Jace Beleren

Jace Beleren é um planinauta humano incrivelmente inteligente e usuário da magia oriunda do mana azul, dono de habilidades como clarividência e ilusão. Seu talento inato, no entanto, é a arte da telepatia, que o torna especialmente único através do Multiverso. Ele é reservado e depressivo, além de ter uma mente perturbada, devido à duras escolhas feitas no passado.

A curiosidade sempre levou a melhor sobre Jace Beleren. Como prodígio no mundo da magia, ele mergulhou em lições de feitiçaria com mais dedicação que qualquer outro estudante das escolas de bruxaria, e seu sucesso foi tal que até mesmo seus instrutores começaram a suspeitar dele. Como especialista na magia de manipulação de mentes, ele usa suas habilidades para penetrar na mente dos outros, descobrindo até os segredos mais bem guardados. Isso o colocou em situações perigosas mais de uma vez. Na verdade, foi através de sua magia mental que ele descobriu a existência dos planinautas e dos outros mundos, o que abriu seus olhos para segredos ainda maiores.

Depois que a centelha de Jace foi acesa, sua curiosidade começou a mergulhá-lo cada vez mais fundo nas Eternidades Cegas, o vácuo caótico que contém todos os planos do Multiverso. Jace finalmente encontrou um ambiente amplo o suficiente para satisfazer sua sede de conhecimento.

Jace agora enfrenta o mesmo problema de todos os seres excepcionais: as tentações do poder. Suas habilidades em ilusionismo, leitura de mentes e até mesmo modificação de memória evoluíram muito durante suas viagens, e o ajudaram a obter um acesso ainda maior aos segredos que o atormentam. Mas quanto mais fundo ele vai, mais ele encontra indivíduos que não apreciam sua bisbilhotice… e que têm o poder de detê-lo. Jace tem potencial para enfrentar esses rivais se estiver disposto a deixar de lado os limites de sua consciência e a abraçar o poder que emana de dentro dele. As cores inimigas branco e preto são como o anjo e o demônio sussurrando em seus ouvidos. Será que ele decidirá usar suas habilidades para ajudar aqueles com quem se importa ou para ganhar mais poder? Seja qual for sua escolha, a realização de seu potencial terá um efeito dramático no Multiverso.

O inigualável dom para a telepatia se manifestou logo nos primeiros anos de sua vida, assim como o imenso constrangimento por parte de seus pais que consideravam aquela habilidade algo ruim para o rapaz. Assim, seu pai buscou a ajuda de um mago local conhecido como Alhammarret, que disse não existir "conserto" para aquele tipo de capacidade mental, mas que ficaria feliz em adotar Jace, tomando-o como aprendiz. Divido pelos sentimentos, o pai de Jace acabou decidindo que a melhor escolha era deixar o filho sob os cuidados de Alhammarret para que talvez ele crescesse longe de problemas com o restante da socidade. Assim, Jace passou anos aprendendo novas magias desenvolvendo suas aptidões, e o mais importante, sentindo-se bem-vindo pela primeira vez em anos.

Sem muita demora, Jace tornou-se poderoso o suficiente para testar suas habilidades contra seu mestre. Foi durante um duelo com Alhammarret que ele descobriu a espantosa verdade sobre sua existência: sua centelha havia sido desperta há mais de um ano, sem saber. Na época, ele fora tragado para as profundezas das Eternidades Cegas por um breve momento e seu mentor mentira dizendo que eram apenas suas ilusões saindo pela culatra, ou seja, era algo para esquecer e que não era digno de preocupação. Secretamente, o mago procurou o pai de Jace e contou o que realmente havia acontecido, mas ambos decidiram não contar nada ao jovem ainda, pois temiam que ele não estivesse preparado para lidar com tamanho poder.

Jace passou dias amargurado com a descoberta e tentando conter sua índole ambiciosa, até que durante uma de suas sessões de estudo, ele teve um lapso e penetrou na mente de seu mestre. Libertando toda sua fúria e dor de uma só vez, o jovem aprendiz destruiu por completo a consciência de Alhammarret. Era um crime imperdoável e Jace sabia disso. Mas finalmente ele se sentia livre. Assim, um póscrito com sua cabeça a prêmio em qualquer lugar dentro de centenas de quilômetros de sua cidade natal, Jace apagou suas próprias memórias para que nunca mais tivesse que se lembrar do rosto de seu professor e sentir a pesada culpa sobre o que fizera.

Por algum tempo, ele desfrutou de uma vida confortável em Ravnica, vivendo nos altos escalões da sociedade e ganhou dinheiro primariamente com o correio negro, usando sua telepatia para extorquir segredos dos ricos. Certa vez, enquanto conduzia seus negócios Jace foi atacado por criaturas invocadas por membros do Consórcio Infinito. Após alguma pesquisa de campo, ele acabou enfrentando Tezzeret, o mestre de uma organização interplanar chamada Consórcio Infinito, e descobrindo que os ataques eram, na realidade, “convites” para Jace se unir à organização de Tezzeret em Esper. Com alguma hesitação Jace concordou, iniciando o treinamento com Tezzeret para aprimorar sua telepatia para o uso do Consórcio.

Em algum ponto durante o primeiro ano de Jace trabalhando para o Consórcio, ele foi recrutado para recuperar um pergaminho roubado por Chandra Naalar do Santuário das Estrelas, um museu de itens místicos de grande valor, no plano de Kephalai. No entanto, sua missão também incluía apagar todas as memórias relativas ao pergaminho da mente da piromante, não apenas trazê-lo de volta. Ele a rastreou até a Fortaleza Keral, no plano Regatha, onde ele confrontou a piromante. Após uma breve batalha Jace cumpriu parcialmente seu objetivo, pois decidiu não apagar completamente a mente da garota, e se foi.

Três anos depois de ter recuperado o Pergaminho do Dragão que havida sido roubado por Chandra, o interesse de Jace no seu conteúdo foi instigado uma vez mais, por uma razão desconhecida. Com a “ajuda” de Garruk, Jace logo decodificou a localização do pergaminho: Zendikar. Mais uma vez, ele seguiu o rastro de Chandra (que também havia ido para aquele plano) e contratou um guia para fazer a travessia pelas montanhas de Akoum. Utilizando-se de suas habilidades com ilusões para se manter seguro, ele e seu guia logo encontraram o decrépito Anowon, que atacou Jace e matou o guia traiçoeiro que estava mancomunado com o vampiro. Subjulgando Anowon, Jace se livrou das informações vistas na mente de Anowon e convenceu-o a atuar como seu guia até o Olho de Ugin.

Chegando ao Olho, uma parede deslizou até o chão, separando os dois. Anowon gritava avisos que chegavam até os ouvidos de Jace. No entanto, para sua surpresa, o que ele encontrou foi um enorme dragão lutando contra Chandra (que na verdade era Sarkhan enlouquecido trabalhando para Nicol Bolas), que estava sendo duramente forçada a continuar a batalha. Jace imediatamente ofereceu ajuda, mas antes que pudesse fazê-lo, caiu atordoado. Sua magia havia sido absorvida por um dos edros flutuantes presentes no interior da caverna. Agindo por intuição, Jace disse à Chandra para tentar fazer um “fogo que não pode ser visto”, o qual ele havia ficado intrigado com a descrição que existia no Pergaminho do Dragão, e ao tentar fazê-lo Chandra causou umas grande explosão que derrotou Sarkhan e deixou todos inconscientes. Chandra foi a primeira a acordar e recobrou a consciência de Jace antes de partir, deixando o ilusionista a pensar quem estaria manipulando a dupla para que seus caminhos tivessem se cruzado de novo.

Uma vez que Chandra estava indo embora, não havia razão para que Jace continuasse no Olho de Ugin. Tendo completado (um tanto catastroficamente) seu objetivo, ele vagou pelas cavernas e se questionou mais uma vez como os três planinautas (ele, Chandra e Sarkhan) vieram parar no mesmo lugar ao mesmo tempo. Apesar de sua ignorância em relação ao plano de Nicol Bolas, Jace não pôde deixar de notar que algo estava acontecente e que ele estava envolvido. Resolveu informar os sábios do Portão Marinho, em Halimar, sobre os acontecimentos. Mas, antes que ele pudesse deixar o labirinto, Anowon retornou querendo saber o que havia acontecido. Jace nem teve a chance de responder, pois Anowon partiu para o coração do Olho falando sozinho. Sem um guia, Jace direcionou seus esforços para encontrar uma cidade próxima e adquirir uma montaria para iniciar sua jornada de volta. No caminho, uma enorme prole dos Eldrazi libertados o atacou, transformando a montaria de Jace em pouco mais do que poeira. O telepata consultou uma arquivista no Farol de Halimar e aprendeu um pouco sobre os Eldrazi, mas se sentiu ainda limitadoperante tal conhecimento. Mesmo assim, relatou os eventos de sua aventura para ela e decidiu descobrir onde Chandra havia encontrado o pergaminho. A arquivista tritã implorou para que Jace retornasse se ele descobrisse algo. Jace partiu sabendo que iria compartilhar tudo que ele viesse a descobrir.

Algum tempo depois, Jace tornou-se amigo de um mestre das lâminas chamado Kallist, que por coincidência se parecia muito com Jace, e juntos eles começaram a treinar um ao outro em suas próprias especialidades entre uma e outra missão. Depois de alguns anos, Jace começou a notar o quão negativamente as atitudes do Consórcio lhe afetaram e passou a se sentir culpado (ironicamente) por nunca ter se sentido culpado de nada que fez em nome do Consórcio. As coisas se encaminhavam para um fim quando uma missão em Kamigawa terminou no massacre de um vilarejo Nezumi. Como punição, Tezzeret espancou Jace brutalmente por falhar, apesar de Jace não ter cometido nenhum erro durante todo o trabalho e o ocorrido ter sido apenas um acontecimento imprevisto.

Logo em seguida, um agente de Nicol Bolas, o mestre original do Consórcio Infinito e principal rival do então líder da guilda, contatou Tezzeret durante uma disputa de mineração num plano desconhecido. Tezzeret arranjou um encontro com o dragão em um plano ártico e levou consigo Jace, para garantir que Bolas não tentasse sondar sua mente. Jace acabou se distraindo com o dragão, que administrava duas conversas, com ambos. As defesas do telepata, que não haviam sido nem sequer testadas, cederam perante a investida de Bolas. Depois de fugirem para salvar suas vidas das forças de Bolas, Jace sucumbiu ao frio e perdeu um dedo do pé. No entanto esse foi o menor dos seus ferimentos, pois Tezzeret torturou Jace, utilizando sua lâmina de mana, por ter falhado mais uma vez, independentemente de sua inexperiência ou da enorme diferença de poder entre ele e Nicol Bolas.

A apreensão de Jace para com os métodos e a sede por poder de Tezzeret havia crescido. Após recusar uma tarefa que ia contra sua natureza, ele teve que fugir do Consórcio Infinito. Jace levou consigo Kallist e partiu para os confins de Ravnica, na esperança de escapar da fúria do Consórcio. Enquanto tentava permanecer incógnita, a dupla conheceu a amável necromante Liliana Vess, que flertou incansávelmente com ambos e que acabou em um romance envolvente com Jace. Por algum motivo desconhecido, Liliana revelou secretamente ao Consórcio o paradeiro de Jace e Kallist, mesmo estando muito triste por ter que fazer isso.

Em uma medida desesperada de salvar a sua vida e de seu amigo, Jace tentou absorver a mente de Kallist e trocar de corpo para que lutassem como um só e com poderes combinados, mas sua tentativa falhou miseravelmente. O corpo de Kallist morreu e a mente de Jace retornou ao seu corpo original, causando um trauma extremo à psique do planinauta. Liliana o protegeu e levou consigo para tratá-lo. Mais tarde, a necromante insistiu para que ele fosse atrás de Tezzeret, por causa da morte de Kallist. O resultado foi Jace e Tezzeret conspirando um contra o outro: Tezzeret com intenções de matar Jace por insubordinação e imprudência, enquanto Jace tentava ver-se finalmente livre do Consórcio.

Cometendo um dos piores erros de sua vida, Jace procurou a ajuda de Nicol Bolas para localizar o sacrário de Tezzeret e, junto de Liliana, planejaram a invasão à base do artífice. No entanto, o ataque falhou e Jace foi capturado. Mais uma vez, Liliana havia traído o mago telepata, pois tudo havia sido previamente esquematizado com Nicol Bolas para que ele fosse derrotado. Tezzeret passou meses construindo um artefato capaz de controlar a mente de Jace sem afetar suas habilidades e, nesse meio tempo, Jace foi violentamente torturado pela piromante Baltrice. Porém, Liliana aproximou-se do cativo Jace, tentando explicar os motivos pelos quais ela fez o que fez e que ela se importava sinceramente com Jace, tanto que voltara para ajudá-lo a escapar. Jace jurou a si mesmo que dali em diante ele iria ajudar Liliana sempre que pudesse, pois havia percebido a verdade nos olhos da necromante. Juntos, eles tentaram mais uma vez destruir Tezzeret. No duelo final entre o artífice e o ilusionista, Jace apagou a mente de Tezzeret, afinal.

Possuindo todo o conhecimento sobre a vida de Tezzeret, Jace arquitetou uma série de armadilhas para tentar localizá-lo, pois sabia que ele havia sobrevivido mesmo com a mente vazia. Quando Tezzeret caiu em uma das armadilhas em Esper, Jace e Baltrice foram alertados e partiram para encontrá-lo. Tezzeret tomou a vantagem ao infectar Jace com um mecanismo etéreo que o privou de todas suas habilidades, inclusive viajar pelos planos. Tezzeret prometeu remover o mecanismo assim que Baltrice o ajudasse a encontrar uma esfinge conhecida como Crucius, o Louco.

O mecanismo foi removido mais tarde por Nicol Bolas, como parte dos planos de Tezzeret. Uma vez liberto, o mentalista e o artífice retomaram mais uma vez sua guerra particular. Bolas chegou a interferir mais uma vez, sem o conhecimento de Jace, enviando Tezzeret para Mirrodin, como seu agente, e interrompendo momentâneamente a contenda.

Além disso, Jace passou um indeterminado período de tempo no plano de Lorwyn durante o tempo da Aurora, estudando a natureza peculiar das coisas dos sonhos naquele mundo. Nesse acontecimento hipotético, ele teria tido um breve encontro mental com Ashling, do povo flamíneo. No entanto ela nunca teve consciência de sua presença.

As viagens de Jace o levaram de volta a Ravnica, onde ele no passado aprimorou suas habilidades como mago mental enquanto trabalhava para o Consórcio Infinito. Agora, no momento da volta de Jace, as dez guildas voltaram a ter papel de destaque, e a intriga entre elas chegou ao auge. Jace suspeita de uma profunda conspiração envolvendo o dragão Niv-Mizzet, uma trama que leva a segredos tão perigosos que a magia mental de Jace pode lhe arrumar problemas maiores do que ele está disposto a enfrentar.