quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Reescrevendo o Destino


Os dragões prosperaram certa vez no plano da Tarkir. Eles foram gerado a partir de poderosas tempestades elementais, enchiam o céu com sua respiração destrutiva e aterrorizaram todas as criaturas vivas. Mas os dragões encontram oposição, pois embora os demais seres fossem mais fracos sozinhos, eles começaram a se unir, até formarem os cinco clãs. Por muitos anos, os clãs lutaram uma guerra contra os dragões pela sua própria sobrevivência, na esperança de obter algum sucesso nesta disputa. Em um determinado momento, há muitas centenas de anos atrás, aconteceu uma virada crucial: as tempestades cessaram e nenhum novo dragão surgiu. Assim, o número de gigantes alados apenas seguiu diminuindo em virtude dos confrontos com os clãs. A maré da guerra mudou.

Como conclusão desta longa jornada de destruição, os membros dos clãs foram capazes de caçar o último dos dragões e, literalmente, extinguir aquela raça. Nos séculos que se seguiram, os cinco clãs guerreiros assumiram o domínio sobre Tarkir, crescendo e evoluindo como os governos poderosos que existem atualmente no plano. Liderados pelos cinco respectivos khans, os clãs se desentendem uns com os outros até hoje, disputando territórios através de batalhas furiosas. 

Embora os clãs tenham sido responsáveis pela extinção dracônica, cada clã ainda emula um aspecto da natureza dos dragões. Os resilientes guerreiros-do-deserto do clã Abzan são conhecidos por sua resistência, exemplificado pela sua armadura feita a partir das escamas de dragões. Os Jeskai, monges e sábios dos monastérios, estudam as artes místicas e reverenciam a astúcia dos dragões. O clã Sultai constrói palácios luxuosos na escuridão da selva, ecoando a impiedade dos dragões em seu império de servos mortos-vivos. Os temíveis ginetes de Mardu exibem a velocidade dos dragões conforme se movimentam através das acidentadas terras altas. E os xamãs e os sobrivencialistas do Temur conquistaram o deserto gelado incorporando a selvageria dos dragões. Enfim, os dragões podem ter deixado de existir neste mundo, mas a sua memória perpetua-se na cultura de cada clã, bem como seus estilos de luta e de manipular magias.

O planinaulta que venera dragões, Sarkhan Vol, é um nativo de Tarkir. Obcecado com a majestade predatória e a fúria dos dragões, Sarkhan aprendeu o quanto podia sobre eles, chegando ao ponto de se juntar ao grupo de infames xamãs que veneravam tais predadores supremos. Ainda assim, ele sempre teve um formidável talento para a batalha, o que lhe rendeu um grande status como guerreiro e membro do clã Mardu. No entanto, ele percebeu que a sistemática de disputas no campo de batalha de seus companheiros era tediosa e mesquinha, afastando-o cada vez mais deste estilo de vida.

Depois de uma vitória contra um clã rival, Sarkhan teve uma experiência que mudou a sua vida: o espírito de um dragão há muito tempo falecido chamado Ugin surgiu para ele, sussurrando uma magia em sua mente e, posteriormente, desaparecendo. Proferindo a magia ensinada pela figura fantasmagórica, um enorme dragão feito de fogo envolveu o corpo de Sarkhan e se espalhou como uma torrente de fogo pelo campo de batalha. Fascinado, ele assistiu todos a sua volta (amigos e inimigos) serem carbonizados. Era uma exibição de raiva derreadeira e poder que suplantara qualquer coisa que ele já tinha visto, de forma que criou uma paixão inebriante em Sarkhan que acendeu sua centelha.

Ciente de ter matado seus companheiros, Sarkhan sabia que teria que dar muitas explicações ao seu clã. E os Mardu costumam não dar muita atenção para palavras, preferindo resolver tudo com simples demonstrações de violência gratuita. Assim, percebendo a raiva daqueles a sua volta, Sarkhan viajou de plano em plano, procurando por um dragão ao qual ele poderia dedicar sua vida como aprendiz. Em Jund, um fragmento do plano de Alara, ele encontrou um território governado por tirânicos dragões avérneos e outros poderosos espécimes. Lá, ele também se deparou com uma das mais majestosas criaturas que jamais sonhara existir, declarando, assim, sua lealdade à Nicol Bolas

Em uma de suas tarefas, ele é encarregado de ir ao Olho de Ugin, mas antes Sarkhan Vol é informado por seu novo mestre que ele tinha lutado contra Ugin mil anos atrás e matou o dragão-espírito. O infame Nicol Bolas alega ter cavado fundo na mente de Ugin para obter informações sobre os Eldrazi e sua prisão, mas nem mesmo através desta violação mental, Ugin revelou completamente o segredo para libertar os devoradores de mundos. Por isso, Sarkhan foi enviado até Zendikar para resolver a 
última parte deste enigma do Despertar dos Eldrazi

Nicol Bolas ordenou que ele aguardasse na montanha onde se encontra o Olho de Ugin até o momento certo... mas o tempo e a solidão fizeram vozes ecoar na cabeça de Sarkhan. Assim, ele agora é atormentado por sussurros em sua cabeça, que parecem se originar do espírito de Ugin. No entanto, sua crença em servir ao grande dragão e seus instintos prevendo algo maligno entraram em um profundo dilema, de maneira que sua mente foi tomada por uma espiral de loucura. Sarkhan desistiu de pensar... e agora vai apenas seguir seus impulsos.

Desiludido com sua servitude ao vilão, Sarkhan foi levado de volta a Tarkir graças a uma voz em sua mente que parece arrastá-lo gradativamente para a insanidade completa. Uma voz que ele acredita pertencer ao dragão espírito Ugin. Sarkhan procura uma forma de libertar-se desta cacofonia causada pelas palavras do dragão-espírito e, conseqüêntemente, desligar-se do vínculo criado com Nicol Bolas.

Existe mais em jogo no plano de Tarkir do que o destino de Sarkhan e dos clãs. Em outro lugar, entidades devoradores de mundos conhecidas como Eldrazi ascenderam para se alimentar dos planos do Multiverso e a chave para pará-los pode estar em Tarkir. O planinauta-vampiro Sorin Markov foi um dos três responsáveis pelo confinamento destes Eldrazi no plano de Zendikar milhares de anos antes. Agora que os tais seres acordaram uma vez mais, Sorin está numa missão para se reunir com os outros dois planinautas que o auxiliaram no passado: uma litomante chamada Nahiri e o próprio Ugin.

No entanto, o paradeiro de Nahiri é desconhecido e Sorin não tem notícias do dragão-espírito há mais de mil anos. Em uma tentativa de rastrear Ugin, Sorin viajou para Tarkir, onde a própria essência dele formou uma parte importante do ecossistema do plano, uma vez que ele morreu através de algum processo de fusão com a natureza e o mana daquele mundo.

O dragão foi morto há muito tempo e não foi ninguém menos do que Nicol Bolas que derrotou Ugin, enterrando-o num abismo congelado. Com Ugin morto e a litomante ainda desaparecida, Sorin pode não ter uma chance de aprisionar os Eldrazi novamente.


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