terça-feira, 9 de novembro de 2010

Aurora Metálica

Esta é a história por trás dos eventos que acontecem durante o Bloco de Mirrodin, conforme explicado de maneira fragmentada em diversos artigos no site da Wizards e agora retorna à cena através do Bloco de Cicatrizes de Mirrodin, que você pode saber mais lendo a história Cicatrizes Expostas.

Memnarca foi nomeado guardião do plano artificial de Argentum logo depois que seu criador Karn deixou o plano para se aventurar pelo Multiverso. Por décadas, Memnarca vagou solitário pelo plano, admirando a beleza artificial perfeita que seu criador havia erigido. Ele estava fascinado pelos mosco-lumes. Diferente das características de Argentum, os mosco-lumes são diminutas entidades que não seguiam um padrão previsível e depois de cada ciclo eles simplesmente desapareciam. Memnarca repetidamente ponderou a perplexa questão, mas não foi capaz de achar uma resposta. Todavia, os tempos de inocência de Memnarca logo chegariam ao final.

No palácio Galdroon, o lar de Karn, Memnarca encontrou uma mancha preta de óleo no chão. O Guardião prontamente a limpou, mas de alguma forma o óleo acidentalmente entrou nos seus sistemas internos. Enquanto o óleo invadia sua matriz de força, Memnarca subitamente experimentou uma série de pensamentos sombrios (provavelmente ligados ao mana negro phyrexiana, que se supõe ser a origem do tal óleo). Então ele concluíu que Karn fez algo errado ao criar um mundo estéril e metálico, decidindo que traria nova vida àquele local. As pessoas seriam suas. Ele renomearia Argentum. A partir daquele momento, o mundo seria Mirrodin e ele, Memnarca, seria o seu Guardião.

O Guardião começou a trabalhar na transformação de Argentum em Mirrodin. Ele adicionou características, como o Emaranhado (florestas), os Campos Cortantes (planícies), o Mar de Mercúrio (ilhas), Mephidross (pântanos) e as Montanhas de Óxida (montanhas) para os futuros habitantes deste plano. Depois, quando o plano já estava apto a ser habitado, os primeiros problemas surgiram. Enquanto ele estava ocupado criando os lugares, uma espécie praga chamada Treliça Micossintetizadora surgiu no seu mundo, oriunda do óleo phyrexiano e que transformava metal em carne e carne em metal. Memnarca tentou lidar com a ameaça criando uma raça de poderosos golems para combater a praga. Não teve sucesso. Muitos golems foram destruídos e outros tantos se perderam nos terrenos inóspitos daquele plano.

Para soprar vida no seu plano morto, Memnarca construiu as Armadilhas de Alma, que eram engenhosos mecanismos que aprisionam almas e corpos de criaturas vivas. O guardião enviou esses mecanismos através dos planos, trazendo uma grande variedade de criaturas para seu mundo. Foi através deste sistema que as raças humanas dos Auriok, Neurok, Moriok, Vulshok e Sylvok chegaram a Mirrodin, assim como as mais diversas raças não-humanas (Vedalkeanos, Loxodontes, Elfos, Leoninos, Trolls, Ogres, Lobos e Goblins). À medida que as criaturas chegavam ao plano, a Treliça Micossintetizadora mudava suas formas para melhor se adaptarem aos novos ambientes. Primeiramente, Memnarca prestou muita atenção aos seus estilos de vida, cuidadosamente gravando seus rituais, hábitos e comportamentos. Sua raça favorita era a dos Vedalkeanos.

Se as histórias nos ensinaram algo, é que a perfeição não dura para sempre. As tragédias do Reino de Serra e Phyrexia são exemplos do que poderia ocorrer com Mirrodin. Memnarca logo percebeu que Mirrodin poderia entrar em colapso, igual a todos os planos artificiais. Um dia, quando a energia de Mirrodin estivesse exaurida, o plano e todos os seus habitantes poderiam ser extintos. Um planejamento era necessário para salvar os habitantes e preservar o local.

Depois de vários séculos de classificação, Memnarca enlouqueceu devido à ausência de Karn. Ele desenvolveu um estranho líquido, o qual era coletado dos mosco-lumes e chamado de Soro. Ele divulgou os segredos desta criação para os vedalkeanos, que o exaltaram como um Deus por isso. Mas Memnarca desejava evoluir para planinauta, como seu criador Karn. Com o poder do Soro em suas mãos, Memnarca foi transformado de um curioso compulsivo para um lunático alucinado. O óleo phyrexiano que residia em seu interior parecia corrompê-lo cada vez mais com os pensamentos do Pai das Máquinas, afinal sempre fora o sonho frustado de Yawgmoth ascender como planinauta.

Silenciosamente, Mirrodin transformou-se. O Guardião criou milhares de criaturas artefato, as quais ele colocou na superfície do mundo para agirem como seus espiões. O Núcleo de Mirrodin, que sempre fora a fonte da energia do plano, entrou em erupção quatro vezes, em locais distintos. Em cada uma delas, uma lua foi lançada em órbita e um grande fosso se formou no chão. Foi assim que as luas vermelha, preta, azul e branca foram criadas. Memnarca não estava apto a explicar o estranho fenômeno e muito menos demonstrou qualquer interesse em sanar as dúvidas das pessoas, apenas nomeou os fossos como Lacuna Vermelha, Lacuna Preta, Lacuna Azul e Lacuna Branca, referenciando cada um à lua que originou respectivamente. Cada Lacuna possuía ligação subterrânea com o centro do mundo, de onde flui todo o mana existente em Mirrodin.

Conforme os anos passavam e novas gerações chegavam, lendas começaram a ser construídas sobre os satélites de Mirrodin, inclusive contando que aquelas luas eram na verdade sóis coloridos. Apenas Memnarca e outros poucos sabiam que as lendas eram falsas. Mas, de qualquer forma, elas sempre tiveram grande importância para os habitantes de Mirrodin, como por exemplo os leoninos chamavam a lua branca de Bringer, os goblins acreditavam que a lua azul era o Olho da Perdição e quando algum membro de sua raça nascia quando este “sol” estava no ápice, ele deveria ser sacrificado, e muitas pessoas acreditavam que Ingle, a lua negra, era o local para onde os espíritos dos mortos se dirigiam.

Séculos mais tarde, as raças em Mirrodin começaram a evoluir. Nos vedalkeanos, por exemplo, cresceram dois braços extras e o soro os transformou em monstros calejados e cruéis sobrepujadores à semelhança de Memnarca. Durante os anos, Memnarca modificou a si mesmo, através de duas pernas extras e mais seis olhos. Contudo, a praga micossintetizadora perturbou seu corpo com a frágil carne, mas isso não afetou a perspicácia de sua mente. O soberano de Mirrodin começou a consumir uma tremenda quantia de Soro e, sem perceber, começou a ficar viciado no mesmo.

Sob a influência do soro, Memnarca pensou que seu criador finalmente tivesse retornado. Depois do uso excessivo do Soro, ele presenciou visões de que Karn havia retornado e que o guiaria através do planinautismo. Dessa forma, Memnarca criou inconscientemente uma barreira psíquica que impedia Karn de retornar à Mirrodin, pois ele realmente acreditava que via o planinauta ao seu lado. Além disso, o Guardião procurou aprender sobre a história da ascensão de seu mentor. Há centenas de anos, uma raça de horrores mecânicos invadiu Dominária, a terra natal de Karn, trazendo com ela a Praga Phyrexiana. A praga cresceu desenfreadamente e, em um ato final de desespero, Karn e seu criador, outro planinauta chamado Urza, sacrificaram a si mesmos através da construção de uma arma que utilizaria uma luz cegante que atravessou Dominária e varreu a praga. Urza sucumbiu, mas sua centelha de planinauta sobreviveu. No ardor da explosão, Karn ascendeu.

Memnarca não tinha nem os conhecimentos nem os recursos para construir a tal arma, mas ele sabia que o núcleo de mana seria suficiente para sua ascensão. Ele acreditava que sacrificando a si mesmo e a uma criatura possuidora de uma centelha planinauta ele poderia elevar seu poder de tal forma que seria possível destruir a praga micossintetizadora. Para ajudá-lo nesta meta, ele construiu Panóptica, uma onipotente fortaleza no interior do Núcleo de Mana. Tudo o que ele precisava agora era de uma centelha planinauta.

Foi o grande soberano de Mirrodin quem descobriu um dos mais fortes metais do multiverso: o aço negro. Ele encontrou isso na repentina mistura do pó de mosco-lumes com mágica, que resultou na criação de um metal escuro imune ao dano e ao calor. Em seguida, usou esse conhecimento para construir um grande mecanismo chamado de Olho de Aço Negro, que lhe possibilitou ver toda a superfície de Mirrodin. Ele também construiu um homem de metal chamado Malil, que era baseado no seu desenho original, para trabalhar como seu servo.

Mas mesmo assim, Memnarca nunca havia encontrado sua tão cobiçada centelha de planinauta. Ele confrontou grandes líderes das raças que habitavam Mirrodin, como por exemplo Raksha. Muitos ciclos lunares depois, Memnarca ficou atento a uma criatura que poderia realizar seus desejos de ascensão. Tal criatura era uma elfa e seu nome era Glissa. Manipulando a vida da garota, o Guardião preparava o terreno para que seu grande projeto pudesse ser executado. Ele executou seus pais e fez seus irmãos elfos voltarem-se contra ela. No entanto, ela sabia da verdade e queria vingança.

Observando os movimentos de Glissa através do Olho de Aço Negro, o soberano de Mirrodin vislumbrou em uma mistura de temor e expectativa quando a elfa fica obtém o conhecimento de Chunth, o trol ancião de Tel-Jilad a respeito do interior oco do muno.

Armada com esse conhecimento, Glissa luta para chegar ao Reservatório do Conhecimento, na grande capital vedalkeana de Lumengrid. A câmara sagrada do Sínodo contém uma Lacuna, um túnel saturado de mana azul, que leva ao interior secreto de Mirrodin.

As imensas e bizarras torres de um metal fungoso chamado de micossintetizador erguem-se a um imenso sol interno de mana pura. Depois de fugir de seus perseguidores vedalkeanos, Glissa descobre outro segredo dentro deste plano. O Memnarca é real e ele espera pacientemente pela vinda da campeã élfica, enquanto a mesma destruía seus niveladores e cruzava Mirrodin fazendo novos aliados e perigosos inimigos.

Glissa causou incontáveis danos à armada artefato e ao império vedalkeano. Durante uma rixa no estabelecimento Neurok de Medev, dúzias de aeroplanos foram perdidos sob as ondas do mar de mercúrio. Mais dano foi causado quando Glissa atacou Lumengrid, a fortaleza capital dos vedalkeanos. Apenas algumas horas após o ataque, Janus, o líder do sínodo vedalkeano estava morto e os humanos neurokes prestes a se rebelar da opressão vedalkeana.

Finalmente, Memnarca enviou Malil para ajudar Pontifex, o novo líder do regime vedalkeano, que ficou encarregado de caçar a garota. Muitas vezes, Malil organizou expedições para capturar a elfa e seus companheiros, somente para ver seus exércitos de niveladores serem dizimadas pela magia destrutiva a garota. Nas profundezas da Lacuna Azul, Malil teve toda sua armada niveladora destruída e foi forçado a retornar para Panóptica em busca de mais tropas. Em uma experiência para observar os efeitos do Soro no constructo, Memnarca forneceu o líquido a Malil, aumentando consideravelmente a crueldade e frieza do homem de metal. Malil retornou para Panóptica muitas vezes depois disso, cada vez saindo com mais Soro e niveladores.

Memnarca logo viu que Malil não obteve sucesso. Em Mephidross, Malil e Pontifex capturaram a elfa, mas a perderam em uma disputa para determinar quem a entregaria para o Guardião. De qualquer forma, ele esperou pacientemente, sabendo que em breve Glissa viria até ele por vontade própria. Ele estava certo.

Enquanto o guardião focava sua atenção na captura de Glissa durante algumas semanas, uma nova crise tomava lugar na fortaleza vedalkeana de Lumengrid: os humanos neurokes, enfurecidos por séculos de perseguição e escravidão que eles sofreram pelos vedalkeanos, revoltavam-se. A rebelião neuroke era uma ameaça aos planos de Memnarca. Desta forma, ele levou adiante a solução que encontrou para o problema neuroke: eles precisavam ser erradicados.

Sob as ordens de Memnarca, niveladores e soldados vedalkeanos invadiram a aldeia neuroke de Medev e dizimaram sua população inteira. Os operários de Lumengrid sofreram um destino pior: em minutos, a rebelião neuroke foi oprimida e sua raça extinta. Agora, os planos de Memnarca finalmente poderiam ser levados adiante sem intervenção. A primeira parte deste plano consistia em manter Glissa viva. Depois da fuga da elfa, ela foi capturada pelos seus companheiros elfos, os quais lhe acusaram da morte de seus pais. Memnarca enviou um intermediador chamado Vektro para intervir. Com este serviço encaminhado, Memnarca começou a mudar os vedalkeanos com sua mágica, transformando-os em suas inconseqüentes máquinas de matar.

Horas depois de enviar Vektro para a superfície, Memnarca tinha Slobad, o companheiro de Glissa, sob seu controle. Se não fosse possível retirar a centelha de Glissa e transferi-la para o próprio soberano de Mirrodin, ele planejava usar o goblin como receptáculo para tal energia. Dessa forma, as tropas vedalkeanas capturaram Glissa, mas a elfa tornou a fugir durante a reconstrução de Panóptica. Porém, aparentemente isso não incomodou o Memnarca, pois ele acreditava que ela retornaria outras vezes para tentar resgatar o amigo goblin.

Slobad é muito inteligente até para os padrões de um ser humano. Sua perícia como artífice é espantosa. Ele é sério e compenetrado, diferente dos outros Goblins. E nada covarde. Até meio amargurado, pois, por ser muito inteligente, não era compreendido por outras de sua raça, sendo expulso da tribo, e por ser um goblin, não era também compreendido por qualquer outra raça em Mirrodin. Nada mais natural ele acabar preferindo as máquinas aos homens. Sendo assim, seu conhecimento era vastíssimo no assunto e seria de grande utilidade para o Guardião.

Memnarca deu início ao seu mais novo plano: Geth, o líder de Mephidross, seria substituído por um golem legislador, muito mais leal ao guardião. O golem seria o portador do Miracore, um artefato que pode controlar constructos e morto-vivos da mesma forma. O golem apanharia Glissa e preservaria sua centelha, ao contrário de Geth que aparentemente não seguia fielmente às ordens do Guardião.

Entretanto, os vedalkeanos continuariam com a produção do soro e Vektro continuaria na superfície. Memnarca hibernaria para livrar-se da própria carne, que ele acreditava impedí-lo de se tornar um planinauta. No quinto ano de hibernação, as cinco luas convergeriam sobre Mirrodin e o guardião seria acordado. O plano era brilhante porque Memnarca não correria nenhum risco. Ele criou legiões de constructos e muitas cópias de Malil para manter a superfície ocupada.

O goblin Slobad foi capturado e torturado horrivelmente, seus membros foram amputados e ele foi preso na derradeira máquina de Memnarca. Assim, subjulgado pelo poder do Guardião, foi-lhe dada a tarefa de transformar a própria estrutura de todo o plano em uma enorme máquina de transferência de centelha de planinauta. A fonte de alimentação daquele aparato, como teria que ser potente o suficiente para realizar tamanha tarefa, seria a alma cada um dos habitantes de Mirrodin. Dessa forma, a mente de Slobad foi interligada a uma infinidade de minúsculos memnitos para que atuassem como suas mãos enquanto ele construía aquele ambicioso dispositivo.

Então, por cinco anos, Memnarca hibernou enquanto o sedado Slobad trabalhava na construção da poderosa máquina que iria transferir a centelha planinauta de Glissa para o Guardião.

Finalmente, o dia chegou. Quando as cinco luas ergueram-se sobre Mirrodin em um evento conhecido como a Quinta Aurora, Memnarca saiu do seu casulo, revitalizado e livre da carne. Vektro ajoelhou-se perante seu mestre, prostrado e inútil como nenhum outro constructo de Mirrodin. Memnarca o destruiu por ter falhado na obediência das ordens e então agarrou o Miracore que pendia do pescoço do corpo de Vektro.

Com o Miracore em uma mão e Glissa aprisionada na outra, Memnarca pensou que era o vitorioso. Com os últimos habitantes da superfície lutando uma batalha perdida contra suas hordas de artefatos, não haveria resistência contra Memnarca, o planinauta. Ele fabricaria seu novo corpo como desejaria, um design perfeito para um planinauta perfeito. Logo, Mirrodin seria algo do passado.

Somente duas coisas permaneciam no caminho da completa vitória de Memnarca: a fétida cabeça morta-viva de Geth e milhares de goblins operários, fiéis à causa de Slobad mesmo após este ter sido capturado cinco anos atrás. Aparentemente, o pequeno goblin, mesmo tendo a mente controlada, havia deixado um legado que poderia ajudar sua amiga elfa. Enquanto a batalha com os goblins atrasava os planos do Memnarca, a cabeça ainda viva de Geth auxilia Glissa e seu mais novo aliadao, Bosh, a encontrarem o último dos três artefatos do lendário Kaldra (o Escudo, o Elmo e a Espada).

Porém, mesmo com todos ao lado de Glissa e prontos para defendê-la em caso de perigo, eles não tiveram chance contra as máquinas assassinas de Memnarca. Depois de um rápido confronto, o próprio Memnarca encurralou seus adversários. Seria apenas uma questão de tempo até que a quinta lua de Mirrodin eclodisse do núcleo de mana e Memnarca ascendesse a planinauta. Entretanto, o Guardião cometeu um erro: em sua ânsia de capturar Glissa, ele ignorou os aliados dela.

A guerreira elfa invocou o avatar do antigo guerreiro após reunir os três artefatos. Ela pensava que ele seria um adversário à altura para o Memnarca. Mas novamente o soberano de Mirrodin provou que ele era muito superior e tomou o controle da mente do espírito de Kaldra, fazendo o poderoso campeão atacar a própria Glissa enquanto ele próprio procedia com o aparato para retirar a centelha dela e transferi-la para si próprio.

Com uma onda de suas mãos, Memnarca ganhou o controle sobre o campeão Kaldra. Em apenas um movimento, o Guardião tirou de Glissa o seu mais poderoso recurso. Assustada, a elfa se sentiu pela primeira vez encurralada. Porém, algo deu errado e Slobad livrou-se do controle mental estabelecido pelo Memnara. Ciente novamente da situação ao seu redor, o goblin usou seus novos poderes para ajudar a amiga elfa, tentando desmontar Kaldra. Mas nem suas perícias de artífice foram capazes de tal feito. Restava apenas a possibilidade de fugirem.

Enquanto o pequeno goblin indicava um caminho seguro para Glissa, o golem de ferro se sacrificou para retardar o avanço do gigante de plasma que agora os atacava violentamente. Furioso, Memnarca mandou ordenou ao titã que seguisse atrás de Glissa enquanto ele e Malil assistiriam o desdobrar dos eventos sob o abrigo do Olho de Aço Negro. Restavam apenas alguns minutos até a erupção da lua verde para os céus de Mirrodin e Memnarca ainda não tinha capturado a evasiva garota élfica.

Eles fogem para as bordas do Emaranhado, a estranha floresta metálica de Mirrodin, onde são ajudados pelos trolls, que neste mundo são um povo sabio e pacífico, ao contrário da maioria dos outros locais. Enquanto os trolls são dizimados pelo avatar, Glissa e Solbad chegam ao Radix, o centro do Emaranhando, um lugar que emana mana verde intensamente.

Enquanto a luta ocorria contra Kaldra, a elfa utilizou todos seus poderes para se tornar um conduto vivo de energia que destruísse o avatar e, esse processo, desencadeou uma erupção no centro do Radix, que era uma grande Lacuna onde o mana verde fluía com imensa força. Assim, a quinta lua foi lançada aos céus antes do previsto e os planos do Memnarca destruídos nesta Quinta Aurora. Os cálculos do Guardião foram desfeitos por uma variável que ele não havia previsto e, subitamente, o tempo que ele pensava possuir para ascender como planinauta acabou completamente.

Cego pela raiva, o soberano de Mirrodin lutou uma batalha final contra Glissa no topo do cauterizante Núcleo de Mana e foi derrotado. Em fúria, Glissa atirou-se de encontro ao Guardião, fazendo com que ambos se chocassem e conseqüentemente despencassem para a morte certa. Para surpresa de Slobad, a centelha de Glissa foi acidentalmente transferida para seu corpo maltratado pela poderosa máquina de transferência. No entanto, ao receber a centelha seu corpo foi restaurado à perfeição depois de tantos anos e ele então se viu com os poderes semi-divinos que o Memnarca tanto tinha almejado obter.

Nesse momento, o véu psíquico que impedia a entrada de Karn em Mirrodin se desfez.

Karn retornou e destruiu o corpo do Memnarca, devolvendo-o para sua forma original: o Mirari. O criador de Argentum destinou-se a restabelecer a ordem para o seu mundo. Não obstante, logo Slobad ficou cara a cara com o Karn, o criador de Mirrodin. O Golem de Prata se ofereceu para fazer do goblin seu aprendiz. Porém, sabendo que Glissa havia morrido para impedir o Memnarca, Slobad estava triste por ter perdido sua amiga e não acreditava que houvesse nenhum sentido em seguir vivo nem tampouco com um ofício tão glorioso. Em vez disso, o goblin sacrificou-se a centelha de planinauta que estava em seu corpo de forma que irradiasse poder suficiente para ressuscitar todos os habitantes de Mirrodin que haviam falecido em detrimento das ações do Memnarca e enviá-las de volta para seus mundos natais.

No final, Karn proclamou Glissa, Slobad e Geth como os novos guardiões daquele plano, deixou-o aos  seus cuidados enquanto ele peregrinaria em busca de uma maneira de consertar os erros que ocorerram por sua culpa.

Os mirranianos remanescentes tiveram de lidar com o desaparecimento de seus ascendentes mais antigos. Poucos tinham alguma idéia do que havia acontecido em seu mundo — sabiam apenas que seus avós, anciãos e líderes haviam desaparecido. Quando Glissa e seu aliado goblin Slobad voltaram à superfície, foram atacados por hordas de pequenas máquinas em pânico. Slobad não sobreviveu ao ataque e Glissa retornou ao submundo, onde os minúsculos contructos que ainda sacolejavam por lá a mantiveram adormecida por um longo período.

Enquanto isso, os demais elfos do Emaranhado (as florestas metálicas de Mirrodin), seus antigos aliados, acreditavam que Glissa estava envolvida nos ataques Memnarca sobre o Emaranhado e na destruição do Radix. Com a ausência de Glissa, eles foram incapazes de ouvir o seu lado desses infortúnios e seu bom nome tornou-se sujo. Ao longo do tempo, os elfos depositaram mais e mais a culpa de seus infortúnios na ausente Glissa.

Geth, por outro lado, retornou para Mephidross e retomou o controle sobre os zumbis Nim, bem como seu antigo trono próximo à Lacuna Preta ao lado da Câmara dos Sussuros.

No entanto, o óleo phyrexiano ainda continuou existindo em Mirrodin e, dessa forma, procurando organismos vivos para corromper. À medida que os mirranianos reconstruíam seu mundo após a queda do Memnarca, secretamente novas máquinas phyrexianas surgiam e estabeleciam pequenas civilizações escondidas. O próprio Karn está desaparecido e dizem que ele luta contra a corrupção que se espalha em suas entranhas, para evitar se tornar aquele que mais temeu no passado: o Pai das Máquinas. Se isso acontecesse, certamente o Multiverso conhecerá uma nova época de conflitos interplanares.

Atualmente, estas culturas phyrexianas tornaram maiores e mais fortes, tanto que iniciaram uma insurgência contra os demais habitantes com o intuito de tomar o controle por completo de Mirrodin. Até mesmo Geth é atraído pela força dos phyrexianos e, voluntariamente, oferece sua lealdade em troca de um novo corpo.

Os phyrexianos são autômatos que desprezam a carne. Alguns deles foram vistos em Mirrodin agora que a batalha pelo plano metálico começou. Sussurros espalham rumores sobre um portal em Mephidross através do qual os habitantes de Phyrexia estão adentrando em Mirrodin e que o próprio Geth está vigiando o local em segredo. Estes mesmos boatos dizem que Geth apenas é uma marionete dos propósitos phyrexianos, embora não se saiba quem realmente estaria por trás de tal empreitada.

Longe do confronto que ocorre em Mirrodin, Venser, um antigo aprendiz de Karn, é procurado por Elspeth e Koth. Quando Venser conta sobre seus projetos de contrução de naves capazes de deslocar pessoas comuns entre os planos, Koth se enfurece pela perigosa ousadia do colega e decide levá-lo à força para Mirrodin, onde todos os três procurarão por Karn e conter o avanço do contágio phyrexiano. Venser fica enfurecido com Koth, mas depois de melhor explicada a urgência, ele reflete e percebe que a chance de encontrar seu mentor e eliminar de uma vez por todas os phyrexianos é uma tarefa importante e interessante.

Ainda existem segredos escondidos em Mirrodin. A guerra entre mirranianos e phyrexianos está declarada. O resultado só o tempo dirá...

 

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