Magic é um jogo de cartas colecionáveis não-estático, isto é, não tem um número fixo de cartas ou estratégias e constantemente são lançadas novas coleções com novas cartas. Com estes lançamentos sempre temos alterações no jogo, seja modificando suas regras, adicionando novas regras ou novas cartas. Para jogar Magic de forma competitiva é importante ter isto em mente, já que você terá sempre que se atualizar com as novidades, e isso deixará o jogo mais dinâmico e interessante. Mesmo se o seu objetivo é jogar casualmente com os amigos, será interessante estar atento aos lançamentos para saber eventuais alterações nas regras e novas cartas que possam melhorar seus decks.
De modo geral, as cartas de Magic podem ser lançadas em dois tipos de produtos: as coleções básicas (ou core sets) e as expansões. As coleções básicas são voltadas para introduzir novos jogadores, possuindo, em geral, cartas mais simples e representativas dos conceitos do jogo. As expansões possuem temas, ambientações e mecânicas específicas, com um nível maior de complexidade.
As primeiras coleções básicas de Magic, lançadas a partir de 1993, não continham nenhum símbolo específico para diferenciá-las. Entre 1993 e 1994, foram lançadas quatro versões do set básico, chamadas Alpha, Beta, Unlimited e Revised. A partir de 1995, o set básico passou a ser lançado em períodos regulares de dois anos, com a chegada da Quarta Edição (costume que durou até recentemente). A Quinta Edição foi lançada em 1997, ainda sem símbolo específico. Apenas com a Sexta Edição, lançada em 1999, as coleções básicas passaram a ter seu símbolo próprio (representando o número da edição). Por outro lado, as expansões sempre tiveram seu símbolo próprio, desde o lançamento da primeira, Arabian Nights, no final de 1993. Deste modo, são facilmente identificáveis (o que ajuda muito os jogadores, pois já foram lançadas mais de 50 expansões diferentes).
Além desses sets, ainda foram lançadas diversas coleções especiais durante os anos de existência do jogo, incluindo expansões baseadas em reedições e box sets (constituindo de reedições de cartas em decks pré-montados com algum tema específico). A maioria destas coleções possui seu símbolo específico (como Beatdown, Deckmasters, Duel Decks, etc), mas outras mantiveram os símbolos das coleções originais (como Chronicles, Renascimento, Anthologies e Battle Royale).
No início a idéia original de Richard Garfield era recriar o jogo a cada nova coleção, e cogitou-se até a mudança de layout das costas das cartas nas primeiras expansões, criando efetivamente um novo jogo já que não se poderiam misturar cartas de expansões diferentes se suas costas não fossem compatíveis. Ao invés de termos o Magic que conhecemos hoje existiriam dezenas de jogos com regras semelhantes mas histórias e cartas diferentes. A primeira destas coleções a ser lançada foi Arabian Nights (1993), que conta a história do plano de Rabiah, uma espécie de releitura de livros como The Book of One Thousand and One Nights. A cor da parte de trás (as costas) da carta seriam roxo e dourado, mas devido à pressão de alguns jogadores e sugestões internas externas foi decidido manter o fundo original das cartas de Alpha em Arabian Nights, transformando-a em expansão de Magic, e não um novo jogo. Foi adicionado o símbolo da cimitarra do lado direito da carta para diferenciar das edições básicas e os terrenos básicos foram removidos da expansão, já que não haveria necessidade de te-los, mas na pressa esqueceu-se de retirar a Montanha, sendo este o único terreno básico impresso em Arabian Nights. Pode-se dizer que a decisão de manter o fundo das cartas inalterado foi crucial para transformar o Magic no jogo que conhecemos hoje.
Em seguida veio Antiquities (1994), uma expansão inteiramente centrada em artefatos, que contava a história dos irmãos Urza e Mishra. Na seqüência vieram Legends e suas lendas multicoloridas, The Dark e Fallen Empires, todas de 1994. No ano seguinte surgiu Ice Ages (lançada em português com o nome de Era Glacial), uma expansão com uma grande quantidade de cartas, inclusive com terrenos básicos, retomando a idéia de um jogo auto-suficiente, já que seria possível jogar apenas com cartas dessa expansão. A idéia era reviver a filosofia de antes do lançamento de Arabian Nights, recriando o Magic nesta nova expansão, tanto que dizem as lendas que foi cogitada a mudança do nome do jogo para Magic: Ice Ages, afim de manter a patente anterior e objetivando fortalecer o sucesso do Magic. No final deste mesmo ano veio Homelands (Terras Natais), considerada a pior expansão da história de Magic. Depois de um intervalo de quase seis meses finalmente surgiu Alliances (Alianças), que retomou a história e a temática de Ice Ages, e acabou funcionando como uma espécie de apêndice desta, criando o embrião do que hoje chamamos de Bloco.
Com o passar dos anos o lançamento das coleções e blocos foi ganhando maior previsibilidade e hoje temos calendários fixos de lançamentos de coleções, sendo uma nova coleção lançada a cada três meses em média, totalizando quatro por ano. Uma destas coleções é a coleção básica, chamada de M10 (para a edição de 2010), M11 (para a edição de 2011) e assim será sucessivamente. As outras coleções lançadas são as expansões, sendo geralmente uma expansão maior, com cerca de 250 cartas, seguida de duas menores com aproximadamente 150 cartas cada. O conjunto de uma expansão grande e duas pequenas forma o que chamamos de Bloco. No bloco as cartas estão relacionadas com uma mesma história comum e possuem a mesma temática. Por exemplo, o bloco de Mirrodin trata de artefatos, de maneira que a maioria de suas cartas são artefatos ou tem ligação com eles.
A diferença que se faz entre as coleções básicas e as expansões é o grau de dificuldade que as cartas proporcionam. Coleções básicas sempre são de grau mediano, enquanto os de expansão sempre são de grau avançado, ou seja, você nunca encontra cartas de lendas e cartas com habilidades que envolvam uma temática teoricamente mais complicada, como Ninjutsu, nas coleções básicas. Isso acontece porque essas coleções não têm uma história como acontece com as expansões. As cartas das coleções básicas que serão relançadas são escolhidas com base nos torneios T2, de acordo com o equilíbrio das cartas desejado para os torneios.
A seguir, veja um mini resumo das edições básicas e expansões lançados até agora:
EDIÇÕES BÁSICAS:
Nome da Edição (Sigla) – Data de Lançamento
Alpha (LEA) – Agosto 1993
Beta (LEB) - Outubro 1993
Unlimited (2ED) - Janeiro 1994
Revised (3ED) - Abril 1994
Quarta Edição (4ED) - Maio 1995
Quinta Edição (5ED) - Março 1997
Sexta Edição ou Classic Edition (6ED) - April 1999
Sétima Edição (7ED) - April 2001
Oitava Edição (8ED) - Julho 2003
Nona Edição (9ED) - Agosto 2005
Décima Edição (10E) - Julho 2007
Magic 2010 (M10) - Julho 2009
Magic 2011 (M11) - Julho 2010
Magic 2012 (M12) - Julho 2011
Magic 2013 (M13) - Julho de 2012
EXPANSÕES:
Nome da Expansão (Sigla) – Data de Lançamento
Arabian Nights (ARN) - Dezembro 1993
Antiquities (ATQ) - Março 1994
Legends (LEG) - Junho 1994
The Dark (DRK) - Agosto 1994
Fallen Empires (FEM) - Novembro 1994
Homelands (HML) - Outubro 1995
Ice Age (ICE) - Junho 1995
Alliances (ALL) - Junho 1996
Coldsnap (CLD) - Julho 2006
Mirage (MIR) - Outubro 1996
Visions (VIS) - Fevereiro 1997
Weatherlight (WTH) - Junho 1997
Tempest (TMP) - Outubro 1997
Stronghold (STH) - Março 1998
Exodus (EXO) - Junho 1998
Urza´s Saga (USG) - Outubro 1998
Urza´s Legacy (ULG) - Fevereiro 1999
Urza´s Destiny (UDS) - Junho 1999
Mercadian Masques (MMQ) - Setembro 1999
Nemesis (NMS) - Fevereiro 2000
Prophecy (PCY) - Junho 2000
Invasion (INV) - Setembro 2000
Planeshift (PLS) - Fevereiro 2001
Apocalypse (APC) - Junho 2001
Odyssey (ODY) - Setembro 2001
Torment (TOR) - Fevereiro 2002
Judgment (JUD) - Maio 2002
Onslaught (ONS) - Outubro 2002
Legions (LGN) - Janeiro 2003
Scourge (SCG) - Maio 2003
Mirrodin (MRD) - Outubro 2003
Darksteel (DST) - Fevereiro 2004
Fifth Dawn (5DN) - Maio 2004
Champions of Kamigawa (CHK) - Outubro 2004
Betrayers of Kamigawa (BOK) - Fevereiro 2005
Saviors of Kamigawa (SOK) - Junho 2005
Ravnica (RAV) - Outubro 2005
Pacto das Guildas (GPT) - Fevereiro 2006
Dissension (DIS) - Maio 2006
Time Spiral (TSP) - Outubro 2006
Planar Chaos (PLC) - Fevereiro 2007
Future Sight (FUT) - Maio 2007
Lorwyn (LRW) - Outubro 2007
Morningtide (MOR) – Fevereiro 2008
Shadowmoor (SHM) – Maio 2008
Eventide (EVE) – Julho 2008
Shards of Alara (ALA) – Outubro 2008
Conflux (CFX) – Fevereiro 2009
Alara Reborn (ARB) – Abril 2009
Zendikar (ZEN) - Outubro 2009
Worldwake (WWK) – Fevereiro 2010
Rise of the Eldrazi (ROE) – Abril 2010
Scars of Mirrodin (SOM) - Outubro 2010
Mirrodin Besieged (MBS) – Fevereiro 2011
New Phyrexia (NPH) - Maio 2011
Innistrad (ISD) - Setembro 2011
Dark Ascension (DKA) - Fevereiro 2012
Avacyn Restored (AVR) - Maio 2012
Return to Ravnica (RTR) - Outubro 2012
Gatecrash (GTC) - Fevereiro 2013
Dragon's Maze ( DGM) - Maio 2013
Existem dezenas de outros produtos e cartas lançadas pela Wizards mas, em geral, são edições especiais ou cartas promocionais reeditadas, como os Duel Decks (decks temáticos promocionais), From the Vault (reedição de cartas históricas), edições de relançamento como Chronicles, os un-sets (como Unglued e Unhinged, que foram criadas com o intuito de ser uma brincadeira à parte e não são válidas de fato em competições) e as cartas promocionais de torneios (como Pré-Releases, Friday Night, etc). Em geral essas cartas são um pouco mais caras no mercado paralelo e muitas vezes possuem ilustrações diferenciadas.
Curiosidades
Entre a Quarta e a Nona Edição as cartas de coleção básica eram de borda branca, com exceção de algumas tiragens de quarta edição que saíram com borda preta e das cartas foils. Isso mudou a partir da Décima Edição, que retomou a borda preta para todas as cartas. No mercado secundário de Magic as cartas de borda branca têm um valor inferior às demais.
Algumas cartas possuem a borda prateada, como as das expansões de Unglued e de Unhinged. Estas são expansões de mentirinha, que contam com cartas que são verdadeiras piadas para os jogadores. Nenhuma delas é válida em torneios.
Também existem cartas com borda dourada, que são cartas promocionais dos decks dos Mundiais, sendo apenas para colecionadores. Estas cartas também não são validas em torneios.Outro tipo de carta não usual são as Overzised, cartas gigantes que funcionam como brinde ou premiação em campeonatos.
Qual a importância das edições?
Você pode estar se perguntando: qual a importância de saber a edição exata da minha carta? Afinal, se uma carta foi lançada recentemente em uma coleção que é permitida em torneios do tipo Standard ou Extended, qualquer versão dela pode ser utilizada no seu deck, por mais antiga que seja. Você vai poder utilizar os Raios vindos da Idade da Pedra agora que ele está presente no Standard, sejam eles de Quarta Edição, Revised, Alpha, Beta, Gama, Delta ou qualquer outra letra grega que preferir. Quanto se trata de jogar, efetivamente, não há diferença prática alguma.
Quando se trata de colecionar, entretanto, há motivos para se importar com isso. Primeiramente, as cartas realmente antigas possuem um valor de mercado maior que seus correspondentes recentes. As coleções iniciais do jogo, lançadas em 1993 e 1994, tiveram tiragens muito limitadas. Assim, há poucos exemplares circulando por aí, o que aumenta seu valor para os colecionadores. Uma carta comum dessas edições pode ter um valor apenas um pouco maior, enquanto uma rara icônica ou bem jogada pode valer muitas vezes mais. Em particular, as cartas de Alpha, Beta, Arabian Nights, Antiquites e Legends são consideradas de maior valor, com Unlimited e The Dark situadas em um patamar abaixo. Aqui no Brasil, as cartas de Revised também são um pouco mais valorizadas por alguns jogadores, por não terem sido lançadas em versão nacional e serem relativamente incomuns, comparando aos sets posteriores (Quarta Edição foi o primeiro set com versão nacional). As coleções especiais que mantiveram o símbolo original das cartas (Renascimento e Chronicles) possuem um valor bem abaixo das cartas originais, portanto é importante saber qual é a que está em suas mãos.
Além disso, um colecionador pode querer uma carta específica de uma coleção, seja porque ele quer fechar um playset de quatro cartas todas iguais ou simplesmente prefere aquele desenho ou frame. Quando você estiver negociando cartas com alguém que se importa com o aspecto colecionável das cartas, deve ser bem específico sobre isso. É frustrante para quem curte cartas “old school” comprar um Pendelhaven, esperando que ele fosse de Legends, apenas para receber um de Time Spiral.
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