A maioria das cartas da coleção Theros faz referência a personagens ou acontecimentos da mitologia grega. Como não poderia faltar, uma delas representa o titã Prometeu. Ou melhor, não uma, mas duas cartas estão envolvidas em sua alusão. A mais óbvia é a carta Titã do Fogo Eterno, uma criatura que confere a habilidade de causar dano direto para outras criaturas do tipo Humano. A outra carta é Acorrentado às Rochas, que representa o castigo por inanição conferido por Zeus ao famigerado titã.
De acordo com a mitologia grega, Zeus transmitiu a Prometeu e seu irmão Epimeteu a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la. Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, formou-o do barro. Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu ao seu irmão Prometeu. Este, roubou o fogo dos deuses e deu-o aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia, o fogo era uma posse exclusiva dos deuses e devido a tal ousadia de Prometeu, Zeus o castigou sevaramente. Sob o comando do deus dos deus, Hefesto foi ordenado a acorrentar Prometeu no cume do Monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia dilacerava o seu fígado que, durante todos as noite, regenerava-se. Tal punição devia durar 30 mil anos.
Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Héracles (mais conhecido por seu nome romano, Hércules) logo após a conclusão do último de seus famosos doze trabalhos, período no qual o herói se dedicou a diversas aventuras. Em uma delas, Héracles confrontou um grupo de centauros que vivam na mesma região que o lendário Quírion, também meio-homem e meio-cavalo, filho do titã Cronos e de Fílira, uma das oceânides. Quíron não tinha a natureza selvagem dos outros centauros, devido a sua origem diferenciada; ele era, na verdade, o mais sábio e o mais justo dos centauros. Apesar de ser meio-irmão de Zeus, Poseidon e Hades, Quírion vivia entre os mortais transmitindo seus conhecimentos aos mortais, sendo altamente reverenciado como professor e tutor de heróis mitológicos como Aquiles, Teseu, Jasão e o próprio Héracles.
No entanto, durante a contenda com os centauros, Quíron foi atingido acidentalmente por uma flecha do próprio Herácles, que estava embebida no veneno da Hidra de Lerna. A flecha não matou Quíron, pois, sendo filho de um titã, era imortal. Porém, provocou-lhe dores terríveis e incessantes, de forma que Quírion decidiu pedir para Herácles que fizesse um acordo com Zeus, trocando a imortalidade do centauro pela vida de Prometeu. Zeus, que afirmara que só o libertaria se um imortal abrisse mão de sua imortalidade e fosse para o reino dos mortos, concordou com a troca. Dessa forma, Quíron renunciou sua imortalidade e sacrificou-se. Comovido pelo altruismo do filho de Cronos, Zeus decidiu homenageá-o, colocando-o no céu como a constelação que chamamos de Sagitário.
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