarrou seu cajado. "Não! Eu.. não posso!"
 
Você entende que você precisava falhar para entender a verdade por trás do seu objetivo aqui?

"O que significa isso? Eu não entendo! Não há sentido nisso!"

Enquanto procurar dragões em torno de você, você nunca vai se tornar o dragão que existe no seu interior.
 
Sarkhan empurrou sua testa contra as escamas de Ugin e fechou os olhos. Ele forçou todos os músculos doloridos do seu corpo, tentando forçar uma resposta em seu cérebro. A madeira do seu cajado ressonou novamente.
 
Então, o último suspiro da Ugin foi exalado lentamente. Sarkhan sentiu aquele ser gigantesco falecer. Ele acaricou suavemente o rosto do dragão e respirou profundamente. "Ugin, eu trouxe algo para você", disse ele, destancando o edro de seu cajado. Aquela lasca de pedra o acompanhou desde Zendikar até aqui e parecia apenas um objeto comum. No entanto, agora as runas entalhadas nela brilhavam em tom azul pálido.
 
Quando Sarkhan aproximou o edro de Ugin, uma ressonância maior preencheu o ambiente. Dessa vez, o próprio corpo do dragão respondeu àquela força misteriosa e suas escamas emanaram um brilho fantasmagórico semelhante ao tom da energia das runas. Um fragmento de edro. Uma pedra impregnada por magia. Uma lembrança de um abrigo que havia sido construído em outro plano, o Olho de Ugin, que havia sido uma prisão para entidades devoradoras de mundos. Sarkhan contemplou o pequeno objeto, totalmente vidrado. Somente um pensamento ocorrera em sua mente. Um pensamento não de um dragão, mas sim de um homem. Um mago. Um dracomago.
 
O edro pairou no ar, girando lentamente. Suas superfícies começou a brilhar cada vez mais. Algo aconteceu. Ele começou a se expandir. Parecia estar se replicando, ou mudando de forma. Era como um botão de flor que começava a desabrochar. Uma superfície cada vez maior se formou, criando uma espécie de casca que crescia em torno do corpo de Ugin. As runas se multiplicavam e a luz emanada por elas agora era forte a ponto de cegar Sarkhan. O planinauta recuou até a parede do abismo.
 
O ritual foi concluído. Um casulo maçico revestiu o dragão. Sarkhan ficou admirado com a beleza daquela magia. Ele viu um dos olhos de Ugin abrir, só por um momento, e então se fechar novamente. Um escudo místico impenetrável estava formado graças ao dracomago. Era o crisol do dragão-espírito, um local onde seria possível purificar o corpo e regenerar os ferimentos.
 
"O que você fez?" a voz de Yasova ecoou pelo abismo.
 
Sarkhan olhou para cima e a viu observando tudo no alto, próxima da beirada da fissura, com uma expressão de perplexidade no rosto.
 
Além dela, no céu, as tempestades elementais ainda estavam agitadas, mas com algo diferente acontecendo nelas. Novos dragões surgiram, urrando entre as nuvens, belos e simples, portando a natureza selvagem daquele tipo de criatura, mas ainda com a glória de outrora.
 
O planinauta sorriu para Yasova. Um sorriso sincero de gratidão. "O que nós fizemos é o que fomos destinados a fazer", ele gritou para ela. "Obrigado, Yasova".
 
Ela olhou em volta para o casulo de edro, confusa, e Sarkhan riu. Pareceu-lhe que a cadeia de eventos que o levara até ali revelou-se uma corrente, cujos elos estavam forjados de maneira torta propositalmente. O destino conspirou para colocá-lo ali, na encruzilhada da história, para dar-lhe a oportunidade de agir. Se ele nunca tivesse servido Nicol Bolas, se ele nunca tivesse sido enviado ao Olho de Ugin, se ele não tivesse enlouquecido e escutado vozes de Tarkir em sua cabeça... sem todas essas dificuldades, ele não teria tido a chance de forjar uma nova cadeia de eventos para o seu mundo.
 
Pela primeira vez em muito tempo, Sarkhan teve uma sensação de clareza e alegria como se estivesse acordando de um longo pesadelo. Sua consciência, enfim, não estava mais dividida. 
 
Então, a presença de Sarkhan tornou-se uma impossibilidade neste espaço-tempo conforme sua viagem ao passado de seu próprio mundo havia se tornado uma afronta às leis do fluxo da história. Aquela mudança revogou as condições que um falecido Ugin agora, na verdade, passara a estar hibernando dentro deste abismo. Tudo que era conhecido a partir de então foi nulificado, incluindo a própria existência de Sarkhan.
 
Forças temporais se formaram e consumiram o dracomago, arremessando-o em vórtice de energia que rapidamente se extinguiu.
 
Os flocos de neve caíam sobre Yasova, formando uma fina camada de gelo sobre seus ombros, confome ela se aproximava do fundo do abismo onde Ugin agora permanecia envolvo pela rígida estrutura mística. Seu felino dentes-de-sabre ronronou enquanto se sentava ao lado dela, roçando a cabeça na palma de sua mão.
 
Bem acima, dragões urravam e cruzavam os céus.
 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Edros


São chamadas de edros as pedras de formatos geométricos multifacetados originárias do plano de Zendikar que possuem uma energia mística capaz de agir em ressonância com magias e encantamentos. Sua aparência sempre é de uma estrutura simetricamente perfeita e com diversos entalhes ricamente ornamentados em sua superfície externa. As formas mais comuns são de octaedros (oito faces), cubos (seis faces) e piramidais (quatro faces), mas registros antigos falam sobre galerias subterrâneas onde podem ser encontradas em forma mais intrincada.
 
Os edros tratam-se de resquícios de uma civilização estranha e antiga que utilizava um poder arcano inimaginável e suficiente para suspender a gravidade, revoltar a própria terra e alterar a vida no plano para atingir seus objetivos. Mas há muito tempo essa civilização foi extinta por razões que poucos conhecem e, assim, esses fragmentos rochosos estão espalhados por todo o mundo de Zendikar. Alguns estão sob a terra, outros desgastando-se lentamente na superfície e os mais incríveis são aqueles que estão flutuando no céu. Essas ruínas e artefatos ainda emanam poder, embora a maioria dos habitantes do plano seja sábia o suficiente para evitar perturbá-los.
 
A planinauta Nahiri é a mais famosa em termos de manipulação da energia dos edros, tendo os empregado para confinar os Eldrazi com a ajuda de Sorin Markov e Ugin, além de refrear o poder da maldição do Véu Metálico quando Ob Nixilis procurou desesperadamente sua ajuda. No entanto, dizem as lendas que somente a mente dos Eldrazi consegue pensar no padrão distorcido necessário para abrir os edros e utilizar o poder no seu interior.
 
 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Cidadãos-da-Lua


Cidadãos-da-Lua constituem uma raça enigmática de seres humanóides, cujo porte físico é esguio, a pele é de coloração azul-acinzentada em tom bastante pálido, as sobrancelhas possuem formas de runas, os cabelos são tradicionalmente brancos e as orelhas são longas (semelhante aos coelhos). Supostamente originários de Kamigawa, neste plano eles são chamados de soratami

De acordo com a organização social  coletiva deste povo, é comum encontrar um cidadão-da-lua em pontos geográficos elevados, como cumes de montanhas, mas seu habitat preferido é o próprio céu. Geralmente, sua preferência é morar em palácios flutuantes erigidos nas nuvens. Em Kamigawa, uma das mais soberbas construções deste tipo se chama Oboro e é um ponto de referência para qualquer pessoa, seja um soratami ou não.
  
Outra característica marcante desta raça é que todos os seus integrantes têm uma grande curiosidade pela magia e adoram estudar fenômenos sobrenaturais, de forma que quase todos os membros desta espécie se tornam acadêmicos ou eruditos. Além disso, o talento natural deles para a magia é responsável por sua constituição física elegante e delineada, assim como seus trejeitos aristocráticos. Muitas pessoas confundem esta natureza nobre com frieza e indiferença, mas basta algum tempo de convívio com os cidadãos-da-lua para perceber que eles apenas possuem um estilo de vida extremamente diferente das demais raças que vivem em terra.
  
Embora o povo soratami seja essencialmente indiferente perante os seres que vivem na nas terras abaixo de seus suntuosos palácios, os acontecimentos do povo da superfície não passam desapercebidos pelos cidadãos-da-lua. Através de suas tramas e maquinações remotas, eles mantém vigília constante sobre o mundo mortal e espiritual. Inclusive, eles tiveram uma participação crucial, embora secreta, na Guerra Kami.
   
A planinauta Tamiyo é a única cidadã-da-lua que já foi vista fora de Kamigawa. No entanto, neste plano, diversos nomes são amplamente conhecidos mesmo entre outras raças. Por exemplo, Uyo foi a maior das videntes soratami, uma telepata muda e belíssima, cujo poder era assombroso e capaz de se projetar telepaticamente para atacar seus adversários. Não obstante, outra personalidade famosa é Meloku, um embaixador no mundo humano que atua na corte do daimiô Konda e lecionava sobre arcanismo em Minamo.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Black Lotus


Black Lotus é a carta mais valiosa, em termos financeiros, existente em Magic: The Gathering. Ela foi impressa apenas nas edições Alpha, Beta e Unlimited, o que significa que esteve presente apenas nas primeiras tiragens do jogo. Embora para muitos jogadores iniciantes ela pareça apenas um item inofensivo que não faz jus ao seu valor de mercado, esta carta possui a característica inigualável de acelerar os recursos utilizados por qualquer deck, possibilitando uma vitória muito mais rápida do que o convencional. Por isso, ela faz parte das cartas restritas no formato Vintage e é banida em Legacy.

Lótus negras apareciam ocasionalmente em alguns enredos dos antigos segmentos do jogo. Por exemplo, ela era uma relíquia da Casa Carthalion, posteriormente usada por Jared Carthalion para invocar um Dragão de Shiva para matar Ravidel no Castelo Melmereth. Em outro momento, as flores místicas são mencionadas por Hanna, navegadora da Nau Voadora Bons Ventos, como parte de um cultivo especial vale tolariano em Dominária. Além disso, na trama do livro Whispering Woods, o assistente do feiticeiro Towser encontra algumas destas maravilhosas plantas. 

Originalmente, não existia limite para a quantidade de cópias de cada carta que cada jogador podia utilizar em seu deck. Black Lotus foi uma responsáveis para que tal regra fosse alterada para um limite de apenas quatro cópias de cada carta (com exceção dos terrenos básicos). Afinal, se você pensar um pouco, vai chegar a conclusão que utilizar Black Lotus no lugar de terrenos seria muito mais efetivo. Os desenvolvedores do jogo acabaram detectando este problema e, como alterava completamente a proposta do jogo, houve a modificação das regras.

Com o tempo, o termo "lótus" passou a ser utilizado como referência em outras cartas cuja habilidade envolvia a aceleração de mana, fazendo com o que a Black Lotus perdurasse como um ícone ao longo de tantos anos. Tamanha é a fama desta carta que ela se tornou alvo de brincadeiras nos unsets através das paródias Blacker Lotus e Mox Lotus
   
Quando John Avon pintou um campo de flores para representar o Vale dos Lótus da edição Alísios, ele teve o cuidado de empregar o mesmo senso de respeito e admiração que os jogadores veteranos possuem por tal carta. Vale ressaltar quanto este artista se esforçou para reproduzir todo o conceito estabelecido na ilustração original de Christopher Rush, incluindo até mesmo o pequeno casulo de sementes no centro de cada flor.
  
O trabalho de Randy Gallegos em Flor de Lótus é igualmente admirável: a luz da manhã começando a cobrir um dos famigerados vales de Tolária, incidindo um tom acobreado nestas flores. Depois, é a vez de April Lee dar vida a outra parte da lenda, dessa vez a Pétala de Lótus.  Por fim, ainda conhecemos uma faceta peculiar dos poderes destas plantas através da mudança do padrão de cores, conforme ilustrado por Mark Zug em Desabrochar do Lótus.
  
No entanto, pelas mãos de Martina Pilcerova é que vemos pela primeira vez uma nova forma de lótus, dessa vez adquirindo um revestimento metálico refletindo o brilho esplendoroso do plano de Mirrodin, no qual floresce a variante conhecida como Lótus Engalanada

Muitos planinautas e feiticeiros ainda procuram ansiosos por mais segredos sobre as célebres lótus, ocasionalmente sendo surpreendidos por algumas criaturas que vagueiam entre os seus campos, como cobras e outros guardiões. Alguns estudiosos dizem que os corpos destes seres é impregnado com a essência das flores mística, tornando-os não apenas os defensores de tais regiões como também espécimes muito cobiçados por suas características mágicas.