Memnarca foi nomeado guardião do plano artificial de Argentum logo depois que seu criador Karn deixou o plano para se aventurar pelo Multiverso. Construído a partir dos resquício do Mirari, ele era um constructo consciente, capaz de aprender e evoluir. Embora o golem de prata se orgulhasse de sua criação, esta acabou virando uma abominação que não possuía senso do certo ou errado. Ele foi o soberano secreto, manipulando e elaborando esquemas envolvendo cada estrutura daquele mundo, responsável por diversos eventos ocorridos durante o período conhecido como Aurora Metálica.
Por décadas, Memnarca vagou solitário pelo plano, admirando a beleza artificial perfeita que seu criador havia erigido. Ele estava fascinado pelos mosco-lumes. Diferente das características de Argentum, os mosco-lumes são diminutas entidades que não seguiam um padrão previsível e depois de cada ciclo eles simplesmente desapareciam. Memnarca repetidamente ponderou a perplexa questão, mas não foi capaz de achar uma resposta. Todavia, os tempos de inocência de Memnarca logo chegariam ao final.
No palácio Galdroon, o lar de Karn, Memnarca encontrou uma mancha preta de óleo no chão. O Guardião prontamente a limpou, mas de alguma forma o óleo acidentalmente entrou nos seus sistemas internos. Enquanto o óleo invadia sua matriz de força, Memnarca subitamente experimentou uma série de pensamentos sombrios (provavelmente ligados ao mana Preto phyrexiano, que se supõe ser a origem do tal óleo). Então, ele concluíu que Karn fez algo errado ao criar um mundo estéril e metálico, decidindo que traria nova vida àquele local. As pessoas seriam suas e ele renomearia Argentum. A partir daquele momento, o mundo seria Mirrodin e ele, Memnarca, seria o seu Guardião.
Para soprar vida no seu plano morto, Memnarca construiu as Armadilhas de Alma, que eram engenhosos mecanismos que aprisionam almas e corpos de criaturas vivas. O Guardião enviou esses mecanismos através dos planos, trazendo uma grande variedade de criaturas para seu mundo (desde humanos até goblins ou vormes). No entanto, Memnarca logo percebeu que Mirrodin poderia entrar em colapso, igual a todos os planos artificiais. Um dia, quando a energia de Mirrodin estivesse exaurida, o plano e todos os seus habitantes poderiam ser extintos. Um planejamento era necessário para salvar os habitantes e preservar o local.
Assim, ele desenvolveu um estranho líquido, o qual era coletado dos mosco-lumes e chamado de Soro. Com o poder do Soro em suas mãos, Memnarca mudou de um curioso compulsivo para um lunático alucinado. O óleo phyrexiano que residia em seu interior parecia corrompê-lo cada vez mais com os pensamentos do Pai das Máquinas acerca de obter os poderes oriundos da ascensão como planinauta, afinal este sempre fora o sonho frustado de Yawgmoth.
Devido ao uso excessivo da substância, Memnarca teve visões de que Karn havia retornado e que o guiaria através do planinautismo. Dessa forma, ele criou inconscientemente uma barreira psíquica que impedia Karn de retornar à Mirrodin, pois realmente acreditava que via o golem de prata ao seu lado. Além disso, o Guardião procurou aprender sobre a história da ascensão de seu mentor. Há centenas de anos, uma raça de horrores mecânicos invadiu Dominária, a terra natal de Karn, trazendo com ela a Praga Phyrexiana. Esta praga cresceu desenfreadamente e, em um ato final de desespero, Karn e seu criador, outro planinauta chamado Urza, sacrificaram a si mesmos através da construção de uma arma que utilizaria uma luz cegante que atravessou Dominária e varreu a praga. Urza sucumbiu, mas sua centelha de planinauta sobreviveu. No ardor da explosão, Karn ascendeu.
Memnarca não tinha nem os conhecimentos nem os recursos para construir a tal arma, mas ele sabia que o núcleo de mana seria suficiente para sua ascensão. Dessa forma, ele elaborou um projeto no qual acreditava ser possível criar artificialmente a ascensão de planinauta. Para isso, ele precisaria de uma centelha real e ainda não-desperta. Foi quando ele a descobriu na elfa chamada Glissa.
Manipulando a vida da garota, o Guardião preparara o terreno para que seu grande projeto pudesse ser executado. A primeira parte deste plano consistia em manter Glissa viva, mesmo com a participação entre revoltas que aconteciam em diversas partes do mundo até que a elfa chegasse até ele por vontade própria. Já a segunda parte, consistia na captura de Slobad, o companheiro de Glissa. Este goblin era um gênio artíficie de máquinas e construtos que, após ser capturado, foi forçado a construir os aparatos necessários para realizar a transferência da centelha de planinauta entre Glissa e o Guardião.
A fonte de alimentação daquele aparato, como teria que ser potente o suficiente para realizar tamanha tarefa, seria a alma cada um dos habitantes de Mirrodin. Dessa forma, a mente de Slobad foi interligada a uma infinidade de minúsculos memnitos para que atuassem como suas mãos enquanto ele construía aquele ambicioso dispositivo e o Memnarca repousouria aguardando o dia derradeiro para usá-lo. Enquanto isso, Glissa forjou uma aliança entre elfos, leoninos e goblins com o intuito de combaterem a tirania do Guardião.
Quando as cinco luas ergueram-se sobre Mirrodin em um evento conhecido como a Quinta Aurora, Memnarca retornou de sua hibernação para prosseguir com seu plano. Mesmo com diversos aliados ao lado de Glissa e prontos para defendê-la em caso de perigo, eles não tiveram chance contra as máquinas assassinas do Guardião. Depois de um rápido confronto, o próprio Memnarca derrotou todos os seus adversários. Seria apenas uma questão de tempo até que a quinta lua de Mirrodin eclodisse do núcleo de mana e Memnarca ativasse sua terrível máquina de transferência de centelha.
Quando o governante de Mirrodin tomou o controle da mente do Campeão Kaldra, a arma secreta de Glissa, e a encurralou, a elfa pressentiu que a derrota era iminente. A máquina de transferência é ativada e uma grande onda de energia começa a fluir entre os dois. Porém, algo deu errado e Slobad livrou-se do controle mental estabelecido pelo Memnarca. Ciente novamente da situação ao seu redor, o goblin ajudou a amiga elfa, obtendo sucesso ao desviar a atenção do Guardião e possibilitar a fuga de ambos.
Enquanto o pequeno goblin indicava um caminho seguro para Glissa, um de seus aliados, o golem de ferro Bosh, sacrificou-se para retardar o avanço do gigante de plasma que agora os atacava violentamente. Restavam apenas alguns minutos até a erupção da lua verde para os céus de Mirrodin e Memnarca ainda não tinha capturado a evasiva garota élfica. Glissa e Slobad chegam ao Radix, o centro do Emaranhando, um lugar que emana mana verde intensamente. Kaldra, ainda sob o controle mental estabelecido pelo Guardião, intercepta-os e inicia um confronto.
Enquanto a luta ocorria contra Kaldra, a elfa utilizou todos seus poderes para se tornar um conduto vivo de energia que destruísse o avatar e, esse processo, desencadeou uma erupção no centro do Radix, que era uma grande Lacuna onde o mana verde fluía com imensa força. Assim, a quinta lua foi lançada aos céus antes do previsto e os planos do Memnarca destruídos nesta Quinta Aurora. Os cálculos do Guardião foram desfeitos por uma variável que ele não havia previsto e, subitamente, o tempo que ele pensava possuir para ascender como planinauta acabou completamente.
Cego pela raiva, o soberano de Mirrodin lutou uma batalha final contra Glissa no topo do cauterizante Núcleo de Mana e foi derrotado. Em fúria, Glissa atirou-se de encontro ao Guardião, fazendo com que ambos se chocassem e conseqüentemente despencassem para a morte certa. Entretanto, para surpresa de Slobad, a centelha de Glissa foi acidentalmente transferida para seu corpo maltratado pela poderosa máquina de transferência. Ao receber a centelha seu corpo foi restaurado à perfeição depois de tantos anos e ele então se viu com os poderes semi-divinos que o Memnarca tanto tinha almejado obter. Nesse momento, o véu psíquico que impedia a entrada de Karn em Mirrodin se desfez e o planinauta finalmente pôde retornar ao mundo metálico e, ao descobrir tudo que aconteceu durante sua ausência, lamentou por tamanho erro cometido com o Memnarca. O golem de prata desmantelou seu constructo, devolvendo-o para sua forma original: o Mirari.
No entanto, o óleo phyrexiano ainda continuou existindo em Mirrodin e, dessa forma, procurando organismos vivos para corromper. À medida que os mirranianos reconstruíam seu mundo após a queda do Memnarca, secretamente novas máquinas phyrexianas surgiam e estabeleciam pequenas civilizações escondidas.
nota: kaldra era indestrutível logo, quando a torrente de mana atingiu ele ele não foi destruído(embora esse fosse o poder de Glissa). Isso deixa apenas duas opções: Ou ele foi pulverivado OU ele está aprisionado hibernando no sol verde, livre do contagio phyrexiano
ResponderExcluirEu prefiro a segunda caso haja um terceiro bloco de mirrodin, o que, segundo time spiral, vai acontecer(a questão é qaundo).
E lembremos que o Mirrari ainda está no plano de mirrodin e ele criou o falso deus Karona. Ele pode fazer glissa voltar ao normal(ou pelo menos retomar suas memórias). Slobad poderia estar vivo como um constructo acabado possuindo a centelha(isso já é bem difícil). Muitas coisas podem acontecer
Se um dia Kaldra, Slobad ou até mesmo o Mirari voltarem a aparecer na história de Mirrodin, com certeza será espetacular. Como a Glissa e o Geth deram as caras em Cicatrizes de Mirrodin, realmente é possível manter as esperanças de ver uma futura reaparição desses personagens!
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