O ruído que escapa dos lábios de Fblthp poderia ser melhor descrito como um gemido. Ele não fala nenhuma língua que os cidadãos de Ravnica estejam familiarizados, mas soa como gemido agonizante de desespero que era instantaneamente reconhecível.
Fblthp era imensamente grato por seu serviço ao Senado Azorius, pois raramente o obrigava a deixar a segurança e simplicidade relativa do Jardim dos Magistrados. Suas funções eram relativamente simples: remover detritos das passarelas, polir as placas menores que decoram as estátuas de legisladores notáveis e alertar os agentes de segurança sobre qualquer problema.
Como outros que prestam serviço ao Senado, Fblthp desfruta de proteções básicas e subsídios adequados para o seu cargo, conforme previsto por lei. Inclusive ele cresceu acostumado com a maneira como era tratado por seus superiores (ou seja, ignorado). Ele recebeu uma casa modesta e tinha refeições todos os dias, em troca de seus serviços no Jardim. Da mesma forma, quando ele sofria alergias causadas por plantas locais, o Senado prontamente lhe forneceu o remédio adequado. Era uma existência segura e maravilhosa.
Não é comum os membros das outras guildas visitar o Jardim do Magistrado e o aparecimento dessas pessoas de fora geralmente causava medo em Fblthp. Os druidas cobertos de folhas da Selesnya não eram muito malvados, apesar de terem tendência a acariciá-lo enquanto proferiam orações indecifráveis. Já os pesquisadores Simic diversas vezes murmuravam entre si sobre cruzar Fblthp com um bastão ou uma anêmona do mar. Nesses momentos, Fblthp geralmente "lembrava" de algum dever esquecido do outro lado do Jardim e escapulia.
Um dia, enquanto recolhia restos descartados de comida e outros lixos do Jardim, ele foi abordado por uma mulher humana. Reconhecendo a figura imponente por sua armadura e o traje estilizado dos Azorius, o homúnculo percebeu que ela era uma encarceradora. Isso era estranho, na verdade. A maioria dos encarceradores que visitavam o Jardim ignoravam completamente a presença de Fblthp, muitas vezes até o chutavam sem querer. No entanto, ela dirigiu-se até ele e inclinou o corpo de modo a olhar diretamente em seu olho.
"Você é Thbltpth?", perguntou ela. A última palavra trouxe uma incontrolável emoção que tornou-se evidente no rosto do homúnculo.
Fblthp piscou duas vezes e balançou a cabeça ligeiramente.
"Eu sou Parisha. Sirvo à Nona Delegacia e, nos termos do disposto IV.126.3 da Portaria Isperia, eu venho requerir sua ajuda. Favor, acompanhe-me."
Ela ofereceu a mão. Fblthp choramingou.
Fblthp nunca tinha estado dentro de qualquer uma das três majestosas colunas que compunham Nova Prahv. Elas eram incrivelmente altas, reluzente e impecáveis. Sem dizer uma palavra, ele foi conduzido até uma câmara no primeiro andar por um serviçal vedalkeano. Piscando lentamente, Fblthp nervosamente absorvia seu novo ambiente, as paredes nuas e a inútil mobília que era alta demais para o seu tamanho. Ali ele ficou pacientemente esperando pela moça conforme lhe fora instruído a fazer.
Eventualmente, Parisha abriu a porta de madeira e regressou. Determinada e eficiente, mas não de maneira rude, ela se sentou e colocou dois pergaminhos sobre a mesa. Ela olhou com expectativa para Fblthp, mirando em seqüência para a cadeira oposta. Percebendo a impossibilidade de seu pedido em silêncio, levantou-se e ergueu Fblthp da cadeira. Ele nunca tinha estado tão longe do solo.
"Esse é Vedax Gor", Parisha proclamou em tom ríspido enquanto desenrolava o primeiro pergaminho. "Há meses, ele associou-se à um certo estabelecimento Rakdos. Um tipo de clube de diversão, como eu soube que é conhecido". Parisha cuspiu a frase com desagrado. Fblthp tremeu um pouco perante a imagem do ser humano estranho. Seu rosto estava repleto de cicatrizes, piercings e tatuagens. Pedaços rasgados que mal podiam ser qualificados como roupas encontravam-se pendurados preguiçosamente sobre aquela criatura desnutrida. Fblthp nunca tinha encontrado nada parecido com ele. E nem queria.
"Vadax Gor goza de todos os tipos de depravação", Parisha continuou, "mas ultimamente seus gostos têm crescido perversamente. Ele não está mais satisfeito para manter sua tolice contida ao Culto. Ele é suspeito no desaparecimento de dois dos nossos cidadãos. Com sua ajuda, não haverá uma terceira vítima. Investigadores ainda não encontraram evidências diretas do envolvimento em Gor nestes seqüestros, por isso precisamos pegá-lo no ato."
O olho de Fblthp se arregalou. Ele brevemente cogitou a possibilidade de sair correndo porta afora e se Parisha poderia alcançá-lo, mas ele sabia que isso era tolice. Ele não teria permissão para voltar para as suas funções se ele desobedecesse uma encarceradora. Além disso, ele ainda estava muito alto naquela cadeira. Ele não tinha certeza se poderia saltar para baixo, sem se machucar. Sem outras opções, Fblthp gemeu baixinho.
"Os últimos dois sequestros ocorreram próximo desta loja de peles", Parisha disse, apontando para segundo pergaminho desenrolado, que era um mapa. "Acreditamos que o proprietário da loja está de alguma forma envolvido. Talvez ele esteja informando Gor quando um provável alvo aparece. Você irá até lá para entregar esses formulários de impostos. Eles terão de ser preenchidos de imediato e em triplicado. Se as nossas suspeitas estiverem corretas, Gor vai fazer seu movimento assim que você sair de lá."
Se ela tivesse dito apenas isso, Fblthp certamente teria corrido, mesmo que isso significasse deixar para trás seus deveres no amado Jardim. Mas seu olhos suavizou momentaneamente e ela continuou. "Não temas, pequeno. Meus agentes e eu vamos estar vigiando toda a área. Nós nunca te perderemos de vista. Você estará em perigo, sim. Mas Gor não vai colocar as mãos em você. Você estará de volta no Jardim Magistrado em poucos dias. Além disso, o Édito Isperia não me permite deixar você." Ela sorriu um pouco.
Fblthp não tinha certeza se ele acreditava que isto, mas ele parou de tremer e assentiu lentamente.
Fblthp sempre tinha odiado multidões. Ele queria evitar a movimentada via ravniciana, pois sempre se sentia totalmente perdido entre aquelas centenas de pessoas que andavam perambulando de um lado para o outro, mas de qualquer forma ninguém em particular deu-lhe atenção. Aliás, ninguém fez qualquer esforço para contorná-lo também. Ele quase foi chutado uma meia dúzia de vezes antes que ele chegasse ao seu destino.
O proprietário era humano, mas apenas tecnicamente. Corpulento como um ogro e duas vezes mais feio. Fblthp humildemente apresentou uma pasta de documentos. O homem grunhiu e abriu-a. Pedaços de comida caíram de sua barba desgrenhada enquanto ele começava a leitura (um feito impressionante, considerando todas as coisas). Um fungar ensurdecedor retumbou do nariz daquele homem pela sala enquanto ele seguia para o depósito. Fblthp piscou e olhou para a comida no chão, desconfiado.
Depois de um tempo, o proprietário apareceu e empurrou os formulários preenchidos para cima de Fblthp. O homúnculo curvou-se e virou-se para sair. O homem aspirou ensurdecedoramente de novo, mas Fblthp não entendia por que. Como instruído, o pequeno regressou para as ruas dirigindo-se para trás da loja. Parisha, está disfarçcada como cliente no mercado de frutas ali perto, brevemente fez contato visual com o homúnculo como ele devesse adentrar no próximo beco. Isso fez com que ele se sentisse melhor.
Fblthp desceu a viela, lentamente, mas com crescente confiança. Ele imaginou Parisha e seus companheiros estariam fazendo prisões a qualquer momento e que ele poderia voltar para o Jardim. Pensava nas águas mansas dos lagos quando um som terrível surgiu atrás dele. Virou-se rapidamente, esperando ver Parisha ou um dos outros soldados, porém ao invés disso a forma terrível de Vadax Gor emergiu das sombras. Fblthp deixou cair sua pasta e choramingou.
Punhos vigorosos seguravam o pequeno homúnculo pequena braços e o deixava cara-a-olho com um humano magro. O rosto cheio de piercings e cicatrizes do homem se contorceu em um sorriso de escárnio. Fblthp ficou em silêncio e, instintivamente, começou a tremer. Ele estava mais assustado do que nunca. Também estava distante do solo do que nunca! Uma risada, como a raspagem de botas na calçada, saiu de seu captor. Logo em seguida, aquele humano o colocou debaixo do braço e seguiu em direção de um bairro conhecido por ser controlado pelo Culto do Rakdos e por não ser um bom lugar para ir.
Fblthp começou a choramingar de novo.
Gor era esperto e uma vez que estava com o homúnculo embaixo do braço, deixou a cena do crime para trás. Fblthp fechou seu olho, não querendo ver o destino que o aguardava. Ele sentiu Gor virar à esquerda em um cruzamento. Depois à direita. E então, sem aviso, parou. Fblthp abriu o olho um pouco para descobrir o que estava acontecendo e viu Gor paralisado. Ele abriu o olho um pouco mais, sem compreender o que estava acontecendo.
Parisha aproximou-se por trás depois da perseguição. "Vadax Gor", ela gritou entre respirações pesadas, "você está preso". Enquanto isso, ela já estava desalojando Fblthp das garras do detido. Fblthp notou um brilho azul ao redor de Gor, que ainda estava imóvel.
"Minhas desculpas, pequenino", Parisha murmurou. "O proprietário da loja deve suspeitado de algo e atacou um dos meus agentes, antes que pudéssemos começar a nossa busca. Foi um ligeiro atraso, mas você não estava em perigo." Eles rapidamente se reuniram com outros encarceradores, que arrastaram Vadax Gor pelo beco em direção à praça.
Fblthp estava em uma antecâmara no sexto andar da Coluna Lyev. Ele nunca tinha estado em um lugar tão elevado. Parisha estava ao lado dele. Silenciosamente, ela se virou, ligeiramente curvada, e acenou para ele. Fblthp não tinha percebido a porta de mármore por onde um oficial entrou na sala.
Parisha o saudou com reverência. "O Senador", ela sussurou para o homúnculo. Fblthp piscou.
"Encarceradora, parabéns por uma missão bem sucedida. Isto é o que você mencionou no seu relatório?" Ele olhou para baixo enquanto lia um pedaço de pergaminho. "Cthillcip?"
"Sim, Vossa Excelência", ela respondeu.
"Muito bem". O ancião burocrata voltou seu olhar para o homúnculo de meio metro de altura. "Nos termos da Portaria III.875.2b Provisão Isperia, por favor, aceite meus agradecimentos em nome do Senado e dos cidadãos de Ravnica. Embora recompensa monetária não seja permitido, seus descendentes podem solicitar ao Senado o fornecimento de uma placa contando seus feitos honrosos para ser colocada em sua lápide após morte". Ele virou-se e saiu da sala.
Parisha acenou para a saída sul da sala. "Venha! Já está na hora de você retornar aos seus deveres." Fblthp praticamente saltou em direção à porta, ansioso para ver o Jardim novamente.
"Pelo menos, até a próxima missão."
Fblthp choramingou.
Fblthp era imensamente grato por seu serviço ao Senado Azorius, pois raramente o obrigava a deixar a segurança e simplicidade relativa do Jardim dos Magistrados. Suas funções eram relativamente simples: remover detritos das passarelas, polir as placas menores que decoram as estátuas de legisladores notáveis e alertar os agentes de segurança sobre qualquer problema.
Como outros que prestam serviço ao Senado, Fblthp desfruta de proteções básicas e subsídios adequados para o seu cargo, conforme previsto por lei. Inclusive ele cresceu acostumado com a maneira como era tratado por seus superiores (ou seja, ignorado). Ele recebeu uma casa modesta e tinha refeições todos os dias, em troca de seus serviços no Jardim. Da mesma forma, quando ele sofria alergias causadas por plantas locais, o Senado prontamente lhe forneceu o remédio adequado. Era uma existência segura e maravilhosa.
Não é comum os membros das outras guildas visitar o Jardim do Magistrado e o aparecimento dessas pessoas de fora geralmente causava medo em Fblthp. Os druidas cobertos de folhas da Selesnya não eram muito malvados, apesar de terem tendência a acariciá-lo enquanto proferiam orações indecifráveis. Já os pesquisadores Simic diversas vezes murmuravam entre si sobre cruzar Fblthp com um bastão ou uma anêmona do mar. Nesses momentos, Fblthp geralmente "lembrava" de algum dever esquecido do outro lado do Jardim e escapulia.
Um dia, enquanto recolhia restos descartados de comida e outros lixos do Jardim, ele foi abordado por uma mulher humana. Reconhecendo a figura imponente por sua armadura e o traje estilizado dos Azorius, o homúnculo percebeu que ela era uma encarceradora. Isso era estranho, na verdade. A maioria dos encarceradores que visitavam o Jardim ignoravam completamente a presença de Fblthp, muitas vezes até o chutavam sem querer. No entanto, ela dirigiu-se até ele e inclinou o corpo de modo a olhar diretamente em seu olho.
"Você é Thbltpth?", perguntou ela. A última palavra trouxe uma incontrolável emoção que tornou-se evidente no rosto do homúnculo.
Fblthp piscou duas vezes e balançou a cabeça ligeiramente.
"Eu sou Parisha. Sirvo à Nona Delegacia e, nos termos do disposto IV.126.3 da Portaria Isperia, eu venho requerir sua ajuda. Favor, acompanhe-me."
Ela ofereceu a mão. Fblthp choramingou.
Fblthp nunca tinha estado dentro de qualquer uma das três majestosas colunas que compunham Nova Prahv. Elas eram incrivelmente altas, reluzente e impecáveis. Sem dizer uma palavra, ele foi conduzido até uma câmara no primeiro andar por um serviçal vedalkeano. Piscando lentamente, Fblthp nervosamente absorvia seu novo ambiente, as paredes nuas e a inútil mobília que era alta demais para o seu tamanho. Ali ele ficou pacientemente esperando pela moça conforme lhe fora instruído a fazer.
Eventualmente, Parisha abriu a porta de madeira e regressou. Determinada e eficiente, mas não de maneira rude, ela se sentou e colocou dois pergaminhos sobre a mesa. Ela olhou com expectativa para Fblthp, mirando em seqüência para a cadeira oposta. Percebendo a impossibilidade de seu pedido em silêncio, levantou-se e ergueu Fblthp da cadeira. Ele nunca tinha estado tão longe do solo.
"Esse é Vedax Gor", Parisha proclamou em tom ríspido enquanto desenrolava o primeiro pergaminho. "Há meses, ele associou-se à um certo estabelecimento Rakdos. Um tipo de clube de diversão, como eu soube que é conhecido". Parisha cuspiu a frase com desagrado. Fblthp tremeu um pouco perante a imagem do ser humano estranho. Seu rosto estava repleto de cicatrizes, piercings e tatuagens. Pedaços rasgados que mal podiam ser qualificados como roupas encontravam-se pendurados preguiçosamente sobre aquela criatura desnutrida. Fblthp nunca tinha encontrado nada parecido com ele. E nem queria.
"Vadax Gor goza de todos os tipos de depravação", Parisha continuou, "mas ultimamente seus gostos têm crescido perversamente. Ele não está mais satisfeito para manter sua tolice contida ao Culto. Ele é suspeito no desaparecimento de dois dos nossos cidadãos. Com sua ajuda, não haverá uma terceira vítima. Investigadores ainda não encontraram evidências diretas do envolvimento em Gor nestes seqüestros, por isso precisamos pegá-lo no ato."
O olho de Fblthp se arregalou. Ele brevemente cogitou a possibilidade de sair correndo porta afora e se Parisha poderia alcançá-lo, mas ele sabia que isso era tolice. Ele não teria permissão para voltar para as suas funções se ele desobedecesse uma encarceradora. Além disso, ele ainda estava muito alto naquela cadeira. Ele não tinha certeza se poderia saltar para baixo, sem se machucar. Sem outras opções, Fblthp gemeu baixinho.
"Os últimos dois sequestros ocorreram próximo desta loja de peles", Parisha disse, apontando para segundo pergaminho desenrolado, que era um mapa. "Acreditamos que o proprietário da loja está de alguma forma envolvido. Talvez ele esteja informando Gor quando um provável alvo aparece. Você irá até lá para entregar esses formulários de impostos. Eles terão de ser preenchidos de imediato e em triplicado. Se as nossas suspeitas estiverem corretas, Gor vai fazer seu movimento assim que você sair de lá."
Se ela tivesse dito apenas isso, Fblthp certamente teria corrido, mesmo que isso significasse deixar para trás seus deveres no amado Jardim. Mas seu olhos suavizou momentaneamente e ela continuou. "Não temas, pequeno. Meus agentes e eu vamos estar vigiando toda a área. Nós nunca te perderemos de vista. Você estará em perigo, sim. Mas Gor não vai colocar as mãos em você. Você estará de volta no Jardim Magistrado em poucos dias. Além disso, o Édito Isperia não me permite deixar você." Ela sorriu um pouco.
Fblthp não tinha certeza se ele acreditava que isto, mas ele parou de tremer e assentiu lentamente.
Fblthp sempre tinha odiado multidões. Ele queria evitar a movimentada via ravniciana, pois sempre se sentia totalmente perdido entre aquelas centenas de pessoas que andavam perambulando de um lado para o outro, mas de qualquer forma ninguém em particular deu-lhe atenção. Aliás, ninguém fez qualquer esforço para contorná-lo também. Ele quase foi chutado uma meia dúzia de vezes antes que ele chegasse ao seu destino.
O proprietário era humano, mas apenas tecnicamente. Corpulento como um ogro e duas vezes mais feio. Fblthp humildemente apresentou uma pasta de documentos. O homem grunhiu e abriu-a. Pedaços de comida caíram de sua barba desgrenhada enquanto ele começava a leitura (um feito impressionante, considerando todas as coisas). Um fungar ensurdecedor retumbou do nariz daquele homem pela sala enquanto ele seguia para o depósito. Fblthp piscou e olhou para a comida no chão, desconfiado.
Depois de um tempo, o proprietário apareceu e empurrou os formulários preenchidos para cima de Fblthp. O homúnculo curvou-se e virou-se para sair. O homem aspirou ensurdecedoramente de novo, mas Fblthp não entendia por que. Como instruído, o pequeno regressou para as ruas dirigindo-se para trás da loja. Parisha, está disfarçcada como cliente no mercado de frutas ali perto, brevemente fez contato visual com o homúnculo como ele devesse adentrar no próximo beco. Isso fez com que ele se sentisse melhor.
Fblthp desceu a viela, lentamente, mas com crescente confiança. Ele imaginou Parisha e seus companheiros estariam fazendo prisões a qualquer momento e que ele poderia voltar para o Jardim. Pensava nas águas mansas dos lagos quando um som terrível surgiu atrás dele. Virou-se rapidamente, esperando ver Parisha ou um dos outros soldados, porém ao invés disso a forma terrível de Vadax Gor emergiu das sombras. Fblthp deixou cair sua pasta e choramingou.
Punhos vigorosos seguravam o pequeno homúnculo pequena braços e o deixava cara-a-olho com um humano magro. O rosto cheio de piercings e cicatrizes do homem se contorceu em um sorriso de escárnio. Fblthp ficou em silêncio e, instintivamente, começou a tremer. Ele estava mais assustado do que nunca. Também estava distante do solo do que nunca! Uma risada, como a raspagem de botas na calçada, saiu de seu captor. Logo em seguida, aquele humano o colocou debaixo do braço e seguiu em direção de um bairro conhecido por ser controlado pelo Culto do Rakdos e por não ser um bom lugar para ir.
Fblthp começou a choramingar de novo.
Gor era esperto e uma vez que estava com o homúnculo embaixo do braço, deixou a cena do crime para trás. Fblthp fechou seu olho, não querendo ver o destino que o aguardava. Ele sentiu Gor virar à esquerda em um cruzamento. Depois à direita. E então, sem aviso, parou. Fblthp abriu o olho um pouco para descobrir o que estava acontecendo e viu Gor paralisado. Ele abriu o olho um pouco mais, sem compreender o que estava acontecendo.
Parisha aproximou-se por trás depois da perseguição. "Vadax Gor", ela gritou entre respirações pesadas, "você está preso". Enquanto isso, ela já estava desalojando Fblthp das garras do detido. Fblthp notou um brilho azul ao redor de Gor, que ainda estava imóvel.
"Minhas desculpas, pequenino", Parisha murmurou. "O proprietário da loja deve suspeitado de algo e atacou um dos meus agentes, antes que pudéssemos começar a nossa busca. Foi um ligeiro atraso, mas você não estava em perigo." Eles rapidamente se reuniram com outros encarceradores, que arrastaram Vadax Gor pelo beco em direção à praça.
Fblthp estava em uma antecâmara no sexto andar da Coluna Lyev. Ele nunca tinha estado em um lugar tão elevado. Parisha estava ao lado dele. Silenciosamente, ela se virou, ligeiramente curvada, e acenou para ele. Fblthp não tinha percebido a porta de mármore por onde um oficial entrou na sala.
Parisha o saudou com reverência. "O Senador", ela sussurou para o homúnculo. Fblthp piscou.
"Encarceradora, parabéns por uma missão bem sucedida. Isto é o que você mencionou no seu relatório?" Ele olhou para baixo enquanto lia um pedaço de pergaminho. "Cthillcip?"
"Sim, Vossa Excelência", ela respondeu.
"Muito bem". O ancião burocrata voltou seu olhar para o homúnculo de meio metro de altura. "Nos termos da Portaria III.875.2b Provisão Isperia, por favor, aceite meus agradecimentos em nome do Senado e dos cidadãos de Ravnica. Embora recompensa monetária não seja permitido, seus descendentes podem solicitar ao Senado o fornecimento de uma placa contando seus feitos honrosos para ser colocada em sua lápide após morte". Ele virou-se e saiu da sala.
Parisha acenou para a saída sul da sala. "Venha! Já está na hora de você retornar aos seus deveres." Fblthp praticamente saltou em direção à porta, ansioso para ver o Jardim novamente.
"Pelo menos, até a próxima missão."
Fblthp choramingou.
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